Segundo estudo da Associa��o Brasileira das Empresas de Servi�os de Conserva��o de Energia (Abesco), cerca de 10% dos 430 terawatt-hora (TWh) consumidos no pa�s a cada ano s�o desperdi�ados, volume superior ao consumido pelo total da popula��o do estado do Rio de Janeiro, que alcan�a cerca de 36 TWh.
Os maiores vil�es, de acordo com Starosta, s�o processos industriais obsoletos e sistemas de refrigera��o, aquecimento e ilumina��o inadequados, sem sistemas de automa��o que permitam, por exemplo, o desligamento autom�tico quando n�o h� pessoas presentes no local.
Para que o Brasil atinja um n�vel de efici�ncia energ�tica com patamares compar�veis aos de pa�ses avan�ados nesse tema, como Jap�o e Alemanha, � preciso incentivar os grandes empreendimentos industriais e comerciais a modernizarem seus sistemas de utiliza��o de energia para reduzir os desperd�cios estruturais.
Ele lembrou que tamb�m s�o verificadas perdas de energia nas linhas de transmiss�o em funcionamento no pa�s, mas, em sua avalia��o, n�o se trata do maior problema, j� que “s�o eventos fisicamente previstos”.
“As perdas nas linhas de transmiss�o s�o normais. Mesmo com manuten��o modernizada, ela nunca acaba. O problema s�o os desperd�cios que ocorrem nas plantas comerciais, como shoppings e hospitais, al�m das ind�strias”, enfatizou. Segundo o presidente da Abesco, � “inaceit�vel” um percentual de desperd�cio t�o elevado, principalmente em um momento em que se discute o risco de desabastecimento.
Para evitar novos apag�es, Jos� Starosta defende, al�m da amplia��o da efici�ncia energ�tica, uma maior diversifica��o da matriz de energia, com investimentos e populariza��o de fontes alternativas de gera��o, como a energia e�lica e a solar fotovoltaica. Em rela��o � energia nuclear, ele ressaltou que, ap�s o acidente na Usina Nuclear de Fukushima Daiichi, no Jap�o, no ano passado, o “mundo ficou temeroso” em rela��o aos riscos desse tipo de gera��o.
Em mar�o de 2011, um terremoto seguido por tsunami, que afetou principalmente o Nordeste do pa�s, provocou uma s�rie de explos�es e vazamentos na usina japonesa. �reas inteiras foram esvaziadas e o consumo de produtos dessas regi�es foi proibido.
Por causa da falta de chuvas no Brasil, os reservat�rios das hidrel�tricas do Sudeste e Centro-Oeste encontram-se, de acordo com a Associa��o Brasileira dos Produtores Independentes de Energia El�trica (Apine), no mais baixo n�vel para o m�s de janeiro desde 2001, ano do �ltimo racionamento de energia el�trica no pa�s.
Segundo o Operador Nacional do Sistema El�trico (ONS), os reservat�rios do Sudeste e Centro-Oeste operam hoje com 28,32% da capacidade; os do Nordeste, com 30,2%; os do Norte, com 39,88%; e os do Sul, com 43,4%.
O secret�rio executivo do Minist�rio de Minas e Energia, M�rcio Zimmermann, no entanto, garantiu que n�o h� risco de apag�o e que o sistema est� operando dentro de um equil�brio estrutural para o qual foi planejado.