Os reservat�rios da Regi�o Nordeste est�o em estado de alerta. Segundo dados do Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), apresentados durante reuni�o do Programa Mensal de Opera��o, o volume de chuva que tem ca�do nas principais bacias da regi�o � o pior dos �ltimos 83 anos, O que tem dificultado a recupera��o dos reservat�rios. Para complicar a situa��o, nem todas as termoel�tricas definidas pelo ONS conseguiram entrar em opera��o.
S� em outubro o n�vel de armazenamento do Nordeste despencou 8,2 pontos porcentuais, de 42,6% para 34,4%, o menor n�vel desde 2003. Os reservat�rios est�o apenas 5,8 pontos acima do limite de seguran�a para o abastecimento do mercado - um mecanismo de alerta criado pelo governo ap�s o racionamento de 2001.
A esperan�a � DE que as chuvas de novembro e dezembro sejam mais consistentes e consigam recompor os lagos das hidrel�tricas. “A forma��o do El Ni�o provocou uma seca muito forte no Nordeste e depreciou o n�vel dos reservat�rios. Mas ele est� perdendo for�a”, avalia Paulo Toledo, s�cio da comercializadora Ecom Energia. Para ele, � cedo para falar em desabastecimento.
O n�vel de armazenamento do Nordeste � o pior do Pa�s, seguido pelo sistema Sudeste/Centro-Oeste, que recuou quase dez pontos porcentuais em outubro. A maior preocupa��o � que, embora tamb�m esteja numa situa��o dif�cil, a regi�o tem enviado energia para suprir a necessidade do Nordeste. Entre os dias 27 e 29, as usinas instaladas no Sudeste e Centro-Oeste contribu�ram com 1.120 MW. O Norte mandou 1.048 MW.
Com o consumo em alta e reservat�rios em baixa, o interc�mbio foi necess�rio para cobrir o v�cuo deixado por algumas termoel�tricas que n�o entraram em opera��o. Na semana passada, o ONS determinou que todas as t�rmicas, movidas a �leo combust�vel, �leo diesel e carv�o, come�assem a funcionar para poupar �gua nos reservat�rios. Considerando as usinas a g�s, que j� estavam em opera��o, eram mais de 11 mil MW em todo o sistema nacional.
Algumas nem foram acionadas. Outras operaram de forma parcial, abaixo da capacidade. Nos relat�rios do ONS, os motivos variam de falta de combust�vel, menor rendimento das unidades e problemas internos das usinas - possivelmente falta de manuten��o. Ou seja, como em 2007, quando foram chamadas para incrementar a gera��o do sistema, algumas t�rmicas n�o estavam preparadas para a produ��o de energia.
A expectativa � de que essas usinas representem um custo para o consumidor de cerca de R$ 500 milh�es s� em novembro, segundo c�lculos da Associa��o Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres. Com o n�vel dos reservat�rios baixos, � poss�vel que elas tenham de continuar gerando por mais tempo.