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Estado de Minas

�ndios v�o precisar mais do que novas reservas para viver com dignidade, dizem l�deres


postado em 08/01/2013 17:05 / atualizado em 08/01/2013 17:48

A identifica��o e demarca��o de novas reservas n�o bastam para garantir que os �ndios possam viver com dignidade, produzindo seus pr�prios alimentos e preservando seus h�bitos e costumes. A opini�o � dos l�deres ind�genas L�dio Veron e Otoniel Ricardo, ambos de Mato Grosso do Sul. Para L�dio Veron, filho do cacique guarani kaiow� Marcos Veron, assassinado em janeiro de 2003, em Juti (MS), a Uni�o tamb�m tem que dar apoio t�cnico, financeiro e assistencial �s comunidades ind�genas pelo tempo que for necess�rio, at� que suas terras recuperem a produtividade e os �ndios possam se manter por conta pr�pria. %u201CPelo grau de devasta��o, n�s vamos receber uma terra nua [sem floresta] em que vamos ter que trabalhar muito para reflorestar. Ent�o, tamb�m � preciso projetos de reflorestamento, projetos para que essas �reas se tornem sustent�veis. Para isso, os �ndios precisam de dinheiro", afirmou Veron � Ag�ncia Brasil e � TV Brasil. De acordo com Veron, a demora da Uni�o para demarcar as terras ind�genas tem alimentado o conflito com produtores rurais, causando a morte de v�rios �ndios. %u201CA gente est� cansado. Chega de falar. A solu��o � as autoridades demarcarem nossas terras e oficializarem toda a documenta��o. A gente j� sofreu muito. Perdemos v�rias lideran�as, inclusive o nosso cacique, meu pai, Marcos Veron, que foi morto na minha frente, enquanto eu era amea�ado de ser queimado vivo%u201D, acrescentou Veron. Outro a fazer semelhante alerta � o ex-vereador de Caarap� (MS), Otoniel Ricardo, da aldeia guarani kaiow� Te'yikue. Para ele, o n�vel de comprometimento dos recursos naturais antes existentes nos chamados territ�rios tradicionais ind�genas � t�o dr�stico que, al�m da terra, os �ndios precisam de apoio governamental para conseguir, por exemplo, reflorestar a maioria das �reas reconhecidas. %u201CN�o basta demarcar. Precisa de um projeto pol�tico para fortalecer nossa autonomia e sustentabilidade. Sempre fomos produtores, artes�os, mas hoje n�o temos nada e, nessas terras do jeito como est�o, n�o h� como ca�armos ou plantarmos%u201D, diz Ricardo, se referindo � maior parte das terras que os �ndios reivindicam no Mato Grosso do Sul, hoje ocupadas por grandes planta��es de soja, cana-de-a��car ou pelo gado. Ricardo acredita que a proposta, em estudo, de que os fazendeiros que compraram terras legalmente no estado e que est�o devidamente regularizados sejam integralmente indenizados - ou seja, recebam n�o s� pelas benfeitorias, conforme prev� a Constitui��o Federal, mas tamb�m pela terra nua %u2013 � uma forma de tentar resolver o conflito entre �ndios e produtores rurais. %u201CA viol�ncia [no estado] � muito grande devido � [luta pela] demarca��o de terras [ind�genas]. N�s, ind�genas, queremos nosso tekoha [territ�rio sagrado], n�o queremos mais sofrer amea�as, ver nossas crian�as desnutridas, sem acesso a educa��o adequada. Enquanto isso, o outro lado, os produtores, tamb�m querem uma solu��o. A partir do momento em que demarcarem as terras, o progresso vai ser maior para todos, porque tanto nosso povo como o outro lado v�o estar [juridicamente] seguros%u201D, concluiu Ricardo.


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