Rio de Janeiro – O procurador da Rep�blica Eduardo Santos, do Minist�rio P�blico Federal em Campos dos Goytacazes (RJ), afirmou, nessa segunda-feira, que n�o descarta pedir � Justi�a a pris�o preventiva de executivos da Chevron, respons�vel pelo vazamento de 2,4 mil barris de �leo no Campo do Frade, em novembro, e pelo “afloramento” divulgado na semana passada. Segundo ele, a den�ncia ser� formalizada nesta semana, com base na Lei de Crimes Ambientais (9.605). No relat�rio da Pol�cia Federal e do MPF, o excesso de press�o na perfura��o do po�o superior � tolerada � apontado como uma das principais causas dos problemas. “O crime est� em andamento, por isso eu n�o descarto (pedir) a pris�o”, afirmou o procurador.
Santos foi o autor do pedido de medida cautelar que resultou na proibi��o, determinada pela Justi�a na noite de sexta-feira, de que 17 funcion�rios da Chevron e da Transocean, que operava a plataforma na Bacia de Campos, se ausentem do pa�s at� o julgamento da a��o penal. O presidente da Chevron, George Raymond Buck III, est� na lista. O procurador em Campos acusa a Chevron de “ter botado uma press�o maior que a suportada e ter cavado al�m do que foi autorizado”. “Eles assumiram um risco premeditado”, afirmou. “O vazamento n�o � mais no po�o, � na rocha reservat�ria, e n�o tem como ser controlado. N�o se sabe a capacidade. � uma cratera no solo marinho.”
O delegado da Pol�cia Federal F�bio Scliar, respons�vel pelo inqu�rito, tamb�m afirmou, baseado no depoimento de ge�logos, que houve excesso na press�o usada na inje��o de fluido de perfura��o. “O po�o explodiu e depois foi necess�rio usar mais press�o para abandon�-lo.” Segundo ele, uma �rea de cerca de sete quil�metros quadrados do Campo do Frade pode estar sob risco de novos vazamentos. “A situa��o � grave e est� fora de controle. Como � in�dita, a ind�stria n�o est� preparada para responder.”
O novo afloramento ocorreu a 3 quil�metros do po�o que vazou em novembro e a Chevron admitiu um afundamento na �rea em que se formou uma fissura de 800 metros. “A empresa vai respeitar a lei brasileira e defender seus empregados com todos os recursos que a lei oferece”, disse ontem o diretor de Assuntos Corporativos da Chevron, Rafael Jaen. Segundo ele, a petroleira ainda n�o foi notificada sobre a decis�o que impede funcion�rios de deixar o pa�s. Em rela��o ao afloramento de �leo, Jaen afirmou que a situa��o est� sob controle. “S�o gotas que saem do subsolo. Todos os dias fazemos sobrevoos e a mancha est� diminuindo.”
O diretor disse que a mancha estava sendo dispersada com jatos de �gua: “Fragmentada, concentra dois litros de �leo”, afirmou. Segundo ele, a petroleira interrompeu suas opera��es no Campo do Frade e a inten��o � retomar as atividades ap�s a conclus�o de um estudo geol�gico “t�cnico e profundo”, realizado em conjunto com a Petrobras. “Por enquanto, s�o especula��es, hip�teses e teorias.” A Transocean informou apenas que “vem cooperando com as autoridades, mas continuar� defendendo veementemente os seus colaboradores”.
SOBREVOO
De acordo com a Ag�ncia Nacional de Petr�leo (ANP), foram identificados desde a semana passada cinco pontos de vazamento ao longo de uma fissura de 800 metros, de onde se observava o aparecimento de got�culas de �leo, em uma vaz�o reduzida. Na noite de sexta-feira, a ANP consentiu que a empresa interrompesse totalmente a produ��o do Campo do Frade. Foi criado um comit� para avaliar o vazamento, coordenado pela ANP, que ter� o Minist�rio de Minas e Energia como observador. De acordo com a ANP, at� o momento n�o h� elementos que indiquem tend�ncia de aumento do vazamento. A Marinha do Brasil vem monitorando a �rea do campo e o pr�ximo sobrevoo est� programado para hoje.