Secretaria de Portos quer organizar gest�o de lixo em terminais e embarca��es

Todo o lixo produzido em portos brasileiros deve ganhar uma destina��o adequada nos pr�ximos tr�s anos e poder� at� ser reaproveitado. � o que pretende a Secretaria de Portos, que vai levantar quais s�o os res�duos e efluentes de 22 terminais no pa�s. O �rg�o n�o descarta a ideia de reduzir as taxas para navios que prefiram deixar o lixo no porto, em vez de despej�-lo no mar.

As medidas ser�o estudas nos pr�ximos tr�s anos em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mais 11 universidades por meio do Programa de Conformidade do Gerenciamento de Res�duos e Efluentes. A Secretaria de Portos investir� R$ 125 milh�es no projeto, que ser� dividido em tr�s fases, desde o levantamento at� as medidas para mitiga��o do lixo.

Segundo o diretor de Revitaliza��o e Moderniza��o da secretaria, Ant�nio Maur�cio Ferreira, os portos produzem res�duos variados. Boa parte se refere a restos de gr�os, de carv�o e de min�rio, al�m do lixo das embarca��es e esgoto. Mal acondicionados, esses materiais atraem animais que transmitem doen�as como pombos, ratos e at� mesmo o mosquito da dengue - fauna que tamb�m ser� pesquisada.

Para Marcos Freitas, professor da UFRJ e respons�vel pelo levantamento, � preciso dar solu��es sustent�veis para o lixo e combater os insetos, al�m de analisar o impacto dos portos nas cidades. O programa pretende ainda identificar nos terminais possibilidades de reutiliza��o dos res�duos. "Podemos pensar em portos como autogeradores de energia", disse.

Em 2012, tamb�m ser�o avaliadas solu��es de gerenciamento e legisla��o com base em experi�ncias internacionais. Na B�lgica, por exemplo, no Porto da Antu�rpia, navios que deixam o lixo em terra recebem descontos na taxa de ancoragem. "Com a oportunidade financeira, [os navios] ser�o motivados a depositar [o lixo] para tratamento", disse o diretor da Secretaria de Portos, Ant�nio Maur�cio Ferreira.

Outro objetivo � melhorar as condi��es de trabalho nos terminais. Do estado do Rio, onde ser�o estudados os portos da capital e de Itagua�, na regi�o metropolitana, o Sindicato dos Portu�rios denuncia a exist�ncia de condi��es insalubres. "Trabalhamos perto de dejetos, cachorro morto, lixo, tudo o que � bicho e polui��o", disse o presidente da entidade S�rgio Giannetto.

Segundo o professor da UFRJ, a pesquisa tamb�m ajudar� a apontar problemas nas embarca��es e impedir a entrada de v�rus e esp�cies invasoras no pa�s. Marcos Freitas lembra que o mexilh�o dourado, molusco trazido na �gua de lastros de navios da �sia, provocou desequil�brio ecol�gico e at� problemas nas turbinas da Usina Hidrel�trica de Itaipu, no Paran�.