Desde o �ltimo fim de semana, 20 funcion�rios do Cervantes, um dos mais tradicionais restaurantes do Rio de Janeiro, parecem estar bem mais felizes do que o habitual. O motivo: s�o alguns dos ganhadores da Quina de S�o Jo�o, que no s�bado passado distribuiu quase R$ 90 milh�es em pr�mios. As identidades dos sortudos - em sua maioria gar�ons, copeiros, operadores de caixa que ganham em m�dia R$ 2 mil por m�s e acabam de receber R$ 635 mil cada um - est�o sendo preservadas.
Embora Blanco v� perder 15 de seus funcion�rios nos pr�ximos dias, n�o foi nem preciso publicar an�ncio de emprego. As vagas j� est�o sendo preenchidas por indica��o. "Eles mesmos, que s�o funcion�rios antigos, est�o trazendo amigos, conhecidos, ent�o a partir de domingo eu j� tenho a equipe formada. Isso que � importante". Mas Blanco acredita que � s� uma quest�o de tempo at� os outros cinco decidirem sair tamb�m.
Alguns planos j� come�am a ser constru�dos. Os com vis�o mais empreendedora j� querem montar um neg�cio pr�prio. Um deles vai abrir um mercadinho, outro decidiu investir no mercado imobili�rio: vai comprar algumas quitinetes em Rio das Pedras, regi�o de classe baixa na zona oeste da cidade, e colocar para alugar. H� tamb�m os que pretendem ajudar a fam�lia. Um deles decidiu levar os parentes de volta para sua terra natal, no Cear�. O outro vai dar uma casa para a irm�, e um dos felizardos resolveu dar R$ 5 mil pra cada um dos irm�os. "N�o sei quantos s�o, mas s�o muitos", ressalta Blanco.
Mas nem todos entraram no bol�o. Um ficou de fora porque foi levar o filho no aeroporto, o outro porque faltou ao trabalho por estar doente, outros por trabalharem em turnos diferentes, ou porque simplesmente n�o quiseram participar. Mas ningu�m deve ter sentido tanto quanto o copeiro L�cio Os�rio, funcion�rio do Cervantes h� dois anos. Apostador habitual, ele tinha o dinheiro na m�o, mas decidiu n�o participar. Um dia antes, ele havia ganhado R$ 10 - justamente o valor das cotas do bol�o - por ter acertado o resultado do jogo entre Gr�mio e Palmeiras. "N�o sei o que deu em mim. N�o apostei e peguei o dinheiro de volta", disse Os�rio. Ele costuma apostar em todo tipo de jogo, mas reconhece que mais perde do que ganha. "Eu fiquei muito feliz por eles, mas no domingo bateu um des�nimo de trabalhar. Chorei muito".
Por enquanto, os ganhadores decidiram fazer uma vaquinha e dar R$ 1 mil para ele e os outros 26 funcion�rios que n�o participaram. Todos ficaram mais motivados, e acreditam que a sorte anda rondando o local. Agora, pretendem continuar a tradi��o, que j� existe h� sete anos. L�cio n�o desanimou. "Eu vou continuar apostando direto agora. J� deixei dez reais com a minha m�e. S�bado tem jogo, n�!".
POL�CIA
Os 26 policiais militares de Curitiba que acertaram um bol�o da Quina de S�o Jo�o continuam trabalhando normalmente na 12ª Batalh�o da PM, mas a sorte deles pode estar relacionada ao p� quente do coronel Guilherme Rocha, comandante do Batalh�o e que assumiu o posto na �ltima quinta-feira.
Essa � a segunda vez que ele v� seus subordinados ganharem em loterias federais. "H� uns tr�s ou quatro anos estava no Hospital da PM quando um grupo de soldados ganhou a Mega-Sena da virada naquele ano. Parece que a sorte est� ao meu lado, mas infelizmente nessas ocasi�es n�o joguei", brinca.
Por conta da premia��o, cada ganhador receber� R$ 488.495,17. "Ao saber da not�cia na segunda-feira todos ficaram felizes, alguns vieram at� mim para lamentar o fato de n�o terem entrado no bol�o. Mas no final, foi um fato positivo que deu alegria a todos aqui", disse. Mesmo com a premia��o, o comandante alegou n�o ter recebido nenhum pedido de baixa ou ter havido alguma conversa com os policiais. "O �nico pedido foi o de manter sigilo sobre os nomes, mas eles s�o de variadas patentes", lembrou. O valor do bol�o, de R$ 1.260, teve a participa��o tamb�m de quatro parentes de policiais, elevando para 30 o n�mero de ganhadores.
