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Estado de Minas

�ndios sul-mato-grossenses cobram mais aten��o do Estado brasileiro


postado em 02/12/2011 19:51


�ndios sul-mato-grossenses exigem maior aten��o do Estado brasileiro para o conflito entre eles e propriet�rios rurais, que se arrasta h� d�cadas, sem solu��o. L�deres de v�rias comunidades reuniram-se hoje (2), em Dourados, com parlamentares que integram a Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias e a Frente Parlamentar dos Povos Ind�genas da C�mara dos Deputados. Segundo o Conselho Indigenista Mission�rio (Cimi), 61 �ndios foram mortos no estado desde janeiro do ano passado.

De acordo com o antrop�logo Tonico Benites, �ndio Guarani Kaiow� e um dos representantes da comunidade de Jaguapir�, o processo de expuls�o dos �ndios de suas antigas terras intensificou-se no fim da d�cada de 1970, com a consolida��o das atuais propriedades rurais.

"At� ent�o, os �ndios estavam dispersos por todo o estado, alguns inclusive trabalhando nas fazendas. As poucas reservas ind�genas [sete] ent�o existentes estavam vazias", disse Benites. Segundo ele, o processo de expuls�o dos �ndios das �reas destinadas � produ��o agr�cola tornou-se mais intenso no in�cio da d�cada de 1980, quando epis�dios de viol�ncia se tornaram cada vez mais frequentes. "O que algumas pessoas chamam de retomada [territorial] n�s consideramos uma volta �s nossas terras tradicionais", ressaltou.

Inseguros, os �ndios dizem n�o confiar nas pol�cias Militar e Civil de Mato Grosso do Sul pedem maior presen�a da Pol�cia Federal, al�m da perman�ncia da For�a Nacional de Seguran�a no estado. Eles exigem ainda o esclarecimento dos casos de assassinato de �ndios e a puni��o dos culpados.

"Continuamos recebendo amea�as de fazendeiros, dizendo que n�o pensar�o duas vezes antes de atirar de novo em nosso povo", disse Rodolfo Vera, que teve um irm�o e um primo, Genivaldo e Rolindo Vera, mortos em 2009 no Acampamento Ypoi, em Paranhos. De acordo com Benites, a dist�ncia entre as delegacias da PF em Mato Grosso do Sul pode chegar a 200 quil�metros.

Para o vereador Otoniel Ricardo (PT), representante da aldeia Te´yikue, de Carapu, � importante que a For�a Nacional permane�a no estado para evitar novos atentados contra as comunidades ind�genas, como o que ocorreu no �ltimo dia 18, quando pistoleiros invadiram um acampamento, mataram o cacique e levaram seu corpo. Al�m disso, Otoniel sugere que as a��es de seguran�a p�blica levem em considera��o as particularidades da regi�o, como a proximidade com a fronteira.

Na opini�o de Otoniel Ricardo, a pol�tica estadual � anti-ind�gena. "Por isso, n�o confiamos nas pol�cias estaduais e queremos maior presen�a da Pol�cia Federal e da For�a Nacional", disse Ricardo, lembrando que a maioria dos presentes � audi�ncia s�o frequentemente amea�ados por causa de suas atividades.

Os participantes da audi�ncia tamb�m defenderam o fortalecimento dos �rg�os respons�veis pela sa�de ind�gena. Segundo eles, muitas vezes, seguran�as de algumas propriedades impedem funcion�rios do setor de prestar assist�ncia �s comunidades. Atualmente, o �rg�o respons�vel � a Secretaria Nacional de Sa�de Ind�gena, do Minist�rio da Sa�de. Anteriormente, a tarefa era da Funda��o Nacional de Sa�de (Funasa).

Al�m da demarca��o de novas terras ind�genas e de aux�lio governamental, os �ndios esperam ser recebidos pela presidenta Dilma Rousseff, em Bras�lia, de quem cobram maior aten��o � causa ind�gena. Eles a consideram "muito distante" de seus problemas.

"A presidenta Dilma est� muito distante da quest�o ind�gena. Por ser mulher, eu imaginava que ela teria mais aten��o. Algu�m precisa amolecer o cora��o dela, pois n�o fomos n�s que criamos toda essa situa��o. O Brasil est� parado na quest�o ind�gena", afirmou Anast�cio Peralta, da aldeia Panambizinho, de 1,2 mil hectares, localizada a cerca de 17 quil�metros do centro de Dourados.

Representam a Comiss�o de Direitos Humanos e Minorias e a Frente Parlamentar os deputados Domingos Dutra (MA), Erika Kokay (DF) e Padre Ton (RO), todos do PT. O deputado estadual Laerte Tetila, tamb�m petista, acompanha o grupo, que inclui ainda representantes da PF e da Funai.


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