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Estado de Minas

Acesso a praias de Fernando de Noronha est� restrito com guaritas e catracas

Para�so privatizado: at� os moradores do local precisam de carteirinha. Mudan�a tem causado pol�micas


postado em 09/12/2012 06:00 / atualizado em 09/12/2012 08:35

Praias paradisíacas e belas paisagens atraem turistas ao arquipélago(foto: CVC/Divulgação)
Praias paradis�acas e belas paisagens atraem turistas ao arquip�lago (foto: CVC/Divulga��o)
Para visitar algumas das praias mais bonitas e paradis�acas do pa�s, os brasileiros agora precisam pagar ingresso. O governo concedeu � iniciativa privada a �rea do Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha. A ilha � uma das mais importantes unidades de conserva��o do territ�rio e destino de f�rias entre os mais desejados do Brasil. Desde o fim de setembro, a empresa ganhadora da licita��o administra a maioria das praias da ilha e controla o acesso a trechos da orla com catracas. A concession�ria promete investir R$ 10 milh�es na �rea e j� realizou obras de melhorias, transformando as trilhas em locais acess�veis.

Mas as mudan�as que chegaram com a privatiza��o causaram grande pol�mica, especialmente entre os moradores. Eles resistem aos controles de acesso e temem que a licita��o prejudique interesses econ�micos dos pequenos empres�rios. Em uma das praias, a do Sueste, a press�o foi t�o grande que a Econoronha teve de demolir e refazer a estrutura de acesso porque a obra bloqueava a visibilidade do mar.


A concess�o de parques � iniciativa privada � uma estrat�gia do Instituto Chico Mendes de Conserva��o da Biodiversidade (ICMBio), �rg�o federal respons�vel pela administra��o das unidades de conserva��o ambiental do pa�s. A Econoronha, ganhadora da licita��o para gerir o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, � uma filial da empresa Cataratas do Igua�u S.A., h� 12 anos respons�vel pela administra��o do parque hom�nimo no Sul do pa�s. Os turistas brasileiros pagam R$ 65 por um bilhete com validade de 10 dias e os estrangeiros, R$ 130.


Para viver em Fernando de Noronha, � preciso ter um documento de perman�ncia. Receber essa identidade noronhense � mais dif�cil do que conquistar um green card americano, como costumam contar em tom de piada os habitantes da ilha. Mas para visitar as belas praias, agora os moradores precisam tamb�m de um cart�o magn�tico emitido pela Econoronha. “Nasci e cresci aqui e agora querem me exigir mais uma carteirinha para ir �s �reas do parque que a vida inteira eu ajudei a preservar? Me recuso a apresentar ingresso para circular pela ilha”, decreta Admilson Medeiros, conselheiro distrital de Fernando de Noronha e dono de uma pousada. Os moradores com documento de perman�ncia n�o pagam pelo ingresso, mas t�m de solicitar a entrega do cart�o magn�tico de acesso.


Admilson questiona a autoriza��o concedida � Econoronha para construir postos tur�sticos nas praias. “Antes, se algu�m quisesse construir uma pequena estrutura nas praias, como um sanit�rio ou uma lanchonete, o Ibama n�o autorizava. Mas agora a empresa vencedora da licita��o chega e constr�i gigantescos postos de controle de acesso. N�o entendo essa mudan�a de norma.”

J� no desembarque

Os visitantes que chegam a Fernando de Noronha j� pagavam uma taxa ao governo do estado de Pernambuco, cujo valor varia de acordo com o n�mero de dias de perman�ncia na ilha. A Taxa de Prote��o Ambiental (TPA) � cobrada no aeroporto, no momento do desembarque. Para ficar uma semana na ilha, � preciso pagar R$ 267,84. A partir de 10 dias de perman�ncia, o pre�o cresce de maneira exponencial, at� chegar ao valor de R$ 3,5 mil, exigido dos visitantes que ficarem 30 dias em Noronha.


O professor universit�rio aposentado Dom�cio Alves Cordeiro, que j� foi administrador de Fernando de Noronha e diretor do Parque Nacional, � um dos principais opositores da entrega da �rea para a iniciativa privada. “Tenho convic��o de que esses grandes aportes econ�micos v�o sufocar os pequenos e m�dios empres�rios, pessoas que nasceram ou cresceram aqui. Por mais que a empresa invista na quest�o ambiental, � claro que ela vai tentar reduzir custos explorando atividades que hoje est�o socializadas entre as pessoas da ilha.”


A resist�ncia � licita��o n�o � generalizada. Presidente do Conselho Distrital de Fernando de Noronha, Suenildo Martins da Costa elogia o projeto da Econoronha. “Eles trabalham com praticamente 100% de m�o de obra local, geraram empregos com carteira assinada e pagam sal�rios acima da m�dia da ilha”, explica Suenildo. “As pessoas que est�o criando caso n�o conhecem o projeto direito. � uma resist�ncia provinciana, mas o importante � que o projeto preserva o parque e gera empregos para a popula��o”, acrescenta o l�der comunit�rio. “O acesso era esburacado e cheio de mato. A passarela que eles fizeram ajuda a preservar o meio ambiente e permite o acesso de pessoas com necessidades especiais”, destaca.

 


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