Doze comunidades das zonas norte e sul do Rio de Janeiro participaram hoje (7) de um exerc�cio simulado de desocupa��o em �reas de risco como teste para os dias de chuva intensa. �s 9h, a Defesa Civil da capital fluminense emitiu mensagens de texto para celulares de agentes de sa�de e para l�deres comunit�rios, que alertaram os moradores. Uma hora depois o toque de uma sirene deu o sinal e os moradores foram orientados, por meio de uma grava��o, a deixarem suas casas e a seguirem para um dos pontos de apoio ou para locais seguros.
A simula��o foi feita simultaneamente no Complexo do Alem�o, em Lins de Vasconcelos, no Engenho Novo (zona norte) e no Vidigal (zona sul), que concentram mais de 3 mil fam�lias em �reas de risco de desabamento. O Sistema de Alerta e Alarme para chuvas fortes j� est� instalado nessas regi�es e 38 pontos de apoio foram distribu�dos para abrigar os moradores.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, participou do treinamento no Complexo do Alem�o e disse que essas simula��es, que v�m sendo feitas desde julho, v�o preparar a popula��o para o ver�o, quando ocorrem as chuvas mais fortes. “� para salvar vidas. A casa, quando cai, � duro, � dif�cil, mas a gente reconstr�i. Bens materiais a gente recupera, mas o que a gente n�o consegue dar jeito � quando perdemos vidas. � muito importante que as pessoas sigam aquilo que a Defesa Civil planejou”, disse Paes.
O Sistema de Alerta e Alarme come�ou a ser implantado em janeiro, no Morro do Borel, zona norte da capital fluminense, e hoje est� instalado em 32 comunidades. A expectativa � que at� novembro, quando come�a o ver�o, 60 comunidades possam contar com o servi�o.
“Vamos fazer quantos testes forem necess�rios at� o ver�o e vamos continuar depois do ver�o. Vamos trabalhar o tempo todo para preparar as pessoas para isso. Todas as �reas de alto risco da cidade, no mapeamento que a GeoRio [Instituto de Geot�cnica do Munic�pio do Rio de Janeiro] fez, at� o ver�o, em novembro, v�o estar com sirenes e conectadas ao centro de opera��es”, garantiu Paes.
O tenente-coronel M�rcio Moura Motta, subsecret�rio de Defesa Civil do Rio, explicou que o primeiro alerta � feito a partir de uma mensagem de texto enviada para agentes de sa�de e para l�deres comunit�rios no momento em que os meteorologistas do centro de opera��es identificam que h� uma chuva forte se aproximando.
“Com cerca de 6h de anteced�ncia a gente emite a primeira mensagem de previs�o de chuva. A seguir, confirmando que o evento vai ser severo e quando o evento come�a, � emitida uma segunda mensagem para mobilizar, para que as pessoas saiam das suas casas e procurem locais seguros. Logo a seguir s�o soadas as sirenes”, exlicou M�rcio Motta.
A simula��o trouxe tranquilidade para moradores como Patr�cia Dulce de Sousa, que mora com o marido e tr�s filhos em uma casa constru�da em cima de um barranco. “O agente de sa�de e outros que trabalham aqui subiram e explicaram tudo, para quando come�ar a chuva a gente descer e ficar no ponto de apoio. Estou mais segura." Para Thain� da Silva, de apenas 12 anos, a experi�ncia valeu como realidade. “Quando o alarme tocou minha m�e falou: Bora filha, que a sirene tocou", contou a menina que mora com a m�e, duas irm�s e tr�s sobrinhos, e que j� machucou a m�o gravemente quando um peda�o da casa caiu sobre ela durante uma chuva, h� mais de dois anos.
Mas, para outros moradores, a sirene n�o representa uma mudan�a significativa. Maria da Guia Carneiro vive com os olhos para o alto, preocupada com os pais e a irm� que moram no segundo andar de uma casa no morro. “Toda vez que chove, qualquer chuva que der, tem um barranco em cima da casa do meu pai e a �gua cai e vai direto pra dentro da casa. Tem um bocado de lixo, cai tudinho dentro de casa. H� dois anos eles perderam tudo. Por mais que tenha esse alerta eu n�o fico tranquila, porque a casa embaixo da deles � toda cheia de umidade, toda infiltrada e est� com risco de cair”, lamentou a dona de casa.