No mesmo dia em que a Rota matou e prendeu membros do PCC, em V�rzea Paulista, regi�o de Jundia� (SP), as equipes da Delegacia de Investiga��es sobre Entorpecentes (Dise) de Campinas prendiam em Santa B�rbara d'Oeste (SP) um dos l�deres locais da fac��o que comandava o tr�fico de drogas na cidade e na regi�o. Com ele foram presos outros dois membros do grupo.
Josu� Lopes da Silva, conhecido como Irm�o J, seria o l�der do tr�fico do PCC em Santa B�rbara d'Oeste. Como ele, foram detidos ainda J�lio Ribeiro, de 29 anos, e Juliano Ferreira, de 24. A Dise chegou at� ele por causa das constantes liga��es feitas para o telefone de Simone.
Al�m de prestar contas para a contadora do PCC, o traficante era acionado quando faltava drogas em Campinas. "Verificamos que quando havia um problema de falta de drogas da quadrilha em Campinas, o Josu� era acionado e abastecia a regi�o, por interm�dio de Simone", explica o delegado.
A quadrilha presa pela Dise n�o aparece com liga��es com os membros do PCC mortos em V�rzea Paulista, na ter�a-feira, mas aumentam os riscos de rea��o na regi�o. "Essas a��es s�o um duro golpe contra o PCC no interior do Estado e sabemos que n�o podemos descansar um minuto", afirma Diez J�nior.
As pris�es fazem parte de uma investiga��o iniciada h� 45 dias pela Dise, que j� levou para a cadeia dez membros do PCC, entre eles uma mulher apontada como comandante do bra�o feminino da fac��o na regi�o de Campinas e um criminoso que se admitiu ser um dos l�deres do grupo em Campinas. "Desarticulamos um bra�o forte do tr�fico do PCC na regi�o de Campinas e inclusive um grupo feminino da fac��o", afirmou o delegado da Dise Oswaldo Diez J�nior. Das dez pessoas presas, cinco eram mulheres.
As investiga��es come�aram quando a pol�cia chegou a Simone Helena Caminada, conhecida como Irm� V�ia, que comandava o tr�fico de drogas no bairro Padre Anchieta. Segundo a pol�cia, ela atuava como contadora e respons�vel pelo cadastro dos traficantes do PCC na regi�o de Campinas. Al�m das liga��es telef�nicas constantes com membros da fac��o, presos e em liberdade, na sua casa foram encontrados registros em um computador da contabilidade e da movimenta��o de dinheiro e de drogas, cadastros de membros, quem pagou e quem devia taxas ao PCC.
Ela foi presa no dia 1º de agosto junto com Rafael Ara�jo Santos de 22 anos, com um caminh�o com carga roubada. "Ela al�m de ser a contadora do PCC, atuava diretamente nas a��es de roubo de carga e tr�fico de drogas", explicou o delegado. Duas mulheres eram as respons�veis pelas opera��es de tr�fico para Simone: Claudiana Lopes da Silva, de 34, conhecida como Tempestade, e Camila da Silva, de 23, conhecida como Magrela. Ambas foram presas, ap�s expedi��o de mandato.
Geral 19
Por meio das intercepta��es telef�nicas de Simone, a pol�cia chegou a J�lio Medis Em�lio, de 42 anos, conhecido como Irm�o Juli�o, que ligava constantemente para a contadora do PCC na regi�o para tomar conhecimento dos pagamentos e atrasos. Segundo o delegado, nas conversas, foi identificado que ele exercia papel de comando na regi�o e controlava todo com�rcio de crack na regi�o central de Campinas.
Ap�s um m�s de investiga��es e buscas, a Dise prendeu Juli�o no dia 31 de agosto. Como ele, estavam duas mulheres que eram respons�veis pela distribui��o da drogas em Campinas: Josefa Silva de Lima, de 41, e Talita Carneiro, de 18. No seu depoimento, ap�s ser preso, ele se identificou como "Geral 19" do PCC em Campinas. Segundo o delegado, ele era um dos respons�veis por ordenar e acompanhar a��es da fac��o na regi�o. A identifica��o 19 diz respeito ao c�digo de DDD das regi�es de atua��o do grupo.
Nas intercepta��es telef�nicas, a Dise acabou descobrindo tamb�m que Juli�o teve participa��o no assassinato do cabo da Aeron�utica Luiz Henrique Pereira da Silva, que tinha 31 anos, na noite de 19 de agosto. O militar foi executado quando fazia um bico de seguran�a em uma pizzaria de Campinas. No local, foram encontrados 29 proj�teis de fuzil. Tanto as conversas grampeadas como o monitoramento do celular do acusado apontam para sua participa��o. O crime teria sido uma retalia��o a uma tentativa de roubo na pizzaria organizada por membros do PCC e que teria sido frustrada pelo cabo dias antes.