Nem da Rocinha � condenado a 12 anos de pris�o

O juiz Marcel Laguna Duque Estrada, da 36ª Vara Criminal do Tribunal de Justi�a do Rio de Janeiro (TJ-RJ), condenou na quarta-feira Antonio Francisco Bonfim Lopes, o Nem da Rocinha, a 12 anos de pris�o em regime fechado e mil dias-multa por tr�fico de drogas. J� Anderson Rosa Mendon�a, o Coelho, chefe do tr�fico do Morro do S�o Carlos, no Est�cio, zona norte do Rio, foi absolvido por falta de provas. Os dois pertencem � fac��o Amigos dos Amigos (ADA), segundo o Minist�rio P�blico do Rio (MP-RJ).

Nesse processo, a dupla respondia pela "pr�tica reiterada de aquisi��o, do transporte e fornecimento de insumos ou produtos qu�micos destinados a prepara��o de subst�ncia entorpecente (cloridrato de coca�na)". O processo teve in�cio ap�s a Pol�cia Civil do Rio descobrir, em 30 de agosto de 2007, um laborat�rio de refino de coca�na na Favela da Rocinha, na zona sul do Rio, ent�o dominada por Nem. Foram apreendidos produtos qu�micos e insumos para a produ��o de coca�na, bem como outros materiais para a produ��o da droga (bacia, holofote, liquidificadores, l�mpadas especiais etc).

A den�ncia do MP diz ainda que "em raz�o das constantes opera��es policiais que se realizavam na comunidade da Rocinha e por restarem em evid�ncia na m�dia, os l�deres da ADA determinaram a remo��o do laborat�rio para o Morro do S�o Carlos localizado no bairro do Est�cio". Na ocasi�o, a comunidade era controlada por Coelho e Rog�rio Rios Mosqueira, o Roupinol, morto em mar�o de 2010. Ap�s cerca de dois meses, narra a den�ncia do MP-RJ, a estrutura foi novamente transferida para a Rocinha porque, no entendimento da c�pula da ADA, o S�o Carlos "n�o oferecia a seguran�a necess�ria para a manuten��o do laborat�rio, n�o s� contra as a��es policiais, como tamb�m contra ataques de outras organiza��es criminosas (Comando Vermelho e Terceiro Comando)".

Em 2009, a Pol�cia Civil voltou a estourar dois laborat�rios de refino de coca�na na Rocinha: em 25 de mar�o e 3 de junho.

Em sua senten�a, o magistrado escreveu que a culpabilidade de Nem � "intensa, na medida em que ele tinha posi��o de chefia no grupo criminoso e atuava com desfa�atez e desenvoltura, articulando tramas criminosas por longo per�odo de tempo e sem a preocupa��o de se expor na comunidade em que vivia, afrontando a todos como marginal declarado; que sua conduta social � impr�pria, uma vez que tem 36 anos de idade, com plena capacidade laborativa, dedicando-se profissionalmente ao crime; que os motivos s�o altamente censur�veis, j� que o r�u se prestava a causar um imenso dano social, sem externar o m�nimo questionamento de consci�ncia quanto �s nefastas consequ�ncias de seus atos, demonstrando vilania em grandes dimens�es, agindo muitas vezes com sede de poder e vaidade exagerada; que as circunst�ncias do crime s�o pass�veis de maior reprovabilidade, j� que o r�u estava agregado a uma associa��o criminosa, notoriamente de grande porte e perigosa (...)".

Em rela��o a Coelho, o juiz disse que "n�o obstante a exist�ncia de ind�cios - at� fortes - de autoria, n�o se pode afirmar sem medo de errar que o r�u Anderson participara do crime nos termos da den�ncia".

Atualmente, Nem e Coelho est�o na Penitenci�ria Federal de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul. Os dois foram presos em novembro de 2011, dias antes da ocupa��o da Favela da Rocinha pelas for�as de seguran�a. A favela, a maior da zona sul da cidade, possui hoje uma Unidade de Pol�cia Pacificadora (UPP).