A falta de abastecimento de �gua e de coleta de lixo est� relacionada ao alto n�mero de casos de dengue nas cidades. Dos 48 munic�pios com risco de surto da doen�a no ver�o, 62,5% t�m menos da metade das casas com acesso a saneamento adequado. � o que mostra um levantamento feito pela Ag�ncia Brasil a partir da lista do Minist�rio da Sa�de de cidades com risco de surto da doen�a e de dados sobre saneamento b�sico do Censo 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE).
Uma casa tem saneamento adequado, segundo crit�rios do IBGE, quando disp�e de rede de �gua, esgoto ou fossa s�ptica e coleta de lixo direta ou indireta feita por uma empresa. De acordo com o levantamento, em somente 18 cidades com risco de surto, a maioria das casas encontra-se nessa situa��o. O restante dos munic�pios enquadra-se em saneamento semiadequado, quando disp�e de pelo menos um dos servi�os, ou inadequado, quando n�o h� nenhum dos servi�os em pleno funcionamento.
Os munic�pios com os menores percentuais de saneamento adequado est�o no Norte e Nordeste, as duas regi�es com o maior grupo de cidades com chances de surto de dengue. Nas duas regi�es, s�o 39 cidades. Em Buritis (RO), Espig�o do Oeste (RO), Mucaja� (RR), Porto Acre (AC), S�o Raimundo Nonato (PI) e �gua Branca (PI), menos de 5% das casas t�m saneamento em condi��o adequada.
O Mapa da Dengue, do Minist�rio da Sa�de, tamb�m mostra que a aus�ncia de saneamento facilita o surgimento de criadouros do mosquito. No Norte, 44,4% dos focos de transmiss�o est�o no lixo, no Nordeste, 72,1% s�o relacionados ao abastecimento de �gua.
Para o secret�rio de Vigil�ncia em Sa�de do minist�rio, Jarbas Barbosa, o pior problema para o combate � dengue � o abastecimento irregular de �gua porque leva a popula��o a usar caixas d'�gua, potes e barris. Mal tampados, esses pequenos reservat�rios s�o ideais para o mosquito Aedes aegypti procriar devido � �gua parada, limpa e em pouca quantidade.
“Mesmo em muitas cidades com acesso [� rede de �gua], o fornecimento � intermitente”, disse o secret�rio. No lixo, o problema s�o as garrafas pl�sticas, tampinhas, pneus e outros recipientes onde a �gua da chuva se acumula com rapidez.
Apesar de admitir que o fornecimento irregular de �gua e a falta de recolhimento de lixo atrapalham as a��es para enfrentamento da dengue, Barbosa defende que nos locais onde h� aus�ncia desses servi�os � poss�vel prevenir a doen�a com h�bitos simples. As pessoas devem ser orientadas, por exemplo, a tampar as caixas d`�gua, tirar �gua dos pratinhos das plantas, limpar os ralos, recolher folhas das calhas e a manter o lixo fechado.
“N�o podemos esperar que todos os problemas sejam resolvidos para combater a dengue. H� problemas que podem ser resolvidos mais facilmente”, justificou o secret�rio.
Nos munic�pios com risco de surto de dengue, as equipes de sa�de encontraram larvas do mosquito em mais de 3,9% dos im�veis visitados, �ndice considerado preocupante pelo minist�rio.
Lista dos munic�pios com risco de surto de dengue:
�gua Branca (PI)
Afogados da Ingazeira (PE)
Araripina (PE)
Arapiraca (AL)
Arcoverde (PE)
Bonfim (RR)
Brasileia (AC)
Buritis (RO)
Cajazeiras (PB)
Catol� do Rocha (PB)
Camaragibe (PE)
Currais Novos (RN)
Catanduva (SP)
Cuiab� (MT)
Dom Eliseu (PA)
Espig�o do Oeste (RO)
Epitaciol�ndia (AC)
Floresta (PE)
Garanhuns (PE)
Governador Valadares (MG)
Guair� (PR)
Ilh�us (BA)
Itabuna (BA)
Itabora� (RJ)
Jequi� (BA)
Laranjeiras (SE)
Loanda (PR)
Maruim (SE)
Marab� (PA)
Mucaja� (RR)
Monteiro (PB)
Mossor� (RN)
Nova Londrina (PR)
Ouro Preto do Oeste (RO)
Pianc� (PB)
Palmeira dos �ndios (AL)
Parauapebas (PA)
Pacara�ma (RR)
Porto Acre (AC)
Porto Velho (RO)
Rio Branco (AC)
S�o Raimundo Nonato (PI)
Santa Cruz do Capibaribe (PE)
Sim�es Filho (BA)
Senador Guiomard (AC)
S�o Fid�lis (RJ)
Sarandi (PR)
Tucuru� (PA)