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Estado de Minas 25 ANOS DEPOIS

Acidente radioativo com c�sio 137 completa 25 anos


postado em 12/09/2012 20:05 / atualizado em 12/09/2012 20:45

O acidente radioativo mais grave do pa�s de que se conhecimento, o vazamento do material radioativo c�sio 137, em Goi�nia, completa 25 anos nesta quinta-feira. No dia 13 de setembro de 1987, dois catadores de materiais recicl�veis encontraram em instala��es do antigo Instituto Goiano de Radioterapia uma m�quina que desconheciam ser um aparelho usado para esse tipo de tratamento.

Eles levaram o material para casa e, ap�s retirar algumas partes, venderam o que restou a um ferro velho, de propriedade de Devair Ferreira. Este, tamb�m sem saber do que se tratava, desmontou a m�quina para reaproveitar o chumbo e exp�s, assim, ao ambiente 19,26 gramas de cloreto de c�sio 137. O p� branco que emitia uma luz azulada no escuro foi exibido durante quatro dias para toda a vizinhan�a. Algumas pessoas, inclusive, levaram amostras do c�sio para casa. Como parte do equipamento acabou sendo vendida para outro ferro velho, o material radioativo acabou se espalhando por uma �rea ainda maior.

N�o demorou muito para que as pessoas come�assem a apresentar os primeiros sinais de que carregavam no corpo altos n�veis de radia��o – diarreia, na�seas, tonturas e v�mito. Elas procuraram os hospitais da cidade, onde foram medicadas como portadores de doen�a contagiosa. Somente depois de 16 dias, quando parte da m�quina de radioterapia foi levada � Vigil�ncia Sanit�ria, constatou-se que os sintomas eram de contamina��o radioativa.

O acidente resultou em milhares de toneladas de lixo radioativo que se encontram em cont�ineres e tambores revestidos de a�o e concreto, em um dep�sito, na cidade de Abadia de Goi�s (GO). As primeiras v�timas fatais da contamina��o pelo c�sio foram a esposa do dono do ferro velho, Maria Gabriela, que morreu no dia 23 de outubro de 1987, e sua sobrinha, a menina Leide das Neves Ferreira, de 6 anos, que ingeriu pequenas quantidades de c�sio depois de brincar com o p� azul. A menina foi a v�tima que apresentou a maior dose de radia��o. Ela morreu horas depois da tia.

Quarenta e nove pacientes v�timas da radia��o do c�sio 137 foram levadas para o Rio de Janeiro, onde foram tratados no Hospital Naval Marc�lio Dias, refer�ncia no tratamento de v�timas de acidentes radioativos. Vinte e um desses pacientes passaram por tratamento intensivo e quatro morreram. No total, mais de 112 mil pessoas foram expostas aos efeitos do c�sio, em Goi�nia.

O diretor de Radioprote��o e Seguran�a Nuclear da Comiss�o Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Ivan Salati, avalia que, desde 1987, houve muitos avan�os em rela��o � seguran�a da manipula��o de fontes radioativas, em termos de regula��o e controle. Para ele, a situa��o em Goi�nia foi espec�fica. O diretor da Cnen atribuiu grande parte do acidente aos respons�veis pelas instala��es do antigo Instituto Goiano de Radioterapia, que “n�o exerceram a responsabilidade sobre os materiais ali existentes de maneira adequada”.

Em 1988, a Cnen realizou uma opera��o pente fino em todo o pa�s, para levantar, nos hospitais e institutos de pesquisa, fontes que tinham chegado antes desse per�odo e que n�o estavam mais sendo utilizadas ou que precisavam ser registradas.

Foi criado tamb�m um sistema de atendimento 24 horas para den�ncias e manifesta��es. Esse servi�o aciona equipes preparadas para investigar poss�veis riscos radioativos em qualquer lugar do Brasil.

Salati reiterou que, no caso de Goi�nia, contribuiu para a contamina��o pelo c�sio o tempo demorado para se detectar o acidente, embora admita que um servi�o 24 horas n�o mudaria muito a a��o diante do caso, devido ao desconhecimento das pessoas que lidaram com o material � �poca e que, por essa raz�o, “dificilmente teriam buscado informa��es com a Cnen”.

O alarme sobre o acidente radiol�gico de Goi�nia foi dado pelo f�sico Walter Mendes, no dia 29 de setembro de 1987. A partir da�, a Cnen enviou uma equipe a Goi�nia para tomar as provid�ncias necess�rias.


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