Assassinatos dos seis jovens no Rio pode ser um recado, diz pol�cia

Bras�lia – As pol�cias Civil e Militar do Rio de Janeiro continuam � procura dos autores de um dos crimes mais brutais ocorridos este ano no estado. Seis adolescentes foram mortos a tiros por traficantes na Favela da Chatuba, em Mesquita, na Baixada Fluminense. Os rapazes iam a uma cachoeira e podem ter sido confundidos com integrantes de fac��es rivais. Investigadores que atuam no caso n�o descartam tamb�m que a chacina tenha sido realizada como demonstra��o de for�a por parte dos grupos criminosos. Duas pessoas foram presas por porte de drogas em uma opera��o policial realizada ontem, mas n�o h� a certeza de que elas tenham envolvimento com os assassinatos dos jovens – que n�o tinham hist�rico com entorpecentes.

Investiga��es preliminares da pol�cia apontam para a participa��o de pelo menos 20 traficantes na chacina, segundo o delegado J�lio da Silva Filho, titular da 53ª DP. O delegado afirmou que, al�m do assassinato dos rapazes, os criminosos tamb�m seriam os respons�veis pela morte do pastor Alexandre Lima e de um aspirante a PM. A pol�cia tamb�m investiga o desaparecimento de Jos� Aldecir da Silva, que acompanhava o pastor na comunidade. O delegado disse que todas as mortes foram comandadas por Remilton Moura da Silva J�nior, conhecido como Juninho Cag�o, chefe do tr�fico de drogas na Chatuba.

Segundo o delegado, a chacina dos seis jovens e a poss�vel execu��o dos outros tr�s homens s�o dois crimes separados. Ontem � tarde, a agentes da Pol�cia Civil apreenderam na localidade de Biquinha pe�as de roupas que podem ser dos adolescentes mortos: t�nis, chinelos, um casaco, short, camiseta e uma almofada. Parentes dos jovens devem comparecer hoje � delegacia para o reconhecimento das roupas, que estavam sujas de terra.

O grupo estava desaparecido desde s�bado, quando foi ao Parque Gericin�, em Mesquita, para tomar banho na cachoeira. A fam�lia registrou o sumi�o na pol�cia, que inicialmente acreditava se tratar de um sequestro. Mas o mist�rio se desfez ontem pela manh�, quando pedreiros que trabalham nas obras da Concession�ria Nova Dutra encontraram os corpos enrolados em uma lona. Os seis adolescentes foram assassinados com tiros � queima-roupa e facadas. Segundo a per�cia, h� ind�cios de que eles tenham sido enterrados e desenterrados, por apresentarem sinais de areia sobre a pele.

Vitor Hugo Alves da Costa, Patrick Machado de Carvalho, ambos com 16 anos; Josias Searles, Glauber Siqueira Eug�nio, Douglas Ribeiro da Silva, de 17, e Christian de Fran�a Vieira, de 19, se conheciam h� sete anos e moravam na mesma rua. As fam�lias come�aram a se preocupar com o desaparecimento do grupo no domingo. Um dos parentes chegou a ligar para o celular de uma das v�timas e, segundo a delegada que investiga o caso, Sandra Ornelas, uma pessoa atendeu dizendo que os garotos n�o voltariam mais. “Eles estavam no lugar errado na hora errada”, afirmou a policial. Ela acredita na hip�tese de demonstra��o de for�a para grupos rivais.

Segundo a delegada, os bandidos que est�o fazendo v�timas na regi�o devem ser da Favela do Chapad�o, na Pavuna, no sub�rbio do Rio, e teriam deixado a comunidade ap�s a ocupa��o da pol�cia. Os jovens moravam numa comunidade que seria dominada por traficantes de uma fac��o rival � da �rea da cachoeira e a pol�cia investiga se no celular de um deles havia uma m�sica que fizesse refer�ncia � outra fac��o.

OUTROS CRIMES

A pol�cia n�o descarta que mais tr�s pessoas tenham sido assassinadas pelos mesmos criminosos. Entre eles, um pastor e um aspirante da Pol�cia Militar, morto no fim de semana ao sair de um pagode. O militar teria sido torturado pelos traficantes – o mesmo ocorrido com os jovens encontrados na manh� de ontem. Na tarde de ontem, pessoas da regi�o onde os rapazes moravam fizeram uma manifesta��o pedindo justi�a.