A Pesquisa Nacional por Amostra de Domic�lios (Pnad) realizada em 2011 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estat�stica (IBGE) revela um aumento na propor��o de jovens que n�o estudam e n�o trabalham no Pa�s. Em 2009, 85,2% da popula��o de 15 a 17 anos frequentava a escola. Dois anos depois, o porcentual caiu para 83,7%, interrompendo uma tend�ncia de crescimento da taxa de escolariza��o nessa faixa et�ria verificada desde 2005.
O n�mero absoluto de estudantes de 15 a 17 anos manteve-se est�vel em 8,8 milh�es de 2009 para 2011, apesar do aumento da popula��o nesse grupo no per�odo. A explica��o para a queda da taxa de escolariza��o entre os jovens n�o � a ida para o mercado de trabalho formal, diz a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira. Segundo a Pnad, os jovens de 15 a 17 anos representavam 3,1% da popula��o ocupada no Pa�s em 2009, participa��o que caiu para 2,8% em 2011, uma varia��o negativa de 11,1%. Em termos absolutos, houve uma diminui��o no per�odo de 319 mil pessoas dessa faixa et�ria trabalhando.
"N�o conseguimos investigar exatamente a causa, mas a princ�pio eles n�o trabalham e n�o estudam", acrescenta Maria Lucia. Para o economista Cl�udio Moura Castro, a queda da taxa de escolariza��o entre os jovens reflete uma "crise no ensino m�dio". "A matr�cula est� caindo porque o m�dio � muito ruim, � chato. As pessoas desanimam", diz ele. "A explica��o consensual � que se trata muito mais de uma expuls�o do m�dio do que atra��o pelo mercado de trabalho", acrescenta Castro. Segundo ele, estat�sticas de censos educacionais j� indicavam "estagna��o e contra��o". "A queda n�o � dram�tica, mas a gente esperaria uma expans�o cont�nua."
Para Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, o ensino m�dio � pouco estimulante e a perda de alunos � consistente. Ele lembra que o abandono � maior entre os homens. A atual presidente do IBGE, Wasm�lia Bivar, avalia que a popula��o adolescente "ainda precisa de incentivos, de pol�ticas mais espec�ficas, para que a perman�ncia na escola ocorra de fato". "Trata-se de um desafio, de uma mudan�a quase cultural, para que o adolescente troque a renda de hoje por uma renda melhor no futuro atrav�s da educa��o", acrescenta Wasm�lia. Entre as crian�as de 6 a 14 anos a taxa de escolariza��o teve um aumento de 0,6 ponto porcentual passando de 97,6% para 98,2% no mesmo per�odo analisado.
Analfabetos
No entanto, a Pnad mostra que o Pa�s ainda tem 12,9 milh�es de analfabetos com 15 anos ou mais de idade. "N�o h� campanha que mude os n�meros de analfabetismo. Quem resolve � Deus. A queda � mecanicamente previs�vel. N�o vai haver surpresa", diz Moura Castro. Do total de analfabetos, 8,2 milh�es (63%) tinham 50 anos ou mais em 2011. Wasm�lia reconhece que o desafio � grande, por causa do estoque da popula��o analfabeta envelhecida, mas considera a queda de 1,1 ponto porcentual da taxa de analfabetismo em rela��o a 2009 "expressiva frente a movimentos anteriores".
O contingente de analfabetos est� concentrado no Nordeste, especialmente na popula��o idosa. Apesar das quedas sucessivas nos �ltimos anos, a regi�o apresentou em 2011 uma taxa que atinge quase o dobro da m�dia nacional (16,9%, ante 8,6%). H� 6 8 milh�es de analfabetos no Nordeste, mais da metade (52,7%) do total do Pa�s.
O n�mero absoluto de estudantes de 15 a 17 anos manteve-se est�vel em 8,8 milh�es de 2009 para 2011, apesar do aumento da popula��o nesse grupo no per�odo. A explica��o para a queda da taxa de escolariza��o entre os jovens n�o � a ida para o mercado de trabalho formal, diz a gerente da pesquisa, Maria Lucia Vieira. Segundo a Pnad, os jovens de 15 a 17 anos representavam 3,1% da popula��o ocupada no Pa�s em 2009, participa��o que caiu para 2,8% em 2011, uma varia��o negativa de 11,1%. Em termos absolutos, houve uma diminui��o no per�odo de 319 mil pessoas dessa faixa et�ria trabalhando.
"N�o conseguimos investigar exatamente a causa, mas a princ�pio eles n�o trabalham e n�o estudam", acrescenta Maria Lucia. Para o economista Cl�udio Moura Castro, a queda da taxa de escolariza��o entre os jovens reflete uma "crise no ensino m�dio". "A matr�cula est� caindo porque o m�dio � muito ruim, � chato. As pessoas desanimam", diz ele. "A explica��o consensual � que se trata muito mais de uma expuls�o do m�dio do que atra��o pelo mercado de trabalho", acrescenta Castro. Segundo ele, estat�sticas de censos educacionais j� indicavam "estagna��o e contra��o". "A queda n�o � dram�tica, mas a gente esperaria uma expans�o cont�nua."
Para Simon Schwartzman, ex-presidente do IBGE, o ensino m�dio � pouco estimulante e a perda de alunos � consistente. Ele lembra que o abandono � maior entre os homens. A atual presidente do IBGE, Wasm�lia Bivar, avalia que a popula��o adolescente "ainda precisa de incentivos, de pol�ticas mais espec�ficas, para que a perman�ncia na escola ocorra de fato". "Trata-se de um desafio, de uma mudan�a quase cultural, para que o adolescente troque a renda de hoje por uma renda melhor no futuro atrav�s da educa��o", acrescenta Wasm�lia. Entre as crian�as de 6 a 14 anos a taxa de escolariza��o teve um aumento de 0,6 ponto porcentual passando de 97,6% para 98,2% no mesmo per�odo analisado.
Analfabetos
No entanto, a Pnad mostra que o Pa�s ainda tem 12,9 milh�es de analfabetos com 15 anos ou mais de idade. "N�o h� campanha que mude os n�meros de analfabetismo. Quem resolve � Deus. A queda � mecanicamente previs�vel. N�o vai haver surpresa", diz Moura Castro. Do total de analfabetos, 8,2 milh�es (63%) tinham 50 anos ou mais em 2011. Wasm�lia reconhece que o desafio � grande, por causa do estoque da popula��o analfabeta envelhecida, mas considera a queda de 1,1 ponto porcentual da taxa de analfabetismo em rela��o a 2009 "expressiva frente a movimentos anteriores".
O contingente de analfabetos est� concentrado no Nordeste, especialmente na popula��o idosa. Apesar das quedas sucessivas nos �ltimos anos, a regi�o apresentou em 2011 uma taxa que atinge quase o dobro da m�dia nacional (16,9%, ante 8,6%). H� 6 8 milh�es de analfabetos no Nordeste, mais da metade (52,7%) do total do Pa�s.
A Pnad tamb�m mostra que, em 2009, a rede p�blica de ensino foi respons�vel pelo atendimento a 87,0% dos estudantes do n�vel fundamental, 86,4% do n�vel m�dio e 23,3% do n�vel superior. Em 2011, o porcentual foi o mesmo no ensino fundamental, oscilou para 87,2% no n�vel m�dio e subiu para 26,8% no ensino superior. Ou seja: apesar do aumento nos �ltimos dois anos, a rede privada atende a 73,2% dos estudantes universit�rios. Apenas 6,6 milh�es cursavam o ensino superior no Pa�s em 2011. (Colaborou Fernando Dantas)