Centenas de manifestantes tomaram as ruas da zona norte do Rio hoje para protestar contra a demoli��o da Escola Municipal Friedenreich, do Est�dio de Atletismo C�lio de Barros, do Parque Aqu�tico Julio Delamare e do antigo Museu do �ndio para as obras do Est�dio Jornalista M�rio Filho, o Maracan�. A concentra��o ocorreu na Pra�a Saenz Pe�a, na Tijuca, e reuniu estudantes, ativistas sociais, pol�ticos e �ndios de v�rias etnias.
O pag� Kunue Kalapalo chegou de madrugada de sua aldeia, no Xingu, para apoiar a manifesta��o contra a derrubada do antigo museu, onde o marechal C�ndido Rondon iniciou o Servi�o de Prote��o ao �ndio. “N�s estamos preocupados. H� muitos anos, meu av� esteve nesse pr�dio para conversar com o marechal Rondon, que usava o local para receber os �ndios. Eu era pequeno nessa �poca. Precisamos manter o pr�dio, porque � um ponto de refer�ncia para nossa cultura”, disse o pag�.
O cacique Carlos Tukano, que ocupa o pr�dio com outros 35 �ndios, disse que a situa��o � dram�tica porque o governo do estado acaba de lan�ar o edital para a demoli��o do im�vel. Para evitar que isso aconte�a, foram chamados �ndios de v�rios estados para ocupar o espa�o. “Fizemos uma convoca��o e est�o chegando �ndios do Esp�rito Santo, de Mato Grosso, de S�o Paulo e do Rio Grande do Sul. Ningu�m vai arredar o p�. Vamos resistir at� o final”, garantiu o cacique.
A manifesta��o de hoje foi organizada pelos Comit�s Populares da Copa em quatro cidades, al�m do Rio: S�o Paulo, Distrito Federal, Natal e Curitiba. No Rio, um dos integrantes do comit�, Gustavo Mehl, explicou o motivo do protesto. “Temos um processo de privatiza��o do Maracan�, um complexo esportivo no qual foi investido R$ 1,5 bilh�o desde 1999. Isso � um desrespeito com o nosso dinheiro e com a coisa p�blica”, disse Mehl, contr�rio ao processo de privatiza��o lan�ado pelo governo do estado em outubro deste ano, que vai conceder o est�dio � iniciativa privada por 35 anos, em troca do recebimento de R$ 7 milh�es anuais. A reforma do est�dio para a Copa 2014 est� or�ada em quase R$ 900 milh�es em recursos p�blicos.
Outro efeito das obras do Maracan� � o desalojamento de 350 estudantes da escola Friedenreich, que funciona ao lado do est�dio. Pais de alunos participaram do protesto. “A escola est� ali h� 50 anos, passamos por v�rios eventos e nunca tivemos problema algum. Jogar esta escola no ch�o � demolir um projeto pedag�gico que a transformou na 10ª melhor escola p�blica do Brasil, no segmento educa��o b�sica, e a quarta melhor do Rio de Janeiro”, protestou Carlos Sandes, que tem uma filha na escola.
O Minist�rio P�blico Estadual ingressou na Justi�a, em 21 de novembro, com uma A��o Civil P�blica contra o governo do estado e a prefeitura, pedindo a preserva��o da escola e impondo multa di�ria de R$ 5 mil, caso seja impedida a matr�cula dos alunos. O governo do Rio alega que as altera��es e demoli��es s�o necess�rias para adequar o Maracan� �s exig�ncias da Federa��o Internacional de Futebol (Fifa) para a Copa 2014.
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Manifestantes protestam contra demoli��o de escola e antigo Museu do �ndio para obras do Maracan�
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