O n�mero de mortes de menores de 1 ano no pa�s � maior do que o registrado pelas autoridades, sobretudo nas regi�es com menor desenvolvimento socioecon�mico. Nas regi�es Norte, Nordeste e no semi�rido, �reas que registram alta fecundidade, por�m maior mortalidade infantil, muitos beb�s nascem e morrem sem qualquer registro civil.
De acordo com o gerente de Coordena��o de Popula��o e Indicadores Sociais, Fernando Albuquerque, a maior concentra��o de �bitos de menores de 1 ano est� em �reas rurais onde h� dificuldade de acesso aos servi�os b�sicos de sa�de.
“Conseguimos captar o �bito sem o indiv�duo ter uma certid�o. Essas crian�as s�o enterradas no pr�prio quintal da casa, principalmente em �reas rurais. O Minist�rio da Sa�de vem desenvolvendo uma pesquisa para investigar isso.”
Essa foi a primeira vez que o Censo introduziu no question�rio a pergunta sobre mortes de pessoas que haviam residido nas casas para comparar as estat�sticas do registro civil e as estat�sticas do Minist�rio da Sa�de. Em 2010, essa pergunta foi feita em todos os domic�lios, diferentemente de anos anteriores quando era feita apenas por amostragem.
A Regi�o Norte � a que registra o maior n�mero de casos de mortes de crian�as com menos de 1 ano. No Amazonas, 16% do total de �bitos s�o de crian�as menores de 1 ano. No Amap�, esse n�mero chega a 15%; no Acre, 12,6% e no Par�, 11%. No Nordeste, o estado do Maranh�o � o detentor do maior percentual de �bito de menores de 1 ano na �rea rural, com 10,2% do total de crian�as nessa faixa et�ria – o IBGE registrou quase 300% a mais de �bitos de menores de 1 ano do que os contabilizados pelo estado.
“Enquanto no estado do Rio um cart�rio cobre uma �rea m�dia de cerca de 193 quil�metros quadrados, em Rond�nia, por exemplo, essa propor��o � de cerca de 45 mil quil�metros quadrados aproximadamente. Dificulta a qualidade da informa��o”, comentou o pesquisador.
No outro extremo, o Distrito Federal aparece com 516 �bitos de menores de 1 ano pelo Registro Civil enquanto o censo registrou 359 mortes nesse grupo et�rio. Situa��o similar ocorreu nas regi�es Sul e Sudeste, as mais desenvolvidas do pa�s, em que o Censo 2010 registrou n�mero menor de �bitos gerais do que os do Registro Civil. O pesquisador explicou que isso se deve ao fato de que nessas regi�es h� mais idosos que moram sozinhos e em muitos domic�lios o recenseador n�o encontrou o entrevistado para declarar o �bito.
“A grande vantagem desses novos dados � que teremos boas informa��es onde geralmente elas s�o ruins, que s�o nas regi�es Norte e Nordeste e poderemos construir t�buas de mortalidade para as �reas rurais e urbanas e, conseq�entemente, fazer proje��es de popula��o para essas �reas e realizar pol�ticas p�blicas efetivas”, concluiu o gerente do IBGE.