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Estado de Minas

Comida oferecida a pacientes do Hospital Santa Maria, em Bras�lia, tinha at� mofo

Secretaria de Sa�de e empresa fornecedora de alimentos para a unidade de Santa Maria est�o em lit�gio por m� qualidade das refei��es


postado em 06/03/2012 08:38 / atualizado em 06/03/2012 08:57

Na comida feita para os pacientes e funcion�rios do Hospital Regional de Santa Maria, j� foram encontrados cabelo, insetos e at� mofo. Os carros de distribui��o dos alimentos est�o em p�ssimas condi��es de higiene e havia a pr�tica de reaproveitamento de sobras de refei��es anteriores, al�m de erros na execu��o de dietas restritas e atraso na entrega da comida. Essas acusa��es pesam sobre a Cial Restaurantes Empresariais, prestadora de servi�os de alimenta��o hospitalar no HRSM desde 2009. A empresa garante j� ter sanado os problemas. A Secretaria de Sa�de (SES-DF) confirma a vers�o da Cial, mas, desde o ano passado, impede a empresa de assumir o contrato que venceu em licita��o para continuar a prestar o servi�o. A decis�o final caber� ao Tribunal de Contas do Distrito Federal.

A Cial tem sede em Goi�nia (GO). No site da empresa, s�o listados como alguns dos clientes a Prefeitura de Goi�nia, a Pol�cia Federal e o Governo de Goi�s. O s�cio-propriet�rio da Cial, Frederico Valente, admite alguns dos erros apontados no HRSM e nega outros, sem, no entanto, especificar quais. Valente diz que, ap�s tomar conhecimento das irregularidades, procurou san�-las rapidamente. Em nota, a Secretaria de Sa�de confirmou as corre��es. “Foram detectadas pela Vigil�ncia Sanit�ria, em inspe��o solicitada pela SES-DF, algumas pend�ncias, que foram corrigidas pela empresa, fato constatado em vistoria posterior da pr�pria Vigil�ncia Sanit�ria, ainda no segundo semestre de 2011”, corrobora o governo.

“Tanto as pend�ncias foram resolvidas que me chamaram para a licita��o e eu ganhei”, diz Valente. O certame em quest�o aconteceu no fim do ano passado. A empresa obteve atestado de qualifica��o t�cnica da Dire��o de Assist�ncia � Sa�de, mas acabou desclassificada em fun��o de um parecer da Ger�ncia de Nutri��o da secretaria que condenou o servi�o prestado no contrato anterior. Quem assumiria o servi�o seria a empresa Sanoli, que j� atua em diversos hospitais da rede.

A Cial acionou o Tribunal de Contas do DF e conseguiu suspender, em car�ter liminar, o processo de contrata��o da segunda colocada na licita��o at� que o m�rito da quest�o fosse julgado. Segundo o inqu�rito, a empresa chegou a responder processo administrativo dentro da secretaria por causa das infra��es no HRSM, mas recebeu apenas uma advert�ncia. “Ora, se tais falhas fossem graves, a empresa teria sido apenada com a inabilita��o para participar de licita��es com a administra��o”, afirma a Cial, no processo.

Valente afirma que, desde 18 de novembro, a empresa continua fornecendo as refei��es a pacientes e funcion�rios do hospital sem ter contrato e, assim, n�o recebe pelo servi�o. O TCDF deve julgar nesta semana o m�rito da quest�o. Caso o tribunal decida cancelar a primeira disputa, a Secretaria de Sa�de poder� contratar outra empresa.

Detalhes
Memorandos enviados pela Ger�ncia de Nutri��o da secretaria e pelo setor de nutri��o do pr�prio hospital para a SES, entre julho e outubro do ano passado, descrevem cen�rio temer�rio para os consumidores dos alimentos manipulados pela Cial. O Correio teve acesso a tr�s of�cios. Em um deles, em 6 de julho, o nutricionista Henrique Abreu, do HRSM, lista nove irregularidades (veja fac s�mile).

No dia seguinte, a Ger�ncia de Nutri��o da secretaria encaminhou novo memorando � Unidade de Administra��o Geral. Nele, constam descri��es de irregularidades que v�o desde alimentos contaminados a distribui��o errada de refei��es e at� a aus�ncia delas. Um dos t�picos descreve ainda o “reaproveitamento de sobras de refei��es recorrente (carne do almo�o reaproveitada para o jantar)”. Os funcion�rios do hospital teriam reunido todas as reclama��es em uma ata com 50 p�ginas, com relatos coletados desde 8 de junho.

A nutricionista Adriana Haack de Arruda Dutra sublinha, em um of�cio, um fato espec�fico. “Ressalto, pela gravidade da ocorr�ncia, o fato ocorrido em 26 de junho… Onde subiram gelatinas mofadas para o 3ª andar… A UAN (Unidade de Alimenta��o Nutricional) foi comunicada, n�o sabendo relatar qual dia as mesmas foram feitas.”

Em 6 de outubro, o Relat�rio de Inspe��o do Contrato com a Cial deu nota 5, de um m�ximo de 10, para a presta��o de servi�o. No quesito de avalia��o sobre o controle de qualidade e controle de avalia��o microbiol�gica de nutri��o enteral e de f�rmulas infantis, mecanismo para evitar contamina��o de alimentos, a Cial recebeu nota zero. “N�o est�o sendo feitas as an�lises de controle microbiol�gico”, pontua a fiscaliza��o.

Puni��o indeferida
A empresa tamb�m teve problemas com o Departamento Penitenci�rio Nacional por conta de supostas irregularidades no contrato de fornecimento de alimenta��o ao N�cleo de Cust�dia de Policiais Militares. O TCDF entrou no m�rito, mas n�o constatou problemas e indeferiu o pedido de puni��es � empresa.


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