A onda de viol�ncia em Santa Catarina pode estar relacionada � migra��o de gangues provenientes de estados com elevados �ndices de criminalidade, como Rio de Janeiro e S�o Paulo. A avalia��o � do professor de sociologia pol�tica Erni Seibel, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC ). Segundo ele, que coordena o N�cleo Interdisciplinar de Estudos em Pol�ticas P�blicas da universidade, a pol�tica de combate ao crime nesses locais, incluindo a instala��o das Unidades de Pol�cia Pacificadora (UPPs) no Rio e uma a��o mais incisiva da pol�cia em S�o Paulo, podem ter contribu�do para o movimento.
“Essas gangues v�m para o Sul, principalmente Santa Catarina e Rio Grande do Sul, para se esconder e fazer conex�o com criminosos locais. Os padr�es dos ataques em Santa Catarina, que incendeiam o cotidiano urbano, representam um novo formato de viol�ncia, como o que foi observado em S�o Paulo. Eles obrigam o Estado a reconhecer a atua��o do crime organizado”, avaliou.
“O distrito aloja criminosos de outros lugares, principalmente por fatores geogr�ficos. Repleto de morros, h� facilidade para que seja usado como esconderijo e tamb�m como rota de fuga, por estar pr�ximo � BR-101”, disse, ressaltando que n�o se pode dizer que os ataques dos �ltimos dias tenham sido praticados pelos mesmos criminosos que vivem nessa regi�o.
Erni Seibel tamb�m levantou a hip�tese de os crimes representarem a retalia��o a um problema mais estrutural, como o sistema prisional brasileiro. Ele enfatizou que as condi��es prec�rias dos pres�dios no pa�s s�o uma quest�o “hist�rica” e que “estouram em algum momento em forma de atos de vingan�a”.
O ministro da Justi�a, Jos� Eduardo Cardozo, disse nessa ter�a-feira que prefere a morte a uma longa pena nas pris�es brasileiras, que classificou como "medievais".
Para reverter o quadro, Erni Seibel defende o sufocamento financeiro das organiza��es criminosas, que “na maioria dos casos est� ligada ao tr�fico de drogas e de armas”, como principal medida de repress�o.
“O dinheiro que as financia n�o fica escondido no colch�o, ele est� no sistema financeiro. � preciso identific�-lo e garantir que n�o chegue a essas gangues”, enfatizou.