A facilidade de acesso e o baixo custo do crack est�o fazendo com que a droga se alastre pelo pa�s. Uma pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela Confedera��o Nacional de Munic�pios (CNM) revela que o crack est� substituindo o �lcool nos munic�pios de pequeno porte e �reas rurais. Nos grandes centros, uma pedra de crack custa menos de R$ 5.
Dentre os 4,4 mil munic�pios pesquisados, 89,4% indicaram que enfrentam problemas com a circula��o de drogas em seu territ�rio e 93,9% com o consumo. O uso de crack � algo comum em 90,7% dos munic�pios. “Verificamos que o uso de crack se alastrou por todas as camadas da sociedade, a droga que, em princ�pio, era consumida por pessoas de baixa renda, disseminou-se por todas as classes sociais”, aponta a pesquisa.
O custo efetivo das a��es de combate ao crack e outras drogas nos munic�pios chega a mais de R$ 2,5 milh�es. De acordo com o CNM, faltam profissionais capacitados e verbas destinadas para a manuten��o das equipes e dos centros de aten��o que deveriam estar dispon�veis aos usu�rios.
Em rela��o � seguran�a p�blica, os principais problemas est�o relacionados ao aumento de furtos, roubos, viol�ncia, assassinatos e vandalismo. Existem ainda apontamentos em rela��o � falta de policiamento nas �reas que apresentam maior vulnerabilidade.
Outra quest�o revelada pela pesquisa � a fragilidade da rede de Prote��o Social Especial e do Centro de Refer�ncia Especializado da Assist�ncia Social (Creas) que tem como objetivo trabalhar as demandas dos usu�rios de drogas. Estes servi�os s�o deficit�rios em 44,6% dos munic�pios.
De acordo com a pesquisa, um dos grandes problemas � a falta de controle das fronteiras do pa�s. “O efetivo policial � pequeno, mal remunerado e pouco treinado para enfrentar a din�mica do tr�fico de drogas.”
Outro fator relevante, segundo o CNM, � o papel que as ind�strias produtoras de insumos utilizados para o preparo do crack desempenham. “A grande quest�o � a fiscaliza��o da venda desses produtos, que atualmente � feita de maneira insuficiente.”
A primeira pesquisa da CNM, divulgada em dezembro do ano passado, mostrou que 98% dos munic�pios pesquisados confirmaram a presen�a do crack em sua regi�o. Em abril, a confedera��o lan�ou o portal Observat�rio do Crack para acompanhar a situa��o dos munic�pios, com informa��es sobre o consumo, os investimentos e os resultados das a��es de combate � droga.