Bras�lia – A Embaixada do Ir� reagiu �s den�ncias de abuso sexual, atribu�das a um diplomata, de 51 anos, do pa�s. Em nota divulgada, nessa quarta-feira � noite, a representa��o diplom�tica informou que houve um “mal-entendido” na interpreta��o dos fatos devido �s “diferen�as culturais” entre iranianos e brasileiros. Tamb�m condenou a imprensa nacional por consider�-la tendenciosa e discriminat�ria no que se refere ao Ir�.
“Nesse sentido tamb�m expressamos energicamente o nosso protesto e indigna��o relativo ao tratamento e � maneira como a m�dia, geralmente tendenciosa, trata as coisas relativas a alguns pa�ses, entre eles o Ir�”, diz ainda o comunicado. “[A rea��o da midia brasileira] demonstra nitidamente um comportamento intencional, propositado e imparcial”, acrescenta.
Ontem, o Minist�rio das Rela��es Exteriores recebeu informa��es da Pol�cia Civil do Distrito Federal sobre as acusa��es envolvendo o diplomata iraniano e decidiu notificar oficialmente a Embaixada do Ir� no Brasil. Mas, antes, ser�o conduzidas investiga��es em rela��o ao caso. O iraniano disp�e de imunidade diplom�tica e n�o pode ser investigado nem incriminado como os cidad�os comuns.
Parentes das crian�as estiveram no Itamaraty para pedir ao governo federal provid�ncias em rela��o ao caso. O diplomata iraniano � acusado de ter assediado sexualmente crian�as e adolescentes de 9 a 14 anos na piscina de um clube da capital federal, localizado em �rea nobre da cidade.
Segundo relato das fam�lias e dos salva-vidas do clube, o homem acariciou as partes �ntimas das crian�as quando mergulhava na piscina, no s�bado passado (14). Pais e m�es das crian�as e adolescentes fizeram um boletim de ocorr�ncia na 1ª Delegacia de Pol�cia Civil. O diplomata foi ouvido e liberado em seguida.
De acordo com a Conven��o de Viena, um diplomata n�o pode ser processado ou preso no Brasil. Nesses casos, pode sofrer puni��es somente se o pa�s de origem retirar a imunidade diplom�tica ou for declarado persona non grata pelo governo brasileiro, sendo expulso do territ�rio e impedido de ingressar. No entanto, o diplomata n�o est� isento de ser alvo de processo em sua terra natal.
No Ir�, crimes sexuais s�o julgados de acordo com a Sharia – c�dido de conduta e moral regido pelo Alcor�o, livro sagrado do islamismo. Desde a revolu��o isl�mica em 1979, o pa�s � uma rep�blica orientada pelos preceitos da religi�o.