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Estado de Minas

Advogado quer anular condena��o por morte de Dorothy


postado em 30/07/2012 16:43

O advogado de Vitalmiro Bastos de Moura, o "Bida", apontado pelo Minist�rio P�blico do Par� como um dos mandantes do assassinato da mission�ria Dorothy Stang, em fevereiro de 2005 em Anapu, comunicou em of�cio ao juiz Raimundo Mois�s Flexa - que presidiu o j�ri popular respons�vel pela condena��o dos cinco acusados de envolvimento no caso - que vai pedir a revis�o criminal para tentar a absolvi��o de seu cliente.

Arnaldo Lopes de Souza, o defensor de "Bida", alega que os fatos novos contidos no depoimento registrado neste m�s em cart�rio pelo policial federal Fernando Luiz Raiol "s�o mais do que suficientes para que o r�u seja declarado inocente".

Segundo Lopes, o agente federal deve ser convocado pelo juiz para prestar depoimento, tamb�m na presen�a do promotor Edson Cardoso de Souza e da defesa do acusado, sobre as declara��es feitas por ele em cart�rio. Raiol, para o advogado, sabe muita coisa em raz�o de ter sido designado pelo Minist�rio da Justi�a para participar diretamente das investiga��es sobre o crime na condi��o de chefe de opera��es. "O depoimento do sr. Fernando Raiol � muito importante e deve ser tomado com urg�ncia", acrescentou Lopes.

Para ele, as declara��es ir�o servir como prova de que o fazendeiro n�o foi o mandante do assassinato da mission�ria. Lopes ampara seu pedido ao juiz no fato de o processamento da justifica��o para instruir futura a��o de revis�o criminal ser de compet�ncia do ju�zo da a��o ou da condena��o. Antes de ingressar em ju�zo com o pedido de justifica��o, o advogado procurou saber se Raiol havia concedido entrevista h� um ano e meio sobre os fatos que agora registrou em cart�rio, obtendo confirma��o.

Em junho passado, o agente da PF esteve em um programa de uma emissora de r�dio FM de Bel�m, concedendo entrevista sobre os mesmos fatos que agora est�o provocando pol�mica. As afirma��es de Raiol - ratificando declara��es de "Bida" sobre a suposta entrega pelo delegado de Anapu � �poca, Marcelo Luz, da arma repassada pelo intermedi�rio Amair Feijoli da Cunha, o "Tato", para que Rayfran Sales matasse Dorothy Stang com seis tiros, al�m da cobran�a de propina de fazendeiros - provocaram a rea��o da Associa��o dos Delegados da Pol�cia Civil (Adepol).

O presidente da entidade, Fernando Fl�vio Silva, afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que as declara��es do policial federal n�o tinham idoneidade pelo fato de Raiol ter sido condenado em 2011 pela Justi�a Federal em um caso que envolve extors�o mediante sequestro. A Adepol, ainda de acordo com o delegado, estar� interpelando judicialmente o policial federal para que ele confirme o que est� dizendo.

O l�der da Adepol acrescentou que os delegados Marcelo Luz e Waldir Freire, citados no depoimento em cart�rio, s�o "homens honrados e muito estimados como profissionais da Pol�cia Civil". Silva disse que a acusa��o de que a arma que matou a mission�ria teria sido entregue pelo delegado � grave e precisa ser provada por quem fez a acusa��o.

Grava��es

Em contato telef�nico com o Estado, Raiol rebateu o que considera "tentativa de desqualifica��o" de seu depoimento pelo fato de ter sofrido condena��o judicial em um processo cujo recurso tramita no Tribunal Regional Federal da 1ª Regi�o. "Eu estou com recurso em Bras�lia, onde meu advogado anexou provas contundentes, inclusive grava��es que foram omitidas no processo prejudicando minha defesa, mostrando que minha condena��o foi absurda, amparada em um �nico depoimento de um traficante que usava nome falso e que est� preso por tr�fico e tentativa de suborno de policiais militares", enfatizou o agente da PF.

Ele disse que est� lutando para anular o processo, provar sua inoc�ncia e completar o tempo de servi�o p�blico para ingressar com a aposentadoria. "Estou com problemas de sa�de e minha fam�lia anda muito abalada com tudo o que est� acontecendo." Perguntado por que ficou sete anos calado e s� agora resolveu falar sobre o caso Dorothy Stang, respondeu que esperava que as investiga��es feitas � �poca tivessem sido apuradas com rigor, mas isso n�o ocorreu.

O procurador da Rep�blica Fel�cio Pontes Junior, em contato com o Estado, esclareceu que o processo do assassinato da mission�ria, por n�o estar sob jurisdi��o federal, � da compet�ncia do Minist�rio P�blico Estadual (MPE). Por causa disso, entende que as declara��es de Fernando Raiol "precisam ser apuradas" para que tudo seja esclarecido e n�o pairem quaisquer d�vidas.

"O depoimento do sr. Fernando Raiol tem consist�ncia", resumiu o procurador. O MPE, contudo, ainda reluta em reabrir o caso. A Pol�cia Civil, segundo antecipou o delegado-geral, Nilton Athayde, vai abrir inqu�rito para apurar as declara��es de Raiol.


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