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Estado de Minas

Brasil desenvolve vacina contra esquistossomose e promete imuniza��o mundial


postado em 12/06/2012 12:41

O Brasil criou e vai produzir a vacina contra esquistossomose, doen�a cr�nica causada pelo parasita Schistosoma encontrado em �reas sem saneamento b�sico. A Funda��o Oswaldo Cruz (Fiocruz) divulgou hoje (12), no Rio de Janeiro, os resultados dos testes cl�nicos de seguran�a da vacina desenvolvida pelo Laborat�rio Esquistossomose Experimental do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz).

A descoberta �, na avalia��o da Fiocruz, um grande feito dos cientistas brasileiros, uma vez que a doen�a afeta 200 milh�es de pessoas em �reas pobres e tem potencial para atingir um universo de 800 milh�es de pessoas expostas aos riscos de cont�gio no Brasil (principalmente no Nordeste e em Minas Gerais), nos pa�ses africanos e na Am�rica Central.

A esquistossomose � considerada pela Organiza��o Mundial da Sa�de (OMS) como a segunda doen�a parasit�ria mais devastadora, atr�s apenas da mal�ria. “� uma doen�a dos pa�ses pobres, associada � mis�ria”, resume Miriam Tendler, chefe do Laborat�rio Esquistossomose Experimental em entrevista � Ag�ncia Brasil. Ela calcula que, no prazo m�ximo de cinco anos, seja poss�vel imunizar a popula��o dos locais onde ocorre a endemia.

O an�ncio feito no Rio � relativo � fase de testes de seguran�a e efic�cia da vacina - exigidos antes da libera��o para produ��o em grande escala. Vinte volunt�rios participaram dos testes no Brasil que confirmaram a seguran�a da vacina, cuja efici�ncia j� havia sido comprovada em laborat�rio com mam�feros.

“A gente tem informa��es associadas � efic�cia que s�o a imunogenicidade. Ela induziu uma excelente resposta imunol�gica, que � o que queremos dos indiv�duos vacinados”, disse Miriam Tendler.

Segundo a pesquisadora, al�m de eficiente, “� uma vacina segura”. Para ela, “essa seguran�a � o maior atributo de uma vacina. S� a partir da confirma��o da seguran�a � que se pode fazer testes em mais larga escala”, explicou. Os testes em larga escala ser�o feitos no Brasil e na �frica.

As pesquisas para produ��o da vacina contra esquistossomose tiveram in�cio em 1975 na Funda��o Osvaldo Cruz. Na primeira d�cada de pesquisas, os cientistas brasileiros conseguiram identificar o princ�pio ativo que poderia exercer efeito farmacol�gico contra o parasita. Na segunda d�cada de trabalho foi identificada a prote�na (S14), tamb�m presente em outros parasitas. Essa constata��o d� a possibilidade de se produzir uma vacina polivalente – ou seja, que serve para a preven��o de outras doen�as parasit�rias, inclusive aquelas que atingem gado de corte.

Na d�cada de 1990, o Brasil deposita a primeira patente com as descobertas e nos anos 2000, por meio de parceria p�blico privada (PPP) e com apoio da Financiadora de Projetos (Finep) cria-se um modelo de neg�cio que permitiu a industrializa��o da vacina cuja seguran�a foi anunciada hoje.

Miriam Tendler calcula que os resultados j� poderiam ter sido obtidos h� dez anos e atribui a longa trajet�ria da pesquisa a problemas de descontinuidade de financiamento e de arranjo institucional. “Para voc� efetivamente fazer um produto de dentro de uma institui��o acad�mica � uma coisa muito complexa e complicada. Ent�o as parcerias [PPP, poss�veis ap�s a Lei nº 11.079/2004] s�o fundamentais.” A pesquisadora n�o sabe quanto custou o desenvolvimento da vacina ao longo de mais de tr�s d�cadas.

A esquistossomose (tamb�m conhecida no meio cient�fico como bilharz�ase) � causada por seis esp�cies do parasita Schistosoma. O ciclo t�pico da doen�a tem in�cio com a contamina��o da �gua por fezes humanas infectadas com ovos do parasita transformados em mirac�dios (larvas). Essas larvas contagiam carac�is, se multiplicam, voltam � �gua e infectam as pessoas pela pele.

As pessoas contaminadas podem sentir dores de cabe�a, fraqueza, falta de ar, dor abdominal, diarreia e tosse com sangue. A doen�a pode afetar o f�gado, os rins, a bexiga, os pulm�es, a medula e o c�rebro e levar � morte. O tratamento � feito com medicamentos antiparasit�rios. Mesmo ap�s o tratamento � poss�vel nova contamina��o.


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