(none) || (none)
UAI
Publicidade

Estado de Minas

PUC mostra que religi�es afro-brasileiras no Rio s�o v�timas de intoler�ncia


postado em 20/11/2011 11:05

Pesquisa da Pontif�cia Universidade Cat�lica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) sobre religi�es afro-brasileiras no estado do Rio comprova den�ncias de intoler�ncia religiosa. Dados preliminares do Mapeamento das Casas de Religi�es de Matriz Africana no Rio de Janeiro, que identificou 847 templos, revelam que 451 - mais da metade - foram v�timas de algum tipo de a��o que pode ser classificada como intoler�ncia em raz�o da cren�a ou culto.

No estado com a maior propor��o de praticantes de religi�es afro-brasileira na popula��o (1,61%), segundo levantamento da Funda��o Getulio Vargas com base no Censo 2010, a pesquisa da PUC-Rio identificou templos em 27 dos 92 munic�pios fluminenses. Embora n�o represente a totalidade das casas religiosas desse segmento no estado, de acordo com uma das coordenadoras, a professora Denise Fonseca, o mapeamento � o primeiro a tratar de casos de intoler�ncia religiosa.

Encomendada pela Secretaria de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial (Seppir), a pesquisa come�ou em 2008. Em fase de an�lise, indica que vaita o tipo de viol�ncia contra os templos. Segundo Denise Fonseca, a maioria dos casos relatados pelos entrevistados s�o "pequenas sabotagens", mas tamb�m agress�es. "Os relatos v�o desde carros sendo multados por uma pol�cia que nunca entra em determinada comunidade nem de dia nem de noite- a n�o ser em dia de atividades religiosas - at� a situa��o de pai de santo sendo espancado por praticantes de outras religi�es", disse.

Como os dados do mapeamento est�o sendo avaliados caso a caso, a professora explica que o perfil dos agressores requer uma "an�lise cuidadosa". Mas adianta que os relatos apontam para uma confirma��o de estat�sticas da Pol�cia Civil, sendo os praticantes de religi�es neopentecostais, os principais violentadores do templos de matriz africana. "N�o temos provas tang�veis, concretas, mas h� um conjunto de evid�ncias que constitui um quadro bastante claro", declarou a coordenadora.


O ataque de neopentecostais contra as religi�es afro-brasileira tem parte da explica��o no pr�prio preconceito sofrido pelo grupo, segundo o te�logo da Igreja Presbiteriana de Copacabana, o reverendo Andr� Mello. Ele explica que, para se afirmar, o grupo precisou "fazer barulho". Conquistou ve�culos de comunica��o e amplificou as estrat�gias para se proteger e para angariar fi�is. "O problema � que o pr�prio campo religioso n�o sabe lidar com a diversidade", avaliou.

Por outro lado, segundo a PUC-Rio, as maiores v�timas s�o os candombl�s da Baixada Fluminense. Embora os ataques precisem ser melhor estudados, Denise Fonseca avalia que os praticantes acabam mais "vis�veis para serem atacados" porque naturalmente exibem sinais de "perten�a racial", ou seja, "� o fen�tipo dos praticantes, os s�mbolos sagrados e o alinhamento aos valores do terreiro. Essa externalidade os torna alvos mas vis�veis, mas n�o mais vulner�veis", explicou.

A agress�es praticadas por fa��es criminosas tamb�m s�o denunciadas por sacerdotes, mas ainda n�o est�o evidentes no mapeamento. Segundo o representante do conselho de lideran�as religiosas que acompanha a pesquisa da PUC-Rio, pai Pedro Miranda, da Uni�o Espiritista de Umbanda do Brasil (Ueub), em alguns epis�dios, a intoler�ncia reflete "interesses comerciais", j� em outros, ocorre em fun��o da influ�ncia de seguidores de religi�es neopentecostais.

"Na zona norte, em comunidade dominada, traficantes impediam trabalhos em tendas porque o barulho dos atabaques atrapalhava o controle da chegada da pol�cia", disse pai Pedro, que como representante do templo onde atua, responde processo criminal por excesso de barulho durante suas cerim�nias. "Em outra comunidade, na qual um segmento de evang�licos escondia um traficante, em troca, a fac��o criminosa impedia os templos de realizarem suas atividades", completou.

H� tr�s anos, em um servi�o pioneiro no pa�s, respons�vel por acompanhar casos de intoler�ncia religiosa no Rio, o delegado Henrique Pessoa, da 4º Delegacia de Pol�cia, corrobora o dado da pesquisa. "Maci�amente, os agressores s�o neopentecostais", disse. "Eles t�m um discurso que acaba na viol�ncia", declarou, ao informar que recebe cerca de 40 den�ncias por ano.

Em fase de conclus�o, com a previs�o de ser apresentada em 2012, o mapeamento da PUC-Rio tamb�m constatou que centenas de templos t�m projetos de assist�ncia social. A maioria d� apoio a pol�ticas p�blicas de distribui��o de renda, suplementa��o alimentar para crian�as, desenvolvem projetos de educa��o de jovens e adultos e de sa�de.


receba nossa newsletter

Comece o dia com as not�cias selecionadas pelo nosso editor

Cadastro realizado com sucesso!

*Para comentar, fa�a seu login ou assine

Publicidade

(none) || (none)