Com a aproxima��o do Natal, muitas fam�lias carentes ocupam �reas do Recife � espera de doa��es. Nem todos s�o sem teto e alguns possuem casas em �reas da periferia da cidade, mas optam por "acampar" em �reas da cidade. Os “pedintes de Natal”, como s�o classificados pela Prefeitura atualmente ocupam quatro locais do centro: Rua da Aurora, Cais de Santa Rita, Pra�a do Imperador e Rua do Hosp�cio. Na Zona Sul, as concentra��es s�o na baira canal do bairro de Set�bal.
Jaqueline da Silva, 30 anos, levou a enteada menor de idade para se juntar ao grupo no Cais. “Aqui a gente recebe bem mais doa��es. E vai levando a vida assim”, conta. Ela explica que passa a semana de Natal no local desde crian�a, quando era levada pela m�e. “Desde que nasci venho para c� todo ano. A gente ganha roupa, comida...”.
Al�m de aguardar doa��es, eles aproveitam para pedir dinheiro nos sinais e vigiar os carros estacionados na �rea. � o caso de Carolina Pereira, 18 anos, que diz pedir dinheiro na rua porque n�o foi contemplada pelo programa Bolsa Fam�lia. “Se eu recebesse o dinheiro do Bolsa Fam�lia, n�o estaria aqui, mas me cadastrei e ainda n�o recebi nada”, conta a jovem que tem um filho de um ano e meio.
Para alguns, o tempo fora de casa serve tamb�m como descanso. Rubenita de Souza, 49 anos, limpa os vidros dos carros no bairro do Derby e conta que sempre nesta �poca do ano vai ao Cais de Santa Rita para ganhar algum “trocado” a mais e descansar do trabalho. “A gente passa esse tempo aqui recebendo doa��es para n�o passar o fim do ano com as vasilhas emborcadas. Aproveito tamb�m para descansar os bra�os do trabalho”, afirma.
Acabando o per�odo natalino, o grupo pretende voltar para suas casas. Ana Andr�a da Cruz, 25 anos, que est� no Cais desde o dia 2 de dezembro e conta que vai embora antes do dia 30, para passar a virada do ano em casa. “Saio daqui somente dia 29 de dezembro para passar o ano novo na minha casa com a minha fam�lia".
De acordo com a Secretaria de Assist�ncia Social, a maioria das pessoas que se abriga nas ruas durante esta �poca do ano n�o est� em situa��o de rua e, por esse motivo, a Prefeitura n�o pode abrig�-los. “A a��o da Prefeitura � encaminh�-los para suas casas, porque eles t�m um lar”, afirma a secret�ria, Niedja Queiroz.
A administra��o municipal tamb�m orienta que as pessoas interessadas em fazer doa��es n�o alimentem esta pr�tica e procurem institui��es de caridade para encaminhar os donativos, de forma a garantir que os recursos sejam encaminhados para quem precisa mais.