A poucos dias do Exame Nacional do Ensino M�dio (Enem), a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) definiu novas regras para o ingresso na institui��o, ao estabelecer pesos diferentes para as provas do Enem, de acordo com a carreira escolhida pelo candidato. � a segunda mudan�a, este ano, promovida pela institui��o: em junho, o Conselho Universit�rio aboliu o vestibular pr�prio e anunciou a ades�o total ao Sistema de Sele��o Unificada (SiSU), do Minist�rio da Educa��o.
A nova mudan�a provocou cr�ticas dos educadores. Para M�rcio Branco, um dos diretores da Rede Pensi, que re�ne cinco mil alunos, a mudan�a "desvirtua o pr�prio Enem". "A inten��o do Minist�rio da Educa��o era acabar com o aluno `especialista' em qu�mica ou f�sica. O foco � a educa��o integral do estudante. Quando a UFRJ d� pesos para as mat�rias, faz um retrocesso e vai de encontro com o projeto do ministro, que � democratizar o acesso", acredita.
J� Rui Alves, diretor de ensino da rede pH, com 4 mil alunos, critica mais uma mudan�a �s v�speras da prova. "Os alunos deveriam conhecer as regras do jogo no in�cio do ano letivo. Mudar a dez dias da prova gera muita ansiedade". Ele ressalta que o que vale para a UFRJ n�o � norma para a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio), que tamb�m seleciona seus alunos pelo SiSU. "Ficou confuso para o estudante. � a mesma prova, mas regras diferentes".
As regras publicadas no edital preveem que as notas em reda��o devem ser multiplicadas por 3, para todos os alunos. As mat�rias t�m maior ou menor peso, dependendo da carreira espec�fica para os alunos. A prova do aluno de medicina, por exemplo, ter� peso 3 em reda��o e 2 em l�ngua portuguesa. J� as notas de qu�mica, f�sica e biologia t�m peso 2.
"Tentamos adaptar o SiSU ao que se aproximava do vestibular da UFRJ, que tinha mat�rias espec�ficas e n�o espec�ficas. N�o desvirtuamos o Enem porque mantivemos o equil�brio. As provas de reda��o e l�ngua portuguesa t�m, no m�nimo, peso 4. O aluno continua precisando estudar todas as mat�rias. E o m�nimo que ele precisa saber para entrar numa universidade � se comunicar bem pela escrita", afirmou a pr�-reitora de gradua��o, �ngela Santos da Rocha.
Ela reconhece, no entanto, que a mudan�a foi "tardia". A demora deveu-se � greve de funcion�rios, feriados �s quartas-feiras, dia em que o conselho se re�ne, e � mudan�a de reitor, explica. "Estou me comprometendo a evitar decis�es tardias nos pr�ximos anos", afirmou. At� 2008, o vestibular da UFRJ era inteiramente discursivo. Em 2009, a institui��o passou a utilizar o Enem como substitui��o da primeira fase de seu vestibular. No ano seguinte selecionou 40% dos alunos pelo SiSU e manteve as provas discursivas para o ingresso dos demais.