Chevron quer parar atua��o no Brasil

Alvo de processos no Brasil que podem resultar em multas de at� R$ 260 milh�es, a petroleira norte-americana Chevron identificou um novo vazamento no Campo do Frade, na Bacia de Campos – mesmo local do grande desastre de novembro (veja Mem�ria). A empresa informou que a vaz�o ocorre h� 11 dias, a tr�s quil�metros do po�o em que, anteriormente, houve um derramamento, mas n�o sabe dizer se h� rela��o entre os dois casos.

Ainda segundo a companhia, apenas cinco litros de �leo chegaram � superf�cie. Uma fissura, por�m, localizada a 800 metros no solo do fundo do mar, parece continuar soltando �leo. O diretor de assuntos corporativos da Chevron, Rafael Jean, anunciou ontem que a empresa pediu � Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP) autoriza��o para suspender a produ��o de petr�leo no Brasil, com o objetivo de “preparar um estudo complementar para o melhor entendimento da estrutura geol�gica da �rea”.

A ANP n�o recebeu o pedido, mas autuou a companhia na ter�a-feira devido ao novo vazamento. Segundo nota da ag�ncia reguladora, a Chevron n�o cumpriu medidas preventivas exigidas na ocasi�o do vazamento de novembro. Uma delas, que poderia ter evitado esse derramamento, � a instala��o de um coletor, que evita a libera��o de �leo no mar. T�cnicos da ANP se mant�m no Centro de Comando de Crise da Chevron para colher dados sobre o atual desastre. A petrol�fera j� instalou o coletor no local.

Conforme informou a empresa, uma mancha de �leo pequena foi identificada no dia 4, mas o local de origem da vaz�o s� foi detectado nove dias depois. A empresa acredita que o acidente atual n�o tem rela��o com o de novembro, por estar a 1,3 mil metros de dist�ncia. A �nica certeza � a exist�ncia da fissura, encontrada pelo rob� ROV, no fundo do mar. Com equipamento de conten��o instalado no local e com uma dispers�o mec�nica, a mancha n�o est� mais vis�vel, informou a Chevron.

AUTUA��ES

Com a penalidade desta semana, chegam a 12 as autua��es impostas pela ANP � Chevron. Desse montante resultaram quatro processos administrativos que estipular�o as multas devidas pela companhia � ag�ncia. Cada uma delas pode chegar a R$ 50 milh�es. Sobre o pedido de cancelamento das opera��es no pa�s, a ANP destacou, por meio da assessoria de imprensa, que analisar� as justificativas t�cnicas da Chevron para dar uma resposta.

A preocupa��o de ambientalistas � com a veracidade das informa��es dadas pela Chevron. As investiga��es sobre o derramamento de 2011 est�o conclu�das, mas a ANP n�o divulgou o conte�do do inqu�rito alegando diverg�ncias em alguns pontos com a Chevron. A empresa continua proibida de perfurar novos po�os no pa�s.

Mem�ria

Pedido de desculpas

Em novembro, a empresa americana Chevron foi respons�vel por um grande vazamento de �leo no Campo do Frade. O acidente teve in�cio em 7 de novembro, mas a petroleira s� comunicou o fato ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renov�veis (Ibama) dois dias depois. Inicialmente estimada pela Chevron em 60 barris, a mancha atingiu uma �rea de 163km² e o vazamento calculado foi de 880 a 3,3 mil barris de �leo. A preocupa��o na �poca era de que o material atingisse as praias do litoral do Rio. Por conta dos danos causados � regi�o, o Minist�rio P�blico Federal (MPF) em Maca� (RJ) instaurou tr�s inqu�ritos para investigar os impactos para a pesca e o meio ambiente. Ap�s as investiga��es, a Pol�cia Federal emitiu documento concluindo que o po�o “n�o podia e n�o devia ter sido perfurado”, devido �s condi��es de press�o locais. De acordo com o documento da PF, a empresa assumiu o risco de desastre ambiental e agiu de maneira irrespons�vel. O presidente da empresa norte-americana, George Buck, compareceu a uma audi�ncia p�blica na C�mara dos Deputados e chegou a pedir “desculpas” aos brasileiros
e ao governo.