Rio de Janeiro – Policiais do Batalh�o de Opera��es Especiais (Bope), que ocupam a favela do Jacarezinho desde a �ltima ter�a-feira, se reuniram nesta sexta-feira com moradores da comunidade da zona norte da cidade do Rio. O objetivo do encontro foi apresentar os procedimentos dos policiais durante a ocupa��o, como a revista de suspeitos e a busca em resid�ncias.
Mais de 300 pessoas se reuniram na quadra da escola de samba Unidos do Jacarezinho. A maioria s� queria ouvir o que os policiais tinham a dizer, mas alguns tinham d�vidas e incertezas em rela��o ao dia a dia da ocupa��o, ao funcionamento do com�rcio e ao tr�nsito dos mototaxistas.
Liandra Rodrigues da Silva, de 31 anos, pediu a palavra para reclamar de uma tentativa de invas�o supostamente cometida por policiais.“Eu gostaria de pedir um favor. A gente trabalha, ent�o, quando voc�s v�o fazer uma revista a gente n�o est� em casa. Eu queria pedir que n�o tentem for�ar minha porta novamente. � s� agendar um hor�rio que eu abro a porta para voc�s”, disse Liandra, aplaudida por quase todos os moradores.
Depois, � Ag�ncia Brasil, ela disse que n�o foi poss�vel identificar quem tentou arrombar sua porta, mas h� hist�rico de tentativas de arrombamento pela pol�cia. O comandante do Bope, tenente-coronel Ren� Alonso, pediu aos moradores que se certifiquem de que a tentativa de arrombamento foi feita pela pol�cia, antes de culpar os policiais. Segundo ele, h� muitos casos de outras pessoas que se aproveitam da aus�ncia do dono da casa para entrar e roubar seus pertences.
O morador Araguaci do Carmo, de 53 anos, disse que muitas pessoas est�o reclamando de que tiveram suas casas revistadas v�rias vezes. “Algumas resid�ncias s�o duas, tr�s, quatro vezes revistadas num dia. Vim pedir para que sinalizem as casas revistadas, para evitar que sejam revistadas de novo. Mas ningu�m est� reclamando da ocupa��o”, disse. O comandante garantiu que vai passar a marcar essas casas, para evitar buscas continuadas em um mesmo local.
Durante a reuni�o, Ren� Alonso pediu que os moradores denunciem casos de abuso. Garantiu a Pol�cia Militar n�o recebeu den�ncia de desvios cometidos por policiais. “Pelo contr�rio, o que a gente recebeu s�o informa��es positivas a esse respeito”, disse.
O tenente-coronel negou que haja toque de recolher e disse que eles podem circular pela comunidade a qualquer hora do dia. Sobre eventos culturais, informou que precisam ser autorizados com anteced�ncia, para evitar transtornos a outros moradores. Os mototaxistas, segundo ele, ser�o alvo de fiscaliza��o, para verificar se sua documenta��o est� em dia e se o condutor usa o equipamento exigido pelas leis de tr�nsito.