
O delegado-geral da Pol�cia Civil, Marcos Carneiro Lima, afirmou ontem que h� ind�cios de a��es de exterm�nio na atual onda de viol�ncia. Em tom de desabafo, prestes a deixar o cargo, ele disse que pelo menos uma das v�timas teve antecedentes criminais consultados no sistema de seguran�a p�blica do estado pouco antes de ser assassinada, o que seria um ind�cio da atua��o de policiais no crime. “Fomos verificar, havia sido feita uma pesquisa (sobre antecedentes). A morte foi na capital e a pesquisa, feita na Grande S�o Paulo pouco antes da morte”, disse Carneiro Lima, logo ap�s a posse do novo secret�rio da Seguran�a P�blica, Fernando Grella Vieira, no Pal�cio dos Bandeirantes.
O delegado-geral, que colocou o cargo � disposi��o do novo secret�rio, afirmou que isso j� ocorria no passado e que o Departamento de Homic�dios e Prote��o � Pessoa (DHPP) est� checando se houve consultas tamb�m em outros casos de homic�dio recentes. “Se houver policial envolvido, queremos que ele fique preocupado e n�o durma em paz”, frisou. As consultas das fichas criminais s�o acess�veis somente a policiais.
O delegado-geral, que deve ser substitu�do nos pr�ximos dias, explicou que a numera��o dos estojos de muni��es � determinante em uma investiga��o, porque permite o rastreamento de onde foram compradas. Todas as balas usadas por policiais, por exemplo, trazem identifica��o de lote. “Em muitos casos, os estojos s�o recolhidos por pessoas que sabem que poderiam ser incriminadas por essas informa��es.” Carneiro Lima afirmou tamb�m que parte da sociedade � conivente com a viol�ncia. “� importante ressaltar que a gente nunca teve chacina nos Jardins. Por qu�? Por que � t�o f�cil matar pobre na periferia? Porque ainda existe uma grande parcela da sociedade que acha que matar pobre na periferia � matar o marginal de amanh�.”
OUTRA CHACINA Doze pessoas morreram e pelo menos outras 12 foram baleadas entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem na capital e Regi�o Metropolitana de S�o Paulo. O caso mais grave ocorreu em um bar na Zona Sul, onde uma chacina deixou tr�s mortos e tr�s feridos. Seis pessoas estavam no bar no Jardim S�o Lu�s, quando foram baleadas na noite de quarta-feira. O criminoso, segundo testemunhas, chegou em uma moto, efetuou v�rios disparos e fugiu. Entre os mortos est� a promotora de eventos Luciene Neves, de 24 anos, que participava de projeto contra a viol�ncia.