Pelo menos sete mulheres foram mortas por trio de assassinos

A cova j� estava aberta para a pr�xima v�tima do trio que teria esquartejado duas mulheres cujos ossos s� foram encontrados nessa quarta-feira, em Garanhuns, no Agreste de Pernambuco. Ao prestar depoimento na quinta-feira, os suspeitos informaram � pol�cia que uma mulher de 18 anos seria a pr�xima escolhida. Mostraram, inclusive, anota��es sobre a rotina da garota e como seria a execu��o do crime. Ainda nesta tarde, a jovem foi ouvida pela pol�cia e, assustada, disse n�o conhecer nenhum dos envolvidos. Quatro v�timas foram confirmadas, mas h� suspeita de que pelo menos outras tr�s tenham sido assassinadas pelo trio.

Jorge Negromonte, Isabel Pereira e Bruna Cristina de Oliveira da Silva foram presos na manh� da quarta-feira na casa em que moravam e onde os corpos foram enterrados. De acordo com o delegado Wesley Fernandes Oliveira, da 2ª Delegacia de Garanhuns, os tr�s podem estar envolvidos em muitos outros crimes. "Isabel disse que eles j� teriam matado pelo menos sete pessoas. Mas o casal n�o confirmou. Eles alegam que matam seguindo um ritual. Estamos investigando".

O trio afirma participar de uma seita chamada Cartel , anti-semitista e que combatia a procria��o, por isso premeditava assassinar mulheres que tinham “�teros maltidos" por terem gerado mais de um filho. O primeiro crime cometido por eles teria sido contra uma moradora de rua identificada como J�ssica Camila. Ela teria sido tirada das ruas pelos suspeitos quando pedia esmolas em um canal em Boa Viagem, no Recife. Com uma filha de dois anos, foi levada para a casa da fam�lia, no bairro de Rio Doce, Olinda, onde foi assassinada dois meses depois. O crime aconteceu em julho de 2008. J�ssica tamb�m teve o corpo enterrado no quintal da casa e depois teve os ossos removidos para um terreno baldio, quando o trio se mudou para a Para�ba. Desde ent�o, uma das suspeitas, Bruna, passou a usar a identidade da falecida. A pol�cia acredita que a crian�a de cinco anos que morava com a fam�lia e participava dos rituais seria filha de J�ssica. De acordo com os tr�s envolvidos, al�m de matar, esquartejar e enterrar as v�timas, eles comiam a carne dos corpos e faziam com que a garotinha tamb�m se alimentasse dos restos humanos praticando canibalismo.

Jorge contou ao delegado que, ap�s a morte da m�e da crian�a, comemorou: “O har�m acabou e ganhei uma nova filha”, disse, referindo-se � crian�a, que era usada para atrair as v�timas que se candidatavam � vaga de bab�. Agora, a menina que possui duas certid�es de nascimento com nomes e parentescos diferentes, est� sob os cuidados do Conselho Tutelar de Garanhuns. A pol�cia j� localizou uma tia de J�ssica em Igarassu.

Ainda de acordo com o suspeito, para a seita, a crian�a � tida como uma entidade por sua pureza e inoc�ncia. Ele acrescentou que o trio seria apenas uma c�lula da seita que re�ne centenas de pessoas ao redor do mundo. Tamb�m contou que os crimes eram praticados apenas por ele e Bruna, porque Isabel seria muito nervosa e atrapalhava os rituais de purifica��o, acrescentando que as mulheres foram mortas com uma faca de cozinha que j� est� em poder da pol�cia.

Os assassinatos em s�rie come�aram a ser desvendados ontem, depois que a pol�cia encontrou os corpos de Giselly Helena da Silva, de 31 anos, e Alexandra Falc�o da Silva, de 20. Na casa onde moravam os suspeitos e onde foram localizados os cad�veres esquartejados e enterrados no quintal, tamb�m foram encontrados um livro e um caderno onde os assassinos praticamente fazem uma confiss�o escrita de pr�prio punho.

A pol�cia do Rio Grande do Norte investiga a participa��o dos suspeitos na morte de mais uma mulher naquele estado.