Documentos do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) mostram o envolvimento de cerca de 4 mil pessoas no Primeiro Comando da Capital (PCC). O �rg�o de intelig�ncia financeira vinculado ao Minist�rio da Fazenda j� tem mais de 60 relat�rios prontos sobre a atua��o da fac��o e, a partir desta semana, passa a compor a Ag�ncia Integrada de Intelig�ncia, criada no dia 6 pelos governos federal e paulista para combater o crime organizado.
Mapear contas de pessoas ligadas ao PCC e rastrear a movimenta��o financeira de l�deres e subordinados ser� justamente uma das primeiras a��es da ag�ncia, que tem como objetivo a troca de informa��es entre �rg�os de seguran�a do Estado e da Uni�o no combate � onda de viol�ncia em S�o Paulo.
Documentos do Coaf indicam ainda a centraliza��o de dep�sitos em contas banc�rias de S�o Paulo, com maior incid�ncia na capital e em cidades do interior com grandes penitenci�rias. E revelam a falta de capacidade econ�mico-financeira dos envolvidos para o volume de recursos movimentados.
A cria��o da ag�ncia faz parte do plano integrado anunciado pelo governador Geraldo Alckmin e pelo ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo.
Exterior
O PCC j� atua al�m das fronteiras do Brasil. Relat�rio do Sistema Brasileiro de Intelig�ncia (SisBin) mostra que o grupo tem alian�as desde 2008 com traficantes de Paraguai e Bol�via e hoje domina o com�rcio de coca�na e maconha para boa parte do mercado brasileiro.
Organizado como empresa, designa gerentes para trabalhar nos dois pa�ses com os grupos locais e eliminar intermedi�rios. Hoje o grupo domina a chamada “rota caipira”, por onde passam drogas vindas dos dois pa�ses para abastecer o Brasil.
A conex�o internacional garante ao PCC n�o apenas o suprimento de drogas - apesar de outros meios, hoje o tr�fico representa mais de 80% da arrecada��o do grupo -, mas tamb�m o dom�nio da chamada “rota caipira”, que entra pela fronteira via Paran�, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para alimentar interior paulista e capital, eventualmente chegando ao Rio. Al�m da associa��o com traficantes locais, o PCC tem instalado nesses pa�ses alguns de seus pr�prios homens.
De acordo com o SisBin, apesar de boa parte da droga que abastece o continente europeu passar pelo Brasil, o PCC atuaria ainda apenas no abastecimento do mercado interno, o que n�o � pouco. Dados da Organiza��o das Na��es Unidas (ONU) calculam em 900 mil os usu�rios brasileiros de coca�na. Entre 60% e 80% da droga produzida na Bol�via serviria para abastecer o mercado interno.