Um grupo que envolve redes de escolas de idiomas, cursos profissionalizantes e vendedores treinados est� enganando estudantes de escolas p�blicas de S�o Paulo ao oferecer bolsas como se fossem do governo federal. Os alunos recebem material de programas fict�cios, como o “Pr�-Educa��o” e o “Brasil Aprendiz” com logotipo que lembra a marca do governo.
A identidade visual e os nomes tentam embarcar no programa Universidade Para Todos (ProUni), que d� bolsas em universidades. At� as fotos s�o retiradas de antigos an�ncios do Minist�rio da Educa��o (MEC). Apesar do esfor�o, a pirataria � f�cil de ser notada, o que n�o impediu escolas estaduais de S�o Paulo de dar autoriza��o para que os cursos fossem apresentados a seus alunos.
O estudante Guilherme Silva Camargo, de 14 anos, ficou empolgado quando foi contemplado com uma bolsa para estudar ingl�s. Havia passado em uma provinha de sele��o, realizada no hor�rio de uma aula de Artes na Escola Estadual Tarcisio Alvares Lobo, no Lim�o zona norte da capital paulista. “Era uma provinha muito f�cil, fiquei at� desconfiado. Mas estavam na escola, achei que era s�rio. E o ingl�s hoje � essencial para tudo”, disse.
Aprovado, recebeu um papel timbrado do programa “Bolsa Pr�-Educa��o”, apresentado em parceria com o “Brasil Aprendiz” - com cara do governo. Tamb�m fazem parte da propaganda enganosa os falsos programas “Ingl�s Para Todos” e o “Bem Vindo Turista”, cujas marcas figuram no documento.
Havia ali a convoca��o para a “libera��o do cr�dito” da bolsa, com encontro marcado na pr�pria escola, em um s�bado, tudo com a anu�ncia da dire��o. O vendedor Antonio Camargo, de 44 anos, pai do estudante, disse que no come�o a impress�o era de que tudo seria s�rio. Os profissionais estavam de terno e gravata e tinham o respaldo da escola, onde cerca de 300 pais procuravam informa��es.
“Falaram que a bolsa era de R$ 101, mas era preciso pagar outros R$ 100, que � o custo normal do curso. Percebi que era engana��o”, disse. “V�rios pais ficaram revoltados. Como uma escola p�blica deixa isso acontecer?”
De acordo com o vice-diretor da escola, que afirmou que n�o poderia conceder entrevista e n�o quis se identificar, nunca houve problemas com essa escola. “Eles dariam bolsa para os alunos, falaram que era um projeto grande”, disse.
A identidade visual e os nomes tentam embarcar no programa Universidade Para Todos (ProUni), que d� bolsas em universidades. At� as fotos s�o retiradas de antigos an�ncios do Minist�rio da Educa��o (MEC). Apesar do esfor�o, a pirataria � f�cil de ser notada, o que n�o impediu escolas estaduais de S�o Paulo de dar autoriza��o para que os cursos fossem apresentados a seus alunos.
O estudante Guilherme Silva Camargo, de 14 anos, ficou empolgado quando foi contemplado com uma bolsa para estudar ingl�s. Havia passado em uma provinha de sele��o, realizada no hor�rio de uma aula de Artes na Escola Estadual Tarcisio Alvares Lobo, no Lim�o zona norte da capital paulista. “Era uma provinha muito f�cil, fiquei at� desconfiado. Mas estavam na escola, achei que era s�rio. E o ingl�s hoje � essencial para tudo”, disse.
Aprovado, recebeu um papel timbrado do programa “Bolsa Pr�-Educa��o”, apresentado em parceria com o “Brasil Aprendiz” - com cara do governo. Tamb�m fazem parte da propaganda enganosa os falsos programas “Ingl�s Para Todos” e o “Bem Vindo Turista”, cujas marcas figuram no documento.
Havia ali a convoca��o para a “libera��o do cr�dito” da bolsa, com encontro marcado na pr�pria escola, em um s�bado, tudo com a anu�ncia da dire��o. O vendedor Antonio Camargo, de 44 anos, pai do estudante, disse que no come�o a impress�o era de que tudo seria s�rio. Os profissionais estavam de terno e gravata e tinham o respaldo da escola, onde cerca de 300 pais procuravam informa��es.
“Falaram que a bolsa era de R$ 101, mas era preciso pagar outros R$ 100, que � o custo normal do curso. Percebi que era engana��o”, disse. “V�rios pais ficaram revoltados. Como uma escola p�blica deixa isso acontecer?”
De acordo com o vice-diretor da escola, que afirmou que n�o poderia conceder entrevista e n�o quis se identificar, nunca houve problemas com essa escola. “Eles dariam bolsa para os alunos, falaram que era um projeto grande”, disse.
