Delegado envolvido na m�fia dos ca�a-n�queis � condenado a dez anos de pris�o

A Justi�a condenou o delegado Elp�dio La�rcio Ferrarezi a 10 anos e 8 meses de pris�o por falsidade ideol�gica, lavagem de dinheiro e corrup��o e determinou a perda do cargo. Atual titular da Delegacia da Inf�ncia e Juventude de Santos, Ferrarezi foi acusado de integrar na d�cada passada a m�fia dos ca�a-n�queis, que, segundo o Minist�rio P�blico, arrecadava dinheiro para permitir o funcionamento de bingos na regi�o da Baixada Santista.

O juiz respons�vel pela senten�a, Rodrigo de Moura Jacob, apontou estranheza na evolu��o patrimonial de Ferrarezi, que j� foi delegado seccional de Santos. O policial recebe sal�rio de cerca de R$ 6 mil, tem uma casa de R$ 1,2 milh�o na Riviera de S�o Louren�o, em Bertioga, em nome da filha, e vive em uma cobertura de 360 metros quadrados em Santos. A casa foi perdida em favor da Uni�o.

“A trajet�ria de vida do Elp�dio � muito estranha. Antes de adentrar na pol�cia, segundo relatos de testemunhas, era comerciante e seu patrim�nio era insignificante, possu�a um Chevette e levava uma vida bem modesta. Entretanto, bastou ingressar na pol�cia no cargo de delegado para que sua vida desse uma reviravolta e tanto, seu patrim�nio cresceu de forma assustadora”, escreveu o juiz.

Al�m de Ferrarezi, foi condenada por lavagem de dinheiro e falsidade ideol�gica sua filha, a advogada Carla Abibe Ferrarezi Martinez. O juiz afirmou na senten�a que Carla n�o tem como comprovar condi��o financeira para comprar um im�vel milion�rio.

Outras tr�s pessoas, incluindo um office-boy usado como laranja, para quem foi transferida a posse da casa durante as investiga��es, foram condenadas por falsidade ideol�gica. Segundo a Secretaria da Seguran�a P�blica, o delegado � alvo de processo na Corregedoria da Pol�cia Civil.

Defesa

Advogado de Ferrarezi e de Carla, Elias Jacob afirmou que vai recorrer. “A senten�a se afastou das provas dos autos. Vou pedir a absolvi��o e tenho tranquilidade de que conseguirei”, disse.

O advogado afirmou que, na decis�o judicial, houve uma supervaloriza��o da casa na Riviera. “Certamente n�o foi o que gastou para construir a casa em 2002. A per�cia cont�bil declara textualmente que a doutora Carla tinha condi��es de fazer isso na �poca da constru��o.”

Segundo Jacob, Ferrarezi � “altamente conceituado na Pol�cia Civil”. “Tanto que uma das testemunhas de defesa � o diretor da Pol�cia Civil na regi�o”, disse.