Centenas de pessoas ainda ficar�o fora de casa na localidade de Tr�s Irm�os, no distrito de Conselheiro Paulino, na cidade de Nova Friburgo, um dos locais mais afetados pela forte chuva que atingiu a Regi�o Serrana no in�cio desta semana.
No local, dois deslizamentos de pedras destru�ram cerca de 20 casas, deixando pelo menos duas pessoas feridas sem gravidade, desalojados (pessoas que tiveram que deixar suas casas temporariamente) e desabrigados.
A Prefeitura Municipal de Nova Friburgo admite a exist�ncia de apenas de 72 pessoas desalojadas, uma vez foram essas que procuraram os abrigos. Deste total, 47 est�o na Escola Municipal Lafayette Bravo Filho, no bairro Floresta; e 25 no Jardim de Inf�ncia Maria Duque Estrada, no Prado.
No in�cio da noite de ontem (14), especialistas em avalia��o de desastres da Secretaria Nacional da Defesa Civil estiveram na localidade para avaliar a situa��o e dimensionar o n�mero de fam�lias prejudicadas que dever�o receber cestas b�sicas da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O t�cnico da Secretaria Nacional de Defesa Civil Werneck de Carvalho, que inspecionando o local do desabamento, se disse surpreso com a gravidade do desabamento, mas ressaltou a import�ncia do trabalho realizado no munic�pio.
“N�o h� d�vida de que o trabalho de evacua��o realizado pelo pessoal da Defesa Civil foi fundamental para que muitas vidas fossem salvas. N�o s� o alerta a partir do acionamento das sirenes, mas tamb�m do ponto de vista da mobiliza��o e do convencimento da necessidade de os moradores deixarem as casas”.
Segundo a ge�loga Sandra Fernandes da Silva, do Servi�o Geol�gico do Brasil (CPRM) todas as casas constru�das ao longo do quarteir�o isolado pela Defesa Civil do munic�pio continuar�o interditadas por algumas semanas, pois h� riscos de novos deslocamentos.
“A situa��o ainda � de risco iminente alto e n�o h� condi��es de os moradores voltarem, porque n�o � poss�vel ainda dar in�cio aos trabalhos de limpeza, uma vez que esse material [entulho] que se encontra aqui embaixo est� servindo de anteparo e impedindo novos deslizamentos”.
Segundo a ge�loga h� riscos de que os blocos suspensos se desloquem caso aumente a chuva. “Em hip�tese alguma as pessoas podem voltar �s suas casas. N�o se pode ter a falsa ideia de que choveu e n�o houve novos deslocamento. N�o houve hoje, mas pode ocorrer a qualquer momento”.
A geol�ga da CPRM disse que os t�cnicos ainda precisam de um trabalho de log�stica para a conten��o e limpeza da �rea.
“Ser� preciso dar um fogacho (fogo com pouca carga de dinamite) s� para soltar os blocos maiores, transformando-os em pedras menores. H� ainda que fazer um escoramento, colocando �ncoras para prender as pedras. Somente um engenheiro pode determinar o tempo necess�rio – que certamente consumir� algumas semanas pelo menos”.
Na ter�a-feira (13) a chuva que deixou a cidade de Nova Friburgo em estado de alerta m�ximo. Foram 113 mil�metros em apenas 24 horas, o equivalente ao esperado para pelo menos 20 dias.
Das 26 sirenes instaladas em �reas de risco, cinco n�o funcionaram – inclusive a da localidade de Tr�s Irm�os, que teve que ser acionada manualmente. Em Janeiro de 2011, a chuva que caiu sobre a Regi�o Serrana do estado deixaram mais de 900 mortos e dezenas de desaparecidos. Em alguns pontos da cidade, os estragos ainda s�o vis�veis, apesar dos v�rios milh�es de reais enviados pelo governo federal para as obras emergenciais.
Ontem (14) choveu durante boa parte do dia em Nova Friburgo, embora com menor intensidade. O tempo continua nublado hoje (15). A previs�o � de que n�o devem ocorrer pancadas de chuva nas pr�ximas horas.