Cart�o
A oferta para os alunos � de um cart�o, que creditaria a bolsa de “R$ 101 mensais para cada aluno”. O benef�cio seria concedido de acordo com a lei 2208/01. Essa � a legisla��o para meia entrada, que em nada tem a ver com a concess�o de bolsas. O papel dados ao aluno diz que, caso ele n�o compare�a com o pai � escola no dia indicado, poder� sofrer “exclus�o definitiva no cadastro de benefici�rios do programa Brasil Aprendiz”.
Um dos representantes do “Brasil Aprendiz”, Henrique Gama, contou que este ano eles j� estiveram em mais de 30 escolas na cidade de S�o Paulo. Metade delas na zona norte. “Em um m�s, fa�o 50 carteirinhas. Elas d�o v�rios benef�cios com nossos parceiros”, explica ele, sem ver problema em oferecer bolsas question�veis e usar as marcas parecidas com as de programas oficiais do governo. “Esse logo n�o � patenteado e at� agora ningu�m reclamou.”
A abrang�ncia da a��o do grupo depende das institui��es que entram como parceiras. De acordo com Gama, as escolas transferem R$ 15 para o projeto por cada carteirinha.
Uma delas se chama The Place English School, com uma filial na Casa Verde, zona norte. Na escola, nenhuma informa��o sobre o “Brasil Aprendiz” ou “Pr�-Educa��o”. “Houve casos de fam�lias que ficaram endividados porque n�o conseguem pagar os cursos, achando que a bolsa � integral”, disse a funcion�ria de uma outra escola na zona norte, que preferiu n�o se identificar. “Meu neto tamb�m foi ‘aprovado’, mas j� percebemos que n�o era s�rio, n�o tinha nada de bolsa.”
Crime
O MEC informou que desconhece todos esses programas e que o uso indevido das marcas do governo � caso para a pol�cia. A Secretaria Estadual de Educa��o de S�o Paulo tamb�m repudiou a situa��o.
Em nota, informou que a pasta “n�o compactua com a situa��o ocorrida na Escola Estadual Tarcisio Alvares Lobo”. A secretaria nega que o oferecimento das bolsas tenha se repetido em outras escolas da cidade.
O governo informou que j� determinou que a diretoria regional de ensino instaurasse apura��o preliminar sobre o caso para que sejam tomadas as medidas cab�veis. “A dire��o da unidade j� registrou um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Civil e o caso ser� investigado”, ressaltou a pasta.
A secretaria prometeu distribuir comunicado aos pais e estudantes da EETAL para esclarecer que n�o h� rela��o do governo com a escola de idiomas e os programas.
Um dos representantes do “Brasil Aprendiz”, Henrique Gama, contou que este ano eles j� estiveram em mais de 30 escolas na cidade de S�o Paulo. Metade delas na zona norte. “Em um m�s, fa�o 50 carteirinhas. Elas d�o v�rios benef�cios com nossos parceiros”, explica ele, sem ver problema em oferecer bolsas question�veis e usar as marcas parecidas com as de programas oficiais do governo. “Esse logo n�o � patenteado e at� agora ningu�m reclamou.”
A abrang�ncia da a��o do grupo depende das institui��es que entram como parceiras. De acordo com Gama, as escolas transferem R$ 15 para o projeto por cada carteirinha.
Uma delas se chama The Place English School, com uma filial na Casa Verde, zona norte. Na escola, nenhuma informa��o sobre o “Brasil Aprendiz” ou “Pr�-Educa��o”. “Houve casos de fam�lias que ficaram endividados porque n�o conseguem pagar os cursos, achando que a bolsa � integral”, disse a funcion�ria de uma outra escola na zona norte, que preferiu n�o se identificar. “Meu neto tamb�m foi ‘aprovado’, mas j� percebemos que n�o era s�rio, n�o tinha nada de bolsa.”
Crime
O MEC informou que desconhece todos esses programas e que o uso indevido das marcas do governo � caso para a pol�cia. A Secretaria Estadual de Educa��o de S�o Paulo tamb�m repudiou a situa��o.
Em nota, informou que a pasta “n�o compactua com a situa��o ocorrida na Escola Estadual Tarcisio Alvares Lobo”. A secretaria nega que o oferecimento das bolsas tenha se repetido em outras escolas da cidade.
O governo informou que j� determinou que a diretoria regional de ensino instaurasse apura��o preliminar sobre o caso para que sejam tomadas as medidas cab�veis. “A dire��o da unidade j� registrou um boletim de ocorr�ncia na Pol�cia Civil e o caso ser� investigado”, ressaltou a pasta.
A secretaria prometeu distribuir comunicado aos pais e estudantes da EETAL para esclarecer que n�o h� rela��o do governo com a escola de idiomas e os programas.