A c�pia do relat�rio da Comiss�o de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Goi�s, que motivou o Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana a agendar uma audi�ncia p�blica para a pr�xima quarta-feira (19), re�ne v�rias den�ncias de arbitrariedades e viola��es aos direitos humanos registradas entre os anos de 2000 e 2010.
O documento de 46 p�ginas a que a Ag�ncia Brasil teve acesso sugere que as autoridades goianas t�m se omitido, demorando a apurar as den�ncias e punir os policiais militares e agentes p�blicos que, eventualmente, estejam envolvidos em crimes como execu��es e o desaparecimento de 36 pessoas ap�s abordagem policial.
A maioria dos casos ocorreu antes de 2010, mas o relat�rio traz ainda tr�s ocorr�ncias do primeiro semestre deste ano, todas em Goi�nia. Em maio, o comerciante Fernando de Souza, de 43 anos, foi morto por um policial de 21 anos enquanto perseguia, armado, um jovem que o amea�ara com uma faca. Segundo a Pol�cia Militar, o comerciante teria desobedecido a ordem policial para que soltasse o rev�lver. Testemunhas, contudo, afirmaram que Souza n�o reagiu.
Em julho, o comentarista esportivo Val�rio Luiz foi executado em frente � emissora de r�dio onde trabalhava, em plena luz do dia. Em entrevistas, seu pai, o tamb�m comentarista esportivo Manoel de Oliveira, disse ter perdido o filho para o futebol. Poucos dias depois, conforme lembra o relat�rio, o ent�o comandante de Miss�es Especiais da Pol�cia Militar, tenente coronel Wellington Urz�da, foi afastado das investiga��es depois que a mulher do radialista questionou o fato do militar fazer parte da diretoria do Atl�tico Goianiense at� pouco tempo antes da data do crime.
A morte do radialista ainda est� sendo apurada. Acusado de comandar um grupo apontado como respons�vel pelo desaparecimento de ao menos 26 pessoas, nos �ltimos 11 anos, Urz�da foi afastado temporariamente do Comando de Miss�es Especiais, na semana passada.
No mesmo dia em que o radialista foi morto, policiais militares do servi�o de intelig�ncia balearam o advogado David Sebba Ramalho, 38, no estacionamento de um hipermercado. Ramalho havia acabado de deixar sua esposa na maternidade. Segundo a PM, o advogado estava sendo monitorado como parte de uma opera��o contra o tr�fico de drogas e, ao ser abordado, reagiu. Ainda no local, a delegada da Pol�cia Civil que atendeu a ocorr�ncia disse a jornalistas que Ramalho j� tinha sido detido por uso de entorpecentes.
J� o relat�rio da comiss�o sustenta que a cena do crime foi violada, que nenhuma droga foi encontrada e que, segundo pessoas pr�ximas, o advogado jamais portou armas. Exames realizados no rev�lver supostamente apreendido com ele n�o revelaram a exist�ncia de impress�es digitais, conforme noticiou h� 16 dias o jornal goiano Di�rio da Manh�.
O relat�rio da comiss�o tamb�m destaca o desaparecimento do estudante Murilo Soares Rodrigues, de apenas 12 anos, e do servente Paulo S�rgio Rodrigues, 21. Os dois desapareceram em abril de 2005, ap�s serem abordados por policiais militares. Seis PMs foram indiciados, mas continuam respondendo em liberdade.
Outro desaparecido ap�s uma abordagem da PM de Goi�s, de acordo com a comiss�o, � C�lio Roberto Ferreira de Souza. Em fevereiro de 2008, Souza estava com seu primo Deusimar Alves Monteiro e outras pessoas em uma casa do bairro Jardim Goi�s, na capital. Segundo a vers�o oficial, o grupo usava crack no momento da batida policial.
De acordo com not�cias da �poca, Deusimar e as demais pessoas foram liberadas depois de serem espancadas. Levado a uma das viaturas policiais, Souza jamais foi visto, nem seu corpo encontrado. Dias depois, 11 PMs suspeitos de envolvimento com o caso foram afastados. O Minist�rio P�blico estadual denunciou 12 PMs por tortura.
O documento de 46 p�ginas a que a Ag�ncia Brasil teve acesso sugere que as autoridades goianas t�m se omitido, demorando a apurar as den�ncias e punir os policiais militares e agentes p�blicos que, eventualmente, estejam envolvidos em crimes como execu��es e o desaparecimento de 36 pessoas ap�s abordagem policial.
A maioria dos casos ocorreu antes de 2010, mas o relat�rio traz ainda tr�s ocorr�ncias do primeiro semestre deste ano, todas em Goi�nia. Em maio, o comerciante Fernando de Souza, de 43 anos, foi morto por um policial de 21 anos enquanto perseguia, armado, um jovem que o amea�ara com uma faca. Segundo a Pol�cia Militar, o comerciante teria desobedecido a ordem policial para que soltasse o rev�lver. Testemunhas, contudo, afirmaram que Souza n�o reagiu.
Em julho, o comentarista esportivo Val�rio Luiz foi executado em frente � emissora de r�dio onde trabalhava, em plena luz do dia. Em entrevistas, seu pai, o tamb�m comentarista esportivo Manoel de Oliveira, disse ter perdido o filho para o futebol. Poucos dias depois, conforme lembra o relat�rio, o ent�o comandante de Miss�es Especiais da Pol�cia Militar, tenente coronel Wellington Urz�da, foi afastado das investiga��es depois que a mulher do radialista questionou o fato do militar fazer parte da diretoria do Atl�tico Goianiense at� pouco tempo antes da data do crime.
A morte do radialista ainda est� sendo apurada. Acusado de comandar um grupo apontado como respons�vel pelo desaparecimento de ao menos 26 pessoas, nos �ltimos 11 anos, Urz�da foi afastado temporariamente do Comando de Miss�es Especiais, na semana passada.
No mesmo dia em que o radialista foi morto, policiais militares do servi�o de intelig�ncia balearam o advogado David Sebba Ramalho, 38, no estacionamento de um hipermercado. Ramalho havia acabado de deixar sua esposa na maternidade. Segundo a PM, o advogado estava sendo monitorado como parte de uma opera��o contra o tr�fico de drogas e, ao ser abordado, reagiu. Ainda no local, a delegada da Pol�cia Civil que atendeu a ocorr�ncia disse a jornalistas que Ramalho j� tinha sido detido por uso de entorpecentes.
J� o relat�rio da comiss�o sustenta que a cena do crime foi violada, que nenhuma droga foi encontrada e que, segundo pessoas pr�ximas, o advogado jamais portou armas. Exames realizados no rev�lver supostamente apreendido com ele n�o revelaram a exist�ncia de impress�es digitais, conforme noticiou h� 16 dias o jornal goiano Di�rio da Manh�.
O relat�rio da comiss�o tamb�m destaca o desaparecimento do estudante Murilo Soares Rodrigues, de apenas 12 anos, e do servente Paulo S�rgio Rodrigues, 21. Os dois desapareceram em abril de 2005, ap�s serem abordados por policiais militares. Seis PMs foram indiciados, mas continuam respondendo em liberdade.
Outro desaparecido ap�s uma abordagem da PM de Goi�s, de acordo com a comiss�o, � C�lio Roberto Ferreira de Souza. Em fevereiro de 2008, Souza estava com seu primo Deusimar Alves Monteiro e outras pessoas em uma casa do bairro Jardim Goi�s, na capital. Segundo a vers�o oficial, o grupo usava crack no momento da batida policial.
De acordo com not�cias da �poca, Deusimar e as demais pessoas foram liberadas depois de serem espancadas. Levado a uma das viaturas policiais, Souza jamais foi visto, nem seu corpo encontrado. Dias depois, 11 PMs suspeitos de envolvimento com o caso foram afastados. O Minist�rio P�blico estadual denunciou 12 PMs por tortura.