O estudante Honestino Guimar�es foi homenageado na abertura do 14º Conselho Nacional de Entidades de Base (Coneb) da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE). O desaparecimento de Honestino, atribu�do � repress�o da ditadura militar (1964-1985), ser� o primeiro caso investigado pela rec�m-criada Comiss�o da Verdade da UNE. A comiss�o vai investigar, apurar e esclarecer casos de morte e tortura de pelo menos 46 dirigentes da entidade.
Por diversas vezes, Honestino foi aplaudido por um audit�rio lotado. “� um momento carregado de muita emo��o: Honestino Guimar�es foi meu colega, come�amos juntos na pol�tica estudantil, quando estud�vamos em Bras�lia, no col�gio Elefante Branco”, lembrou o coordenador da Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), Cl�udio Fonteles. “A grande homenagem a Honestino e tantos outros � nunca mais perminir o retorno de uma ditadura”, acrescentou.
L�der estudantil, presidente da Federa��o dos Estudantes Universit�rios de Bras�lia e presidente da UNE, Honestino Guimar�es foi preso cinco vezes, uma delas 20 dias ap�s casar-se, em 29 de agosto de 1968, na Universidade de Bras�lia (UnB). Honestino integra a lista dos desaparecidos da ditadura de 1964. Os �rg�os respons�veis pelas pris�es admitiram que ele tinha sido preso, mas o estudante n�o foi visto por outros presos. A fam�lia n�o sabe o que aconteceu com ele.
Ele foi o primeiro colocado no vestibular da UnB antes de completar 18 anos, em 1965. Escrevua poesias. “Cara simples, humano, as �nicas armas eram pensamentos e palavras”, disse o sobrinho do estudante, Mateus Dounis Guimar�es.
Acima da mesa dos convidados estavam afixados cartazes com os rostos dos ex-dirigentes. Todos ter�o o desaparecimento investigado pela Une. Durante o depoimento de Mateus, a gravura de Honestino se desprendeu, caindo sobre a mesa. O presidente da Une, Daniel Iliescu, prontamente cedeu o lugar � imagem. “Ele repetiu o marcante ato em Salvador, quando a Une foi refundada ap�s a ditadura: uma cadeira foi deixada vazia para Honestino”, recordou o ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi.
A Comiss�o da Verdade da Uni�o Nacional dos Estudantes (UNE) foi lan�ada oficialmente sexta-feira (18). A comiss�o ser� formada por pesquisadores e familiares de 46 ex-dirigentes da entidade desaparecidos durante a ditadura militar (1964-1985). A comiss�o recebeu apoio da Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), da Comiss�o da Anistia do Minist�rio da Justi�a e do ex-ministro dos Direitos Humanos, Paulo Vanucchi. O �ltimo comprometeu-se a ajudar e acompanhar de perto o trabalho da comiss�o.
A comiss�o dever� finalizar as atividades em mar�o de 2014, com a composi��o de um relat�rio. Esse relat�rio poder� servir de subs�dio para o relat�rio final da Comiss�o Nacional da Verdade (CNV), a ser entregue em maio de 2014. “Teremos com eles uma rela��o de troca. A Nacional da Verdade � a �nica comiss�o que tem o poder de requisi��o de documentos, por lei. Ent�o se a Une precisar de algo protegido por sigilo, n�s podemos conseguir”, afirmou o coordenador da CNV, Cl�udio Fonteles.