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Estado de Minas

Pesquisa tra�a perfil dos interessados em adotar crian�as no pa�s

Prefer�ncia � por adotar menores de 11 anos e brancos


postado em 18/10/2011 09:30 / atualizado em 18/10/2011 09:35

(foto: Elio Rizzo/CB/DA Press)
(foto: Elio Rizzo/CB/DA Press)

A fila de pretendentes a adotar crian�as no pa�s � imensamente maior que a quantidade de menores dispon�veis para a ado��o. A realidade, por�m, se inverte quando o assunto s�o os meninos e as meninas de 11 a 18 anos. Um levantamento do Conselho Nacional de Justi�a (CNJ) ao qual o Correio teve acesso mostra que apenas 154 fam�lias t�m interesse em adotar adolescentes com idade igual ou superior a 11 anos. Isso significa pouco mais de 0,5% do total de candidatos, que � de 26.936. E as restri��es n�o param por a�. Dos 26.936 interessados, 36,5% s� aceitam crian�as brancas. Enquanto 2,1% s� as negras (veja quadro).

A grande dificuldade do sistema est� no excesso de adolescentes nos abrigos, uma vez que os n�meros apontam que a maioria das fam�lias que pretende adotar busca somente beb�s e crian�as de pouca idade. De acordo com n�meros atualizados pelo CNJ no �ltimo dia 10, mais de 35 mil menores vivem em abrigos � espera da ado��o ou de voltar � fam�lia de origem. Em vigor desde o fim de 2009, a nova lei da ado��o tem prolongado o tempo de perman�ncia dos menores nas entidades de acolhimento, uma vez que aumentaram os requisitos de prote��o �s crian�as e aos adolescentes.

Todos aqueles que se encontram em abrigo — que, segundo o CNJ, s�o 35.285 pessoas — est�o nas m�os de ju�zes, que t�m prazo de dois anos, desde a entrada da crian�a no abrigo, para definir o futuro dos acolhidos. Somente depois de um longo processo de an�lise � que o magistrado determina se o menor ser� inclu�do no Cadastro Nacional de Ado��o (CNA) ou se ser� devolvido aos pais ou �s fam�lias extensas, que s�o os tios e os av�s. Hoje, 4,9 mil crian�as e adolescentes fazem parte do cadastro. “A maioria dos pretendentes quer menina, branca, sem doen�a e que n�o tenha irm�os”, afirma o juiz auxiliar do CNJ Nicolau Lupianhes.

Em todo o pa�s, os principais motivos do acolhimento de crian�as em abrigo est�o relacionados a problemas familiares e � omiss�o do Estado. “Os fatores s�o normalmente de desestrutura familiar. Os pais, muitas vezes, s�o alco�latras, usam entorpecente. As crian�as acabam sendo v�timas do abandono, de abuso sexual e de maus-tratos”, detalha o juiz Nicolau Lupianhes. Segundo o magistrado, somente 30% dos menores costumam retornar para o conv�vio dos pais depois de passarem pelo abrigo. O restante segue para ado��o ou, no pior cen�rio, vive em abrigos at� completar 18 anos. No Distrito Federal, 618 menores est�o nos abrigos aguardando uma decis�o da Justi�a.

Pouco indicado
As condi��es dos 1.973 abrigos do pa�s s�o as mais variadas poss�veis, segundo o CNJ. No entanto, especialistas alertam que o abrigo nunca � um local ideal para a crian�a viver. “O lugar adequado para a crian�a � a fam�lia. Qualquer lugar que n�o seja a fam�lia n�o � ideal, mas o abrigo, �s vezes, � necess�rio”, reconhece a psic�loga Soraia Pereira, presidente do Projeto Aconchego — grupo de apoio a ado��o que atua h� 15 anos em Bras�lia. Lupianhes, do CNJ, diz que mais importante que o tempo de an�lise da situa��o da crian�a pela Justi�a � a cautela, para que prevale�a sempre a decis�o que for melhor para ela.

Mudar a idealiza��o geralmente feita pelos interessados em adotar � outra necessidade. “Crian�as mais velhas e grupos de irm�os t�m mais dificuldade de serem colocados em uma fam�lia substituta. Trabalhamos para mudar o perfil desse pretendente, passando a dar informa��es para eles”, diz Soraia. O juiz Lupianhes destaca que os grupos de apoio � ado��o s�o importantes parceiros do Judici�rio para o bom andamento dos processos. “S� conseguimos garantir os direitos se houver trabalhos em parceria.”

Em baixa no DF

Em 2010, segundo dados da Vara da Inf�ncia e da Juventude do Distrito Federal, foram autorizados 253 processos de ado��o — contra apenas 26 neste ano, conforme mostrou o Correio em reportagem no �ltimo dia 5. A m�dia mensal passou de 21 casos para tr�s em 2011, o que resultou em uma redu��o de 86% no n�mero de ado��es na capital do pa�s. Aqui, 98% dos pretendentes desejam crian�as com menos de 2 anos, mas, das 167 dispon�veis, 100 s�o adolescentes.

� espera da nova fam�lia

Para 4,9 mil crian�as e adolescentes, a Justi�a decidiu que eles ter�o de ser adotados. Saiba quem s�o os integrantes do Cadastro Nacional de Ado��o:

Brancos 33,8%
Negros 18,7%
Pardos 46,3%
T�m problemas de sa�de 22,5%

Os futuros pais

Conhe�a o perfil dos 26.936 retendentes � ado��o no pa�s:

Casados 80%
T�m filhos biol�gicos 25%
T�m filhos adotivos 10%
S� aceitam crian�as de 11 a 17 anos 0,5%
S� aceitam brancos 36,5%
S� aceitam negros 2,1%
S� aceitam pardos 5,7%
Indiferentes em rela��o
� ra�a da crian�a 33,7%

Fonte: CNJ


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