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Estado de Minas

"Elo� tinha certeza de que ia morrer", diz Nayara

Ao depor sobre o assassinato da amiga aos 15 anos pelo namorado, em outubro de 2008, Nayara Rodrigues da Silva, que tamb�m foi v�tima, disse que adolescente esperava o pior


postado em 14/02/2012 11:20 / atualizado em 14/02/2012 11:22

Bras�lia – O primeiro dia do julgamento de Lindemberg Alves Fernandes, de 25 anos, acusado de matar a ex-namorada Elo� Cristina Pimentel, em 18 de outubro de 2008, quando ela tinha 15 anos, trouxe � tona revela��es sobre o momento do crime e a personalidade agressiva, por�m vol�vel, do acusado – que demonstrava rea��es de nervosismo alternadas com tranquilidade durante os cinco dias de sequestro no qual Elo� foi mantida ref�m no apartamento da fam�lia, no Jardim Santo Andr�, no ABC Paulista.

As revela��es foram feitas, especialmente, pela testemunha de acusa��o Nayara Rodrigues, de 18, amiga de Elo� e uma das v�timas do r�u. Ela estava no apartamento da amiga no momento da invas�o do ex-namorado e vivenciou as cenas da trag�dia. Em depoimento no Tribunal do J�ri da Comarca de Santo Andr� (SP), a testemunha afirmou que os disparos de Lindemberg foram efetuados antes de os policiais militares do Grupo de A��es T�ticas Especiais (Gate) entrarem no apartamento. O acusado deu pelo menos tr�s tiros – dois atingiram Elo�, na cabe�a e na virilha, e outro acertou o nariz de Nayara.

O relato sobre o momento dos disparos � fundamental para a forma��o da opini�o dos sete jurados – seis homens e uma mulher. Isso porque uma das estrat�gias da defesa de Lindemberg � corresponsabilizar fatores externos pelo desfecho do sequestro, entre eles a atua��o policial e o papel da imprensa. A defesa apresentou material audiovisual, como reportagens de televis�o, que sugerem que o r�u s� teria atirado devido � iniciativa dos policiais. A acusa��o, por outro lado, tamb�m usou reportagens que mostravam a incurs�o dos policiais para refor�ar que os tiros disparados por Lindemberg foram efetuados antes do ingresso da PM no local do crime e que foram os tiros do r�u que atingiram Elo�, provocando sua morte.

A advogada Ana L�cia Assad, que representa Lindemberg, apresentou ainda entrevistas criticando a atua��o de jornalistas que chegaram a conversar com o acusado enquanto ele mantinha os r�us em cativeiro. J� a promotora Daniela Hashimoto exibiu, entre o material, um v�deo retratando o comportamento agressivo do r�u.

A acusa��o usou, durante o julgamento, reportagem com depoimento do doutor em per�cia Ricardo Molina. Ao Estado de Minas o especialista refor�ou que, de acordo com as an�lises dos v�deos e �udios registrados no local do crime, os disparos efetuados por Lindemberg foram feitos depois da explos�o da porta do apartamento pelos policiais, mas antes que eles tivessem tido tempo de ingressar no local. “Entre a explos�o e o primeiro disparo de bala houve um intervalo de apenas quatro segundos. Dois segundos depois veio o segundo tiro, seguido do terceiro. A pol�cia demorou cerca de 18 segundos para entrar ap�s a explos�o. Considero uma a��o demorada”, relatou.

BOA RELA��O Em nove horas e quinze minutos do primeiro dia de um julgamento que deve demorar de tr�s a quatro, foram ouvidas quatro testemunhas. Nayara revelou que tinha uma boa rela��o com o acusado antes do fim do relacionamento entre Elo� e o rapaz. Depois, ele teria passado a odi�-la: “Ele achava que eu influenciava negativamente a Elo�. Ele achava que ela tinha terminado o namoro por minha causa. Ele me odiava e odiava minha m�e”. Ainda segundo Nayara, o acusado foi violento com a ex-namorada durante o sequestro. “Ele batia nela o tempo todo dentro da casa, n�o largava a arma”, afirmou. “A Elo� falava o tempo todo que tinha certeza de que ia morrer”, completou.

Al�m de Nayara, havia dois amigos de Elo� no apartamento quando Lindemberg o invadiu. Ela chegou a ser libertada, mas voltou ao cativeiro depois de uma negocia��o com o acusado. Ainda ontem, prestaram depoimento os amigos Iago Vilera e Victor Campos, que tamb�m estavam no local do crime. O sargento da Pol�cia Militar Atos Ant�nio Valeriano, que escapou de um tiro durante o sequestro, foi o �ltimo a falar.

Pena de 52 anos

O Minist�rio P�blico de S�o Paulo (MPSP) vai pedir a condena��o de Lindemberg a 52 anos de pris�o por ter certeza de que a bala que matou Elo� partiu da arma que ele usava. J� a defesa vai assumir a linha de que sempre foi um bom mo�o. A m�e de Elo�, Ana Cristina Pimentel, disse esperar que ele seja condenado. Ela e filho mais novo, Ederson Douglas, foram chamados como testemunhas. Apesar de convocados pela defesa, eles depor�o em ju�zo. Isso pode ser estrat�gia da defesa, para que as rea��es da m�e n�o influenciem os jurados.


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