
Com o aumento do tr�fico e da repress�o policial, o p� subiu de pre�o e os pontos de venda passaram a ser disputados entre as quadrilhas. Isso fez com que aumentasse o n�mero de traficantes mortos na guerra da coca. Nos seis primeiros meses de 2012, o DF registrou 394 homic�dios. Desse total, 236 ou 60%, eram de pessoas com passagem pela pol�cia — pelo menos metade delas por tr�fico de drogas (leia mais na p�gina 24). Um dos fatores que mais contribui para o aumento do tr�fico � o avan�o do crack. Com cada quilo de coca�na, os criminosos conseguem fazer 5kg da pedra. Desde o in�cio do ano, foram apreendidas 38 mil por��es da droga.
A coca�na tem chegado � capital do pa�s via Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek e por estradas vicinais que d�o acesso ao Distrito Federal. Al�m da Pol�cia Civil, a Pol�cia Federal atua no combate ao tr�fico. Somente no primeiro semestre deste ano, a PF apreendeu 180kg de coca�na, volume 63,8% superior aos 115kg recolhidos em todo o ano passado.
Disputa por pontos de venda de drogas est� por tr�s de crimes violentos
A alta demanda por droga contribui para elevar os �ndices da criminalidade no Distrito Federal. Desde 2011, cresceu o total de traficantes presos e de entorpecentes recolhidos das ruas, principalmente a coca�na, mat�ria-prima para a fabrica��o do crack. Em 2012, a quantidade de p� apreendido subiu 897% em rela��o a 2011. E 1.071 pessoas foram para a cadeia por causa do tr�fico de drogas no primeiro semestre de 2012.
Os homic�dios tamb�m ocorrem no rastro da disputa pelos pontos de distribui��o. Em desafio aos l�deres das bocas, pequenos traficantes brigam pelas mais quentes e, como consequ�ncia, provocam s�rie de assassinatos. “Dos 394 homic�dios deste ano, 236 (59%) tinham antecedentes criminais. Entre 50% e 60% dessas v�timas tinham alguma passagem por tr�fico de drogas, certamente”, estima o diretor da Pol�cia Civil do DF, Jorge Xavier.
A maioria das v�timas assassinadas neste ano � do sexo masculino, com 376 mortes. Especialistas ouvidos pelo Correio confirmam que o tr�fico est� diretamente ligado a diversas formas de viol�ncia, como o roubo e o homic�dio. Quem compra droga a prazo e n�o cumpre o compromisso no tempo determinado, por exemplo, paga com a vida. Para que n�o sejam mortos, os viciados praticam roubos e furtos. Por outro lado, quando um l�der de tr�fico � identificado e preso, a viol�ncia tamb�m pode evoluir para um homic�dio. “Quando h� pouca oferta (de droga), os peda�os (bocas) mais nobres s�o disputados � bala”, destacou Xavier.