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Estado de Minas

Mapa da Viol�ncia coloca Brasil entre os quatro pa�ses com maiores taxas de homic�dio de jovens


postado em 18/07/2012 15:39

A nova edi��o do Mapa da Viol�ncia, elaborado pelo soci�logo Julio Jacobo Waiselfisz e editado pela Faculdade Latino-Americana de Ci�ncias Sociais (Flacso) e o Centro Brasileiro de Estudos Latino-americanos (Cebela), traz grave alerta sobre o que chama de “epidemia” da viol�ncia no Brasil contra crian�as e adolescentes.

Em um ranking de 92 pa�ses do mundo, apenas El Salvador, Venezuela e Guatemala apresentam taxas de homic�dio maiores que a do Brasil (44,2 casos em 100 mil jovens de 15 a 19 anos). Todos os tr�s pa�ses t�m economia menor que a brasileira, atualmente a 6ª maior do mundo (segundo o Produto Interno Bruto), n�o disp�em de um sistema de prote��o legalizado como o Estatuto da Crian�a e do Adolescente (com 22 anos de exist�ncia) nem programas sociais com o n�mero de benefici�rios como o Bolsa Fam�lia (que entre outras contrapartidas orienta o acompanhamento da fam�lia matriculando os filhos na escola e mantendo em dia a vacina��o).

Na semana passada, durante a abertura da 9ª Confer�ncia Nacional dos Direitos da Crian�a e do Adolescente, a presidenta Dilma Rousseff destacou que “uma grande na��o tem que ser medida por aquilo que faz por suas crian�as e adolescentes, e n�o pelo PIB”.

As elevadas taxas de homic�dio, segundo o coordenador do estudo, o pesquisador argentino Julio Jacobo Waiselfiz, mostram uma triste realidade: o Brasil e os pa�ses da Am�rica Latina s�o sociedades violentas. Segundo o pesquisador, o crescimento dos dados guarda ao menos uma boa not�cia: a melhora da cobertura m�dica legal. “Dados da OMS [Organiza��o Mundial da Sa�de] d�o conta de que t�nhamos, at� os anos 90, algo em torno de 20% de �bitos que n�o eram registrados. Os corpos desapareciam, algumas vezes em cemit�rios clandestinos. Hoje a estimativa � de um recuo neste �ndice, para 10%”, afirmou.

Ele destaca ainda que as mortes no tr�nsito poderiam ser diminu�das. “Faltam melhorias na infraestrutura. Quando analisamos os dados, percebemos que os pa�ses com mais mortes no tr�nsito t�m tamb�m piores estradas. S�o mortes evit�veis”, destaca, afirmando que as autoridades p�blicas t�m, elas pr�prias, participa��o nessas mortes, ao se omitirem.

O pesquisador destaca que essas autoridades tamb�m t�m culpa em um processo delicado, que funciona como um dos motores da perpetua��o da viol�ncia, a culpabiliza��o das v�timas. “Mulheres, crian�as e adolescentes s�o muitas vezes culpados pelas autoridades por estarem expostos a situa��es de viol�ncia. Quando o Estado o faz demonstra ser tolerante a essas situa��es”, explica.

Os dados apresentados tamb�m confirmam um diagn�stico feito recentemente pela Anistia Internacional. Segundo Atila Roque, diretor executivo da ONG no pa�s, “o Brasil convive, tragicamente, com uma esp�cie de 'epidemia de indiferen�a', quase cumplicidade de grande parcela da sociedade, com uma situa��o que deveria estar sendo tratada como uma verdadeira calamidade social. Isso ocorre devido a certa naturaliza��o da viol�ncia e a um grau assustador de complac�ncia do estado em rela��o a essa trag�dia”, resume, em trecho citado no Mapa da Viol�ncia.

Segundo o relat�rio de J�lio Jacobo, foram registrados em 2011 no Brasil 7.155 casos de estupro entre 10,4 mil casos de viol�ncia sexual (que incluem ass�dio e atentado violento ao pudor), a maioria praticada pelos pr�prios pais (al�m de padrastos) contra as filhas de 10 a 14 anos; ou por conhecidos pr�ximos (como amigo ou vizinho) no caso de meninas de 15 a 19 anos.

O abuso sexual agrava os riscos de viol�ncia dom�stica. Segundo dados do Minist�rio da Sa�de, analisados pelo Mapa da Viol�ncia, a resid�ncia � o principal local de agress�o declarado no socorro das v�timas de at� 19 anos pela rede p�blica. Mais de 63% dos casos de viol�ncia ocorreram na resid�ncia e cerca de 18% acontecem na via p�blica.

Os dados analisados (relativos a 2010) tamb�m verificaram que a viol�ncia n�o se distribui de maneira uniforme pelo pa�s. O etado de Alagoas, com a maior taxa de homic�dios (34,8 homic�dios para cada 100 mil crian�as e adolescentes), � dez vezes mais violento que o Piau� (3,6 casos). Macei� � capital mais violenta (com 79,8 homic�dios).

As estat�sticas indicam ainda a concentra��o da viol�ncia em 23% dos munic�pios brasileiros (quase 1,3 mil cidades). De acordo com o Mapa da Viol�ncia, 4.723 munic�pios n�o registraram nenhum assassinato de crian�a e adolescente em 2010.

Entre outras causas “externas” de morte (diferentes das mortes naturais causadas por problemas de sa�de), o relat�rio chama a aten��o tamb�m para as mortes no tr�nsito. Entre 2000 e 2010, a taxa de mortalidade de jovens de 15 a 19 anos no tr�nsito cresceu 376,3% (de 3,7 para 17,5 casos em 100 mil).


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