Sete pessoas foram assassinadas e cinco ficaram feridas, entre a noite de desta segunda-feira e a madrugada desta ter�a-feira, nos munic�pios de Tabo�o da Serra e Embu das Artes, na Grande S�o Paulo. As mortes ocorreram em um intervalo de menos de cinco horas, logo ap�s a morte do soldado da Pol�cia Militar H�lio Miguel Gomes de Barros, de 36 anos, cuja morte � investigada como crime de execu��o.
O delegado titular do 1º Distrito Policial de Tabo�o da Serra, Gilson Campinas, n�o descarta a possibilidade de que as mortes tenham sido uma retalia��o ao assassinato do policial. “Tudo depende da investiga��o. Nada � descartado, mas a a��o foi muito r�pida ap�s a morte do policial militar. H� ind�cios de que pode ter ocorrido uma a��o nesse sentido”, admitiu.
Para o aposentado Jo�o Batista Siqueira, tio da vi�va do policial morto, trata-se de um crime de execu��o. “Ele falava pra mim que sempre tinha medo de chegar em casa, que vivia assustado. Acho que pode ter sido vingan�a”, declarou. O aposentado disse ainda que o policial trabalhava informalmente, h� cerca de seis meses, como seguran�a no posto de combust�veis.
Um funcion�rio de uma loja pr�xima ao posto de combust�veis, que n�o quis se identificar, disse � Ag�ncia Brasil que quatro homens em duas motos deram v�rios tiros contra o policial. “Ouvi pelos menos dez tiros”, relatou. A vendedora Fabiana Oliveira, que trabalha em loja de conveni�ncia no pr�prio posto de gasolina, tamb�m ouviu os disparos, mas n�o conseguiu ver os assassinos. “Fui uma das [pessoas] que tentaram socorrer o PM [policial militar], mas ele j� estava morto”, disse.
Apenas 40 minutos depois da morte do policial, por volta de 22h30, dois rapazes numa moto, um deles adolescente, foram mortos em uma suposta persegui��o policial no munic�pio de Embu das Artes. “Com os dois homens, foram encontrados os pertences de uma mo�a que havia sido assaltada”, relatou o delegado do 1º DP. As mortes ocorreram na continua��o da estrada Kizaemon Takeuti, na divisa entre os munic�pios de Tabo�o da Serra e Embu.
Familiares do adolescente Andr� Oliveira, de 16 anos, um dos mortos na a��o, questionam a vers�o de que ele teria participado de assalto. “Ele tinha acabado de sair de casa. N�o tinha tempo pra isso. Ele nunca passou pela Funda��o Casa [entidade do governo do estado que abriga menores infratores]. S� estudava. Se meu irm�o tivesse resistido, como t�o dizendo, ele n�o teria levado tiros � queima roupa”, disse Rog�rio Oliveira, de 26 anos, irm� da v�tima.
De acordo com a Pol�cia Civil, o ataque seguinte ocorreu na Rua Sati Nakamura, em Tabo�o da Serra, � 0h10, resultando em um ferido. Marcelo dos Anjos, de idade n�o divulgada, levou um tiro na perna. �s 01h31min, a ocorr�ncia foi na Rua Nicolau Gentile, no mesmo munic�pio, onde o irm�o de um policial militar, F�bio Juli�o dos Santos, foi morto e mais tr�s pessoas, dois homens e uma mulher, foram baleados, entre eles Jos� Francisco Gomes, que morreu no hospital.
Luciana Gomes Miguel, tia de Jos� Francisco, relatou que o sobrinho estava em uma rua pr�xima de casa, quando homens encapuzados desceram atirando de um carro preto. “Eu moro na rua de tr�s e fiquei sabendo logo depois. Tinha gente na rua e as pessoas que estavam l� contaram o que aconteceu”, declarou.
A tia do morto disse ainda que conversou com uma das pessoas atingidas por disparos em outra rua de Tabo�o da Serra e que a mesma situa��o foi relatada. “Conversei enquanto estava no hospital e ela disse que foi atingida por homens em um carro preto tamb�m”, relatou.
As demais ocorr�ncias tamb�m foram em Tabo�o da Serra. Esses homic�dios foram registrados na Rua Tereza Montez Sanches, �s 02h20min - onde Fernando Pereira de Melo foi morto e mais duas pessoas ficaram feridas - e na Rua Jo�o Ant�nio da Fonseca, onde morreram Alexandre Pereira e Ricardo Evangelista.
De acordo com o Comando da Pol�cia Militar do Estado de S�o Paulo, somente este ano, 79 policiais militares foram mortos, sendo 65 da ativa, dos quais 61 estavam de folga, e 14 aposentados. O n�mero j� � bem superior ao registrado no ano passado, quando 48 policiais militares foram mortos, sendo 37 da ativa.