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Estado de Minas

Mapa da Viol�ncia: professor alerta para 'pandemia' de mortes de jovens negros


postado em 29/11/2012 16:53 / atualizado em 29/11/2012 15:54

As mortes por assassinato de jovens negros no pa�s s�o, proporcionalmente, duas vezes e meia maior do que entre os jovens brancos. Em 2010, o �ndice de mortes violentas de jovens negros foi de 72, para cada 100 mil habitantes; enquanto entre os jovens brancos foi de 28,3 por 100 mil habitantes. A evolu��o do �ndice em oito anos tamb�m foi desfavor�vel para o jovem negro. Na compara��o com os n�meros de 2002, a taxa de homic�dio de jovens brancos caiu (era 40,6 por 100 mil habitantes). J� entre os jovens negros o �ndice subiu (era 69,6 por 100 mil habitantes).

Os dados fazem parte do Mapa da Viol�ncia 2012: A Cor dos Homic�dios no Brasil, divulgado nesta quinta-feira em Bras�lia, pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos (Cebela), a Faculdade Latino-Americana de Ci�ncias Sociais (Flacso) e a Secretaria de Pol�ticas de Promo��o da Igualdade Racial da Presid�ncia da Rep�blica (Seppir).

De acordo com o professor Julio Jacobo, respons�vel pelo estudo, os dados s�o “alarmantes” e representam uma “pandemia de mortes de jovens negros”. Entre os fatores que levam a esse panorama, ele cita a “cultura da viol�ncia” - tanto institucional como dom�stica, e a impunidade. Segundo o professor, em apenas 4% dos casos de homic�dios no Brasil, os respons�veis v�o para a cadeia.

“O estudo confirma que o polo de viol�ncia no pa�s s�o os jovens negros e n�o � por casualidade. Temos no pa�s uma cultura que justifica a exist�ncia da viol�ncia em v�rias inst�ncias. O Estado e as fam�lias toleram a viol�ncia e � essa cultura que faz com que ela se torne corriqueira, que qualquer conflito seja resolvido matando o pr�ximo”, disse Jacobo.

O professor defende pol�ticas p�blicas mais amplas e integradas para atacar a quest�o, principalmente na �rea da educa��o. “H� no pa�s cerca de 8 milh�es de jovens negros que n�o estudam nem trabalham. As pol�ticas p�blicas de incorpora��o dessa parcela da popula��o s�o fundamentais para reverter o quadro”.

Ainda segundo o estudo, a situa��o mais grave � observada em oito estados, onde a morte de jovens negros ultrapassa a marca de 100 homic�dios para cada 100 mil habitantes. S�o eles: Alagoas, Esp�rito Santo, Para�ba, Pernambuco, Mato Grosso, Distrito Federal, Bahia e Par�. A an�lise por munic�pios � ainda mais preocupante: em Sim�es Filho, na Bahia, e em Ananindeua, no Par�, s�o registrados 400 homic�dios de jovens negros por 100 mil habitantes.

O professor enfatizou que as taxas de assassinato entre a popula��o negra no Brasil s�o superiores �s de muitas regi�es que enfrentam conflitos armados. Jacobo tamb�m comparou a situa��o brasileira � de pa�ses desenvolvidos, como Alemanha, Holanda, Fran�a, Pol�nia e Inglaterra, onde a taxa de homic�dio � 0,5 jovem para cada 100 mil habitantes.

“Para cada jovem que morre assassinado nesses pa�ses, morrem 106 jovens e 144 jovens negros no Brasil. Se compararmos com a Bahia, s�o 205 jovens negros para cada morte naqueles pa�ses; e no munic�pio baiano de Sim�es Filho, que tem o pior �ndice brasileiro, s�o 912 mortes de jovens negros para cada assassinato de jovem”, disse.

O secret�rio-executivo da Seppir, M�rio Lisboa Theodoro, enfatizou que o governo federal tem intensificado as a��es para enfrentar o problema que classificou de “crucial”. Ele lembrou que foi lan�ado em setembro, em Alagoas, o projeto Juventude Viva, para enfrentar o crescente n�mero de homic�dios entre jovens negros de todo o pa�s. A iniciativa prev� aulas em per�odo integral nas escolas estaduais, a cria��o de espa�os culturais em territ�rios violentos e o est�mulo ao empreendedorismo juvenil, associado � economia solid�ria.

O Juventude Viva � a primeira etapa de uma a��o mais ampla – o Plano de Preven��o � Viol�ncia Contra a Juventude Negra. A meta do governo � expandir o programa no primeiro semestre de 2013 para mais cinco unidades federativas: Para�ba, Esp�rito Santo, Distrito Federal, Bahia e Rio Grande do Sul.

“O objetivo � garantir um conjunto de servi�os �s comunidades onde esses jovens residem, como infraestrutura, al�m de fornecer oportunidade de estudo e de ocupa��o para eles, aproveitando inclusive os eventos esportivos que o Brasil vai sediar, como a Copa do Mundo”, disse Theodoro.


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