Investimentos e pol�ticas p�blicas que melhorem o transporte p�blico podem ser a sa�da para manter os n�veis de emiss�o de poluentes sob controle e reduzir a libera��o de gases de efeito estufa da frota brasileira. A avalia��o est� em um comunicado do Instituto de Pesquisa Econ�mica Aplicada (Ipea) lan�ado nesta quinta-feira, Dia Mundial sem Carro.
O estudo destaca avan�os na redu��o gradativa do n�vel de emiss�o de poluentes da frota nacional, por meio do Programa de Controle da Polui��o do Ar por Ve�culos Automotores (Proconve), mas avalia que os ganhos est�o sob risco se n�o forem estabelecidas medidas que estimulem o uso de transporte coletivo e aumentem a efici�ncia individual dos ve�culos.
“Os ve�culos automotores produzidos atualmente poluem menos de 10% do que polu�a um ve�culo similar da d�cada de 1980 quando se trata de poluentes regulados pelo Proconve”, compara o estudo, em refer�ncia �s emiss�es de poluentes como mon�xido de carbono, �xidos de nitrog�nio, hidrocarbonetos e material particulado.
No entanto, a tend�ncia de redu��o de emiss�o de poluentes dever� sofrer uma inflex�o nos pr�ximos anos porque as tecnologias utilizadas para esse fim j� atingiram um n�vel alto de efici�ncia e pelo inevit�vel aumento da frota e dos congestionamentos. “Daqui para frente os ganhos ser�o menores”, segundo o Ipea.
Outro desafio, de acordo com o estudo, est� ligado � mitiga��o das emiss�es de gases de efeito estufa pelos ve�culos, que crescem numa rela��o direta com o aumento da frota e n�o s�o reguladas por nenhum instrumento como o Proconve.
Em defesa do sistema p�blico de transporte, o relat�rio aponta a vantagem dos meios coletivos em rela��o aos autom�veis individuais e em rela��o �s emiss�es de gases de efeito estufa. Mesmo que os �nibus emitam mais gases desse tipo que os autom�veis, por utilizarem diesel, a quantidade de emiss�es � compensada pelo n�mero de passageiros transportados. “Um usu�rio de autom�vel, por exemplo, emite quase oito vezes mais CO2 (di�xido de carbono) que um usu�rio de �nibus e 36 vezes mais que um usu�rio de metr�”, compara o estudo.
No comunicado, o Ipea defende a aplica��o de um conjunto de iniciativas que combinem a��es fiscais de incentivo e restri��o, medidas regulat�rias e de investimento, com foco na melhoria do sistema p�blico de transporte.
“O transporte coletivo urbano deve ser prioridade nos v�rios n�veis de pol�ticas p�blicas, de forma concomitante � restri��o crescente � circula��o de ve�culos automotores individuais e � �nfase em solu��es urbanas que favore�am a redu��o da necessidade de transporte motorizado e a prioridade de transporte n�o motorizado”, sugere.