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Estado de Minas

Trag�dia em Sapucaia: cen�rio de tristeza e dor sem limites

Ruas inteiras de cal�amento e asfalto descascadas como se fossem de areia


postado em 10/01/2012 07:48

Al�m Para�ba (MG) e Sapucaia (RJ) – Um tsunami de lama causou mortes e entre moradores de Minas e do Rio de Janeiro. Pelos menos 11 pessoas morreram ontem nos dois estados em decorr�ncia de enchentes e deslizamentos. Enquanto do outro lado da ponte sobre o Rio Para�ba do Sul, no munic�pio fluminense de Sapucaia, um desmoronamento soterrava sete casas na Rua dos Barros, no Bairro Jamapar�, provocando ao menos oito mortes, o C�rrego Limoeiro se levantava em onda de lama de oito metros para devastar Al�m Para�ba e derrubar barreira que isolou o principal hospital da cidade. Na Vila Santa Rita, um dos pontos mais atingidos pela nova cat�strofe na Zona da Mata, o cen�rio que o Estado de Minas encontrou foi id�ntico ao de Guidoval – comparado por homens do Ex�rcito experientes em miss�es internacionais como “um peda�o do Haiti”. Com a trag�dia em Al�m Para�ba, subiu para 15 o n�mero de mortes no estado em decorr�ncia da chuva. J� s�o 116 cidades munic�pios em situa��o de emerg�ncia.

Em Al�m Para�ba, ruas inteiras de cal�amento e asfalto descascadas como se fossem de areia. Casas, muros e ve�culos revirados aos cacos. Dezenas de moradores espalhados, desolados e sujos, de caminhar sem dire��o, ainda sem acreditar no ocorrido: o Rio Para�ba do Sul, abarrotado, sem espa�o para dar vaz�o ao C�rrego Limoeiro, levou e destruiu tudo o que encontrou pela frente. O resultado do excesso da �gua espessa e amarela lavou raio de quil�metros como se bairros e vilas fossem maquete com casinhas e carrinhos de pl�stico. E pessoas. At� a noite de ontem, a Defesa Civil contava tr�s mortos e muitos moradores falavam em desaparecidos.

N�o se sabe ao certo o n�mero de desabrigados. Mas casos tristes n�o faltam pelas esquinas de Al�m Para�ba. Uma mulher gr�vida, funcion�ria p�blica, perdeu o beb� por n�o conseguir chegar ao Hospital S�o Salvador, com seu �nico acesso interditado.

Os mortos na madrugada de desespero e dor, at� � noite de ontem, s�o Maria Aparecida Alves, de 32, e o filho, Igor Alves, de 3, e um homem ainda n�o identificado. Os corpos de m�e e filho aguardavam libera��o no necrot�rio do cemit�rio municipal. Na delegacia, onde policiais procuravam dar apoio � fam�lia, a tia de Maria Aparecida, Eliane da Silva, de 42 – na companhia do marido, Jos� Maria, de 58, lavrador – contou que a sobrinha, sem marido, deixa duas filhas: Let�cia, de 6, e Leandra, de 9.

HER�I
Entre as express�es de tristeza e desespero no cen�rio de destrui��o de Al�m Para�ba, um homem � festejado por um garoto: “Foi ele, mo�o. Ele quem pulou para salvar uma menina que a correnteza levava”, diz o menino orgulhoso pelo feito de Wellington Lu�s Melo, de 47, mais conhecido como Magal. “Eram 2h. Minha casa fica em cima da minha oficina. Eu ia me deitar, mas, com toda a movimenta��o que estava na rua sa� para ver, e tudo foi se complicando rapidamente. De repente, a gente come�ou a ver as pessoas sendo carregadas pelas �guas. E tudo muito escuro, n�o dava para enxergar direito. A�, eu vi uma crian�a e n�o pensei duas vezes. Pulei, n�o dava p�, mas consegui nadar e tir�-la da �gua”, emociona-se. O vizinho, sem camisa e todo sujo de lama, que testemunhou o ato heroico de Magal, conta que a �gua, na parte alta da vila, estava com mais de dois metros.

Do outro lado do Rio Para�ba do Sul, 60 homens da Pol�cia Militar e do Corpo de Bombeiros do estado do Rio de Janeiro, entre destro�os das sete casas de Jamapar�, trabalhavam em busca de sobreviventes. O cen�rio era de dor e desespero. Na beira da pequena via que d� acesso � Rua dos Barros, no Bairro Jamapar�, familiares choravam aos menos oito mortos e o n�mero desconhecido de desaparecidos. Vizinhos procuravam oferecer amparo e ajudavam a alimentar esperan�as. Os policiais que trabalhavam no resgate isolaram a �rea para conter o n�mero de curiosos que se agruparam na localidade. Marilda Ribeiro Alves, de 69, subprefeita do 4º Distrito de Sapucaia, moradora do Bairro do Bar�o, conhecia todos os moradores soterrados e acompanhava de perto a opera��o. “At� agora j� retiraram quatro corpos. Dois adultos e uma crian�a. � muito triste. Rolou pedra, barro bambu. Desceu foi tudo. Ningu�m teve tempo de nada. Eram 4h30 quando tudo aconteceu”, conta Marilda. Jo�o Batista Ribeiro, o Garcia, de 60, auxiliava com tristeza o resgate no munic�pio do Rio.

N�o longe dali, a uma ponte de dist�ncia sobre as �guas da morte, Al�m Para�ba tamb�m segue a recolher seus destro�os. Pelos caminhos de dif�cil acesso na regi�o afetada, como em Guidoval, com amontoados de m�veis, roupas e restos entulhados em frente ao que sobrou das casas, eram muitos os apelos por aten��o.


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