O presidente da Associa��o Brasileira de Hematologia e Hemoterapia, Carmino Antonio de Souza, afirmou durante o Congresso Brasileiro de Hematologia e Hemoterapia (Hemo 2011) que a capta��o de doadores de sangue � um desafio cont�nuo, que exige a participa��o de toda a sociedade. Para ele, � fundamental desenvolver um m�todo de fideliza��o para formar doadores de repeti��o. A entidade � a organizadora do congresso que come�ou na quinta-feira e termina hoje (13), na capital paulista.
Segundo Carmino Antonio de Souza, 1,9% da popula��o doa sangue por ano, sendo que, desse total, 40% doaram duas vezes em 12 meses. O ideal, para reverter o d�ficit registrado no pa�s, seria que pelo menos 5% da popula��o adulta e sadia doassem sangue uma vez por ano. A doa��o � permitida a cada dois meses para os homens e tr�s meses para as mulheres.
“� preciso desenvolver campanhas de est�mulo para ter sangue em cada vez mais quantidade e qualidade. � um processo infinito porque se confunde com a quest�o da educa��o e cidadania, que � cont�nuo. A doa��o de sangue est� muito mais ligada �s a��es da sociedade do que do governo. O que o governo precisa prover � qualidade no sistema, regulando, estimulando e tendo normas para que esse sistema funcione. Governo e sociedade t�m que ser parceiros nisso.”
O coordenador-geral da Pol�tica Nacional de Sangue e Hemoderivados do Minist�rio da Sa�de, Guilherme Genovez, que participou ontem (12), do 15º Simp�sio Nacional de Capta��o de Doadores de Sangue, dentro do Hemo 2011, afirmou que o governo tem diversos projetos para chamar a aten��o da popula��o para a doa��o de sangue.
Um dos projetos estimula o envolvimento da sociedade, com destaque para os praticantes da religi�o adventista. “Esse � um exemplo espetacular. Tem dois dias de doa��o feita por eles e isso tem um impacto positivo.”
Genovez disse que o principal foco do governo � atrair para a doa��o de sangue os grupos de jovens a partir de 16 anos, que praticam esportes radicais, que surfam, correm, frequentam academia. Ou seja, n�o exclui outras pessoas, mas quer atrair os grupos de esportistas e pessoas que se preocupam com a sa�de e bem-estar. “Se eu conseguir fazer um rapaz de 16 anos doar, ele vai doar at� os 68 anos de idade, ent�o eu vou ter mais tempo desse doador ativo. Queremos gente que est� aberta para a vida que quer viver de uma maneira saud�vel.”
De acordo com ele, h� ainda o Projeto Escola que visa a captar doadores para o futuro. Os agentes v�o �s escolas e orientam os estudantes do ensino fundamental para que tenham um comportamento saud�vel e percam o medo da doa��o. “Assim, ao chegarem � idade permitida, j� t�m essa cultura da doa��o de sangue. Esse projeto est� bem espalhado no Sul e Sudeste”
Genovez explicou que o governo est� elaborando um cadastro nacional de doadores, para fazer o gerenciamento de todos os bancos de sangue do Brasil, mas que esse trabalho ainda esbarra em quest�es �ticas. “Tendo um cadastro de aptos teremos que ter um de n�o aptos e h� pessoas que n�o v�o querer que seu nome esteja nesse cadastro. Ent�o temos v�rias amarras morais e �ticas que t�m que ser negociadas com a sociedade como um todo.”