O ano letivo da rede municipal de ensino do Rio de Janeiro foi aberto nesta segunda-feira na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, na zona oeste. O local foi palco de um massacre, em abril do ano passado, quando o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira matou a tiros 12 crian�as e deixou dez feridas.
O acesso principal tamb�m mudou de endere�o, passando da Rua General Bernardino de Matos para a Rua Jornalista Marques Lisboa. A sala de aula onde os alunos foram baleados teve as paredes demolidas e virou �rea de passagem para um novo pr�dio anexo. O edif�cio rec�m-constru�do tem quatro andares e conta com sala de inform�tica, biblioteca, laborat�rio de ci�ncias e audit�rio com capacidade para 100 pessoas, al�m de uma sala multiuso para aulas de dan�a e karat�.
A reforma tamb�m contemplou o pr�dio principal da escola. As 15 salas de aula receberam novos quadros, murais, arm�rios, instala��es para computadores e projetores, al�m de terem sido equipadas com ar condicionado e forro ac�stico.
Segundo a secret�ria municipal de Educa��o, Claudia Costin, a reforma � importante para ajudar a superar o trauma, mas a motiva��o e a anima��o da equipe escolar � o que traz esperan�a de “um grande ano letivo”.
“Pr�dio n�o educa. Eu estou feliz com o novo pr�dio, ele tem muitos dos sonhos dessa escola, mas estou mais feliz ainda com a motiva��o dos professores. Eles tiveram um papel important�ssimo no ano passado para acalmar os alunos e a anima��o deles � o que me deixa mais feliz”, afirmou ao visitar as novas instala��es, acompanhada do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
A secret�ria acrescentou que apesar de alguns alunos terem mudado de escola logo ap�s a trag�dia, foram recebidas cerca de 100 novas matr�culas para este ano. A unidade atende cerca de mil alunos do 4º ao 9º ano do ensino fundamental durante o dia e aproximadamente 250 no turno da noite.
Claudia Costin tamb�m informou que toda a equipe pedag�gica da rede municipal de ensino passou por uma semana de capacita��o antes do retorno �s atividades.
A dona de casa Gildete Antunes, ex-aluna da escola e m�e de Gisele Antunes, aluna do 6º ano, disse que a escola ficou mais bonita e mais aconchegante. Para ela, no entanto, nada vai conseguir apagar a dor vivida naquele 7 de abril de 2011.
“Ficou muito bonito, deu vida ao lugar. Mas esquecer o que aconteceu, jamais. N�o tem como”, lamentou. Brenda Rocha Tavares, 14 anos, que foi atingida por uma bala e perdeu a irm� g�mea, Bianca, tamb�m v�tima do atirador, elogiou as mudan�as na escola, mas disse que ainda � dif�cil superar o trauma.
“Est� tudo muito bonito e colorido, mas nunca vai apagar o sofrimento que vivi”, afirmou. J� Adriana Maria da Silveira, presidente da Associa��o Anjos de Realengo, disse que apesar da tristeza por ter perdido a filha Lu�sa Paula da Silva na trag�dia, alegra-se por saber que outros alunos ter�o melhores condi��es de estudo.
“Eu n�o pude ver a minha filha se formar, mas fico feliz por saber que por causa dos 12 (que morreram no massacre) milh�es v�o ter educa��o com mais qualidade aqui”, disse.