
Uma estudante de 17 anos, moradora de Paulista, na Regi�o Metropolitana do Recife (RMR), est� sendo medicada com coquet�is contra doen�as sexualmente transmiss�veis ap�s relatar que foi obrigada a beber sangue em uma situa��o que ela garante ter vivido na tarde do domingo, dia 28. A menina conta que foi for�ada a entrar num carro na PE-15, nas imedia��es do Hospital Central de Paulista, na Vila Torres Galv�o, em um suposto sequestro de durou cerca de 30 minutos, e n�o teve testemunhas.
A adolescente – cujo nome a fam�lia prefere manter em sigilo – diz que foi abordada pelos ocupantes de um carro preto, de modelo n�o-identificado, que parou ao seu lado pedindo informa��es sobre como chegar em Olinda. “Uma mulher loura aparentando ter entre 40 e 50 anos, muito bem vestida, parecia perdida e desceu do carro para ouvir a explica��o. De repente, ela me empurrou dentro do carro, entrou e o ve�culo come�ou a andar”, conta. A partir da�, uma sequ�ncia de acontecimentos estranhos � relatada pela menina. Segundo ela, dento do carro estavam outra adolescente, que n�o esbo�ou qualquer rea��o, um motorista e tr�s gatos. “Os animais estavam inquietos, passando de um banco para outro. �s vezes, a mulher colocava um dos gatos em cima de mim”, afirma.
Em seguida, ela conta ter sido obrigada a beber um l�quido avermelhado com gosto de sangue. Apesar de n�o ter visto armas no ve�culo, a menina diz ter se sentido muito amea�ada. “S� conseguia pedir para que n�o me matassem. Estava muito nervosa, chorando”. Pouco depois de beber o l�quido avermelhado, o homem que dirigia o carro teria perguntado a sua idade. “Respondi que tinha 17 anos. A� ele ficou dizendo 'largue logo, deixe ela, n�o serve'”. Depois disso, a mulher teria pego alguns pertences da sua bolsa (documentos, celular, c�mera fotogr�fica) e ordenado que o carro parasse nas proximidades do Espa�o Ci�ncia, no Complexo de Salgadinho, em Olinda. “Estava vazio e eu estava grogue, me sentindo estranha. S� lembro que andei um pouco, vi um �nibus PE-15 e entrei”.
Uma tia e vizinha da garota, que n�o quis se identificar, foi a primeira pessoa a encontr�-la depois dos supostos acontecimentos. “Por volta das 17h, a vi descendo a rua e achei que ela estivesse passando mal. Ela tremia, estava gelada, confusa e repetia que tinha sido ´pega´por um carro”, relata. Inicialmente, a fam�lia pensou que ela tinha sido atropelada. “Achei que um carro tinha batido nela. Fiquei procurando machucados. Ela s� chorava. S� depois de um tempo ela se acalmou e come�ou a contar essa hist�ria”, recorda a m�e da menina.
Atendimento
M�e e filha procuraram atendimento hospitalar ainda na noite do domingo. “Passamos por cinco hospitais e UPAs mas s� conseguimos atendimento no Hospital Agamenon Magalh�es, na Estrada do Arraial”, afirma a m�e. L�, a estudante foi atendida em um centro especializado para mulheres agredidas e conversou com v�rios profissionais, entre eles um psic�logo. “Sei que a hist�ria � muito estranha. No hospital, um psic�logo perguntou se eu acreditava na possibilidade de del�rio. Eu sei que j� tive problemas como s�ndrome do p�nico, o psic�logo tamb�m sabia, mas eu n�o tenho motivos para inventar essa hist�ria. A mulher ficou com algumas coisas minhas, n�o acho que uma alucina��o teria causado isso", argumenta.
A adolescente foi submetida � coleta de sangue para realiza��o de exames, cujos resultados sair�o no dia 12 deste m�s. A m�dica, especialista em ginecologia e obstetr�cia, receitou medicamentos preventivos a doen�as sexualmente transmiss�veis, como HIV e s�filis. No laudo m�dico que a fam�lia mostrou � reportagem do Pernambuco.com est�o as prescri��es dos medicamentos para os pr�ximos 30 dias e a descri��o de “poss�vel ritual de magia negra”.
Na segunda-feira (29), m�e e filha dizem ter ido at� a Ger�ncia de Policia da Crian�a e do Adolescente (GPCA) de Paulista mas, como a adolescente ainda estava bastante abalada e confusa, teriam sido aconselhadas a voltarem apenas quando ela estivesse em condi��es para prestar depoimento. At� o fechamento desta reportagem, a fam�lia n�o voltou para prestar queixa, alegando ter medo de relatar o caso porque a autora do suposto sequestrou teria ficado com documentos da menina, onde estariam informa��es como endere�o da casa e da escola, al�m de uma c�mera fotogr�fica com fotos da fam�lia. Muito assustada, s� ontem a adolescente voltou a frequentar a escola. Em casa e na vizinhan�a, a menina � descrita como tranquila, estudiosa e sem envolvimento com �lcool ou drogas.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Defesa Social e com GPCA de Paulista. Ambas afirmam n�o ter informa��es sobre este caso ou sobre ocorr�ncias semelhantes na �rea. A Secretaria de Sa�de do Estado tamb�m n�o quis detalhar o atendimento prestado � adolescente porque o caso foi tratado como agress�o e, neste caso, as informa��es n�o s�o divulgadas � Imprensa.