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Estado de Minas

Problemas ambientais n�o s�o resolvidos pelo mercado, diz representante do MST

Marcelo Dur�o pretende fazer na C�pula dos Povos uma reflex�o sobre as causas estruturais do sistema econ�mico que vigora no mundo e como afetam os territ�rios


postado em 21/03/2012 08:02

Rio de Janeiro - O representante da Via Campesina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) no Rio, Marcelo Dur�o, disse que os problemas ecol�gicos, do ambiente, do trabalho e das cidades n�o s�o resolvidos pelo mercado ou pelas “falsas solu��es” que ele apresenta.

Dur�o pretende fazer na C�pula dos Povos, que ocorrer� paralelamente � Confer�ncia das Na��es Unidas sobre Desenvolvimento Sustent�vel, a Rio+20, em junho pr�ximo, no Rio, uma reflex�o sobre as causas estruturais do sistema econ�mico que vigora hoje no mundo e como elas afetam os territ�rios, tanto nas cidades quanto no campo.

Durante a c�pula, que se estender� de 15 a 23 de junho, as diversas organiza��es n�o governamentais (ONGs) brasileiras e internacionais planejam apresentar experi�ncias concretas que os povos v�m fazendo em todo o mundo. “E que, para n�s, s�o as verdadeiras solu��es de preserva��o ambiental e de respeito (ao meio ambiente), que socializam a riqueza e fazem uma l�gica totalmente diferente da que est� sendo proposta pela Rio+20, que pretende resolver os problemas pelo mercado”.

Dur�o assegurou que a contribui��o das ONGs que participar�o da C�pula dos Povos ser� de cr�tica na Rio+20. “Vamos tentar propor outro paradigma, outra sociedade e outra vis�o para a solu��o dos problemas ambientais e de ac�mulo e concentra��o de riqueza”. Ele n�o tem d�vida de que existem solu��es diferentes e que n�o passam, necessariamente, pela elabora��o de grandes acordos, como os que est�o sendo feitos entre chefes de Estado e grandes corpora��es.

A ideia � mostrar solu��es que envolvam a sociedade civil na pr�tica. Institui��es do Cerrado brasileiro, por exemplo, querem demonstrar a experi�ncia das cisternas comunit�rias; os agricultores familiares pretendem apresentar experi�ncias da agroecologia, que se contrap�em ao agroneg�cio. “N�o s� ficar na cr�tica, mas mostrar que existem solu��es concretas para os problemas que est�o a�”.

Membro do Comit� Facilitador da Sociedade Civil na Rio+20, pelo lado brasileiro, Dur�o revelou que alguns temas j� definidos para debates coletivos na C�pula dos Povos s�o direitos humanos e territoriais (campo e cidade); bens comuns; agricultura e soberania alimentar; soberania energ�tica e ind�stria; valores e paradigmas.

A C�pula dos Povos pretende lan�ar um documento geral, al�m dos tem�ticos, ao fim do evento. “Os objetivos nossos s�o tentar uma agenda global unificada, tanto de luta, de mobiliza��o, quanto de den�ncia das falsas solu��es, e uma rearticula��o global, nos moldes do que a gente conseguiu fazer na �rea de Livre Com�rcio das Am�ricas (Alca)” - tratado de com�rcio proposto pelos Estados Unidos em 1994, com o objetivo de eliminar barreiras alfandeg�rias entre os 34 pa�ses da regi�o.

Marcelo Dur�o disse ainda que a proposta agora � articular as organiza��es, com a finalidade de pensar quest�es maiores que ultrapassem a c�pula. “A C�pula dos Povos � um processo dentro de tudo que a gente tem feito. Existe a clara no��o de que o evento n�o se encerrar� em si mesmo, mas ter� continuidade".

Para a Via Campesina, a expectativa � pessimista em rela��o � Rio+20. Dur�o apontou as grandes corpora��es como os principais vil�es da crise financeira, iniciada em 2008, e da atual crise econ�mica que se expande na Europa, na medida em que conseguem colocar seus interesses acima (dos interesses) do Estado. Para ele, as estrat�gias formuladas t�m como �nica meta centralizar e acumular riqueza nas grandes corpora��es. Essas estrat�gias, acrescentou, n�o visam, de fato, a solucionar problemas como os que est�o ocorrendo no mundo, entre eles as mudan�as das leis trabalhista e ambiental.

“A mudan�a do C�digo Florestal vai possibilitar o desmatamento e a entrada do agroneg�cio em 8 mil hectares que ainda est�o intoc�veis”, disse. Ele classificou como cilada um dos temas que ser�o abordados na Rio+20, que � a economia verde. "Voc� tenta travestir de verde o mau e velho capitalismo”.

Segundo Dur�o, trata-se das mesmas estrat�gias do passado, “s� que, agora, com foco ambiental e clim�tico”. No fundo, permanecem as metas de descentraliza��o e ac�mulo de riquezas, �s quais se somam elementos voltados � sustentabilidade, como fontes renov�veis de energia, servi�os ambientais, sequestro de carbono, declarou. “Essas estrat�gias que permeiam as empresas, como educa��o ambiental para uma comunidade que est� sendo atingida por minera��o, por exemplo, n�o solucionam o problema ambiental”.

Na vis�o do representante da Via Campesina e do MST/RJ, a Rio+20 pode ser um grande sucesso “para as grandes corpora��es e as empresas”. Ele considera que a grande diferen�a entre a Rio 92 (Confer�ncia das Na��es Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada em 1992, tamb�m no Rio de Janeiro) e a Rio+20 � que, na primeira, o di�logo e os questionamentos eram feitos diretamente entre os chefes de Estado, na��es e a sociedade. “A sociedade est� de fora. Hoje, o di�logo � entre chefes de Estado e na��es com grandes corpora��es”.


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