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Estado de Minas

Restri��o n�o impede alta no consumo de antibi�ticos


postado em 01/10/2011 10:54 / atualizado em 01/10/2011 12:00

O consumo de antibi�ticos no Pa�s cresceu 4,8% em um ano, saindo de 90,3 milh�es para 94,7 milh�es de unidades. O aumento ocorreu depois de a Ag�ncia Nacional de Vigil�ncia Sanit�ria (Anvisa) passar a exigir a reten��o de receita para a venda desses rem�dios.

Os dados foram levantados pela IMS Health, consultoria especializada no mercado farmac�utico, a pedido do Estado, e leva em considera��o a venda para o consumidor final, em farm�cias.

A norma proibindo a venda de antibi�tico sem receita foi publicada pela Anvisa em outubro do ano passado e passou a valer um m�s depois. O objetivo da medida era reduzir a automedica��o e o risco de resist�ncia bacteriana. Para especialistas, o aumento nas vendas � resultado do crescimento natural do mercado farmac�utico e da melhora da economia: o brasileiro tem mais acesso a planos de sa�de, vai mais ao m�dico e, consequentemente compra mais rem�dio.

Para o professor Silvio Barberato Filho, do programa de p�s-gradua��o em Ci�ncias Farmac�uticas da Universidade de Sorocaba (Uniso), a medida tem um impacto positivo em reduzir a automedica��o, mas ainda n�o resolve de forma eficaz o problema da resist�ncia bacteriana. "Temos estudos que demonstram que ainda h� excesso de prescri��o de antibi�ticos e prescri��es equivocadas. Se a pessoa toma o rem�dio sem necessidade, mesmo comprando com receita, ela vai contribuir para o aumento da resist�ncia", diz.

A mesma opini�o � compartilhada pelo infectologista Carlos Roberto Veiga Kiffer, pesquisador do Laborat�rio Especial de Microbiologia Cl�nica da Unifesp. "A m� prescri��o existe e � um dos fatores que n�s m�dicos brigamos contra. O consumo precisa cair mais." Para Barberato, outras medidas, como a orienta��o espec�fica ao profissional que prescreve antibi�ticos, deveriam ser tomadas para evitar a resist�ncia. "O fato de o paciente comprar com receita n�o quer dizer que a receita n�o est� associada ao mau uso. O controle das vendas � apenas um dos elementos para controlar a resist�ncia bacteriana. Essa norma n�o consegue coibir a prescri��o equivocada", diz.

Tese de mestrado defendida ontem na Uniso, orientada pelo professor Barberato, mostrou que nos seis meses depois do in�cio da norma houve queda na venda antibi�ticos indicados para o tratamento de doen�as respirat�rias. A pesquisa levou em considera��o uma base de dados de cerca de 2.800 farm�cias. Segundo Barberato, houve redu��o na venda da tetraciclina (39%), azitromicina (33%), amoxicilina (32%) e lincomicina (26%). "Essa queda aconteceu provavelmente porque esses eram os medicamentos mais vendidos sem receita", afirma.

Segundo Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Ind�stria de Produtos Farmac�uticos no Estado de S�o Paulo (Sindusfarma), o mercado farmac�utico cresceu 20% no �ltimo ano. A tese da ind�stria para explicar o aumento nas vendas � a de que nunca houve uma automedica��o t�o exagerada quanto era imaginado. "Ningu�m toma antibi�tico se n�o precisa. E sempre h� um pico de venda nos meses de inverno, por causa dos problemas respirat�rios", diz Mussolini.

Apesar de ter publicado a norma h� quase um ano, a Anvisa n�o tem um levantamento oficial sobre o consumo. Pela nova regra, as farm�cias deveriam fazer a escritura��o eletr�nica das receitas retidas no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados (SNGPC) a partir de abril deste ano, mas o prazo foi suspenso por tempo indeterminado. Assim, a Anvisa depende dos dados manuais feitos por cada estabelecimento. Segundo a assessoria, o prazo foi suspenso porque o sistema atual n�o comportaria uma demanda t�o grande de informa��es. A ag�ncia tamb�m atribui o aumento do consumo ao crescimento do mercado.


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