A Marcha das Vadias ganhou este ano car�ter nacional e ocorrer� simultaneamente hoje em mais de 20 cidades do Brasil e do mundo, incluindo Toronto, no Canad�. Entre as cidades brasileiras que devem realizar o protesto, previsto para come�ar �s 13 horas, est�o Bras�lia (DF), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Vit�ria (ES), S�o Paulo (SP), S�o Carlos (SP) e Sorocaba (SP).
Os organizadores da marcha no Rio de Janeiro esperam superar o n�mero de mil participantes, registrado no ano passado. A informa��o foi dada � Ag�ncia Brasil por Daniela Montper, uma das organizadoras do evento.
A Marcha das Vadias objetiva chamar a aten��o da sociedade de que a culpa da viol�ncia e do abuso sexual n�o � da v�tima. “� do abusador e do estuprador”, salientou Daniela. “Quando a sociedade fica julgando a v�tima, procurando algum motivo para dizer que ela mereceu (a viol�ncia), est� tirando a culpa do estuprador, do abusador, e jogando em cima da v�tima”, acrescentou.
A primeira Marcha das Vadias ocorreu em Toronto, no Canad�, no ano passado, organizada por estudantes da universidade local, a partir da declara��o de um policial que afirmou, em palestra no local, que o fato de as mulheres se vestirem como “vadias” poderia estimular o estupro.
Daniela Montper salientou que o evento vai levantar outras bandeiras. Um desses temas � a suspens�o da Medida Provis�ria 557, de dezembro do ano passado, que instituiu o Sistema Nacional de Cadastro, Vigil�ncia e Acompanhamento da Gestante e Pu�rpera (mulher que deu � luz recentemente) para Preven��o da Mortalidade Materna, no �mbito do SUS.
As organizadoras da Marcha das Vadias consideram que a MP 557 “� discriminat�ria e ofensiva e tem car�ter de criminalizar as mulheres que optarem por n�o continuar com a gesta��o, al�m de controlar essas mulheres”.
Como a marcha possui um p�blico grande de profissionais do sexo, Daniela informou que o evento vai defender tamb�m a regulamenta��o da profiss�o.
“Ela tem CBO [Classifica��o Brasileira de Ocupa��es, na qual a atividade tem o n�mero 5.198-05), � considerada uma ocupa��o, mas ela n�o � legalizada. N�o consta nenhuma regulamenta��o para proteger as profissionais do sexo na Consolida��o das Leis do Trabalho (CLT). Ent�o, elas ficam � merc� de v�rios tipos de viol�ncia e s�o marginalizadas pela sociedade”.
A marcha defende ainda o combate a toda forma de viol�ncia e abuso sexual contra meninas e mulheres, e prega a diversidade sexual. “Nenhuma pessoa deve ser discriminada por sua orienta��o ou identidade sexual”, refor�ou. Outra bandeira dos participantes � a descriminaliza��o do aborto.
A Marcha das Vadias conta com apoio de v�rias entidades feministas, como a Associa��o de Mulheres Brasileiras (AMB). Daniela destacou que o movimento tem ainda a participa��o de representantes do sexo masculino que apoiam a causa. “S�o pessoas de v�rias idades e todos os g�neros. � uma marcha bem plural”.
Est� prevista a realiza��o de um protesto em frente � 12ª Delegacia de Pol�cia, em Copacabana, em alus�o ao policial canadense que deu origem ao movimento. Manifesta��es culturais na Pra�a do Lido encerrar�o a marcha no Rio